terça-feira, março 25, 2014

Especial 10 anos de Stereovitrola

Depois de um longo hiato, essa não tão querida coluna está de volta para lhes indicar álbuns um tanto quanto desconhecidos pelas massas. E dessa vez, tenho a honra de destrinchar um pouco sobre uma das melhores e mais importantes bandas de nosso estado: a Stereovitrola.

Dessa vez não será apenas um disco recomendado, e sim toda sua discografia nessa longa estrada caminhada por nossos guerreiros da música local. Então vamos lá:

2004: Muito antes do Liberdade Ao Rock dar seus primeiros passos, surgiu a Stereovitrola com o intuito de fazer covers na capital onde o rock underground estava num período sombrio. Na época, a primeira formação era de Almir Júnior (vocal), Ruan Patrick (guitarra), Rubens Ferro (bateria) e Marinho Pereira (baixo).

Logo em seguida, a banda passou a fazer música autoral juntamente com as primeiras mudanças de formação. Sendo assim, Almir saiu, passando o cargo de frontman para Patrick, entrou Matrix (sampler e sintetizadores) e também entrou Anderson (guitarra).

2006: Cada Molécula de um Ser.

Com uma formação estabelecida e suas primeiras canções surgiram. Com um som rasgado, com peso e ao mesmo singelo, Cada Molécula de Um Ser definiu o DNA da banda logo em 2006.

Em seu EP de estreia já tivemos canções marcantes como: a eletrizante "Benjamin", a tão casual e ao mesmo tempo distópica "Fludifique" e a singela "Valéria".

2009: No Espaço Líquido.

Dando continuidade ao título anterior (Cada Molécula de Um Ser) No Espaço Líquido foi certamente um divisor de águas para a banda. Ainda nos mostrando esse mistura de sons, uma coisa fica mais perceptível, nesse álbum a lisergia está solta, e para isso se amplificar musicalmente entra Otto Ramos (órgão). Aquele New Wave misturado com a sujeira do Grunge mostrado no primeiro EP da banda ganhou novas camadas No Espaço Líquido. A psicodelia vintage estão expressas em "Canção Para Syd Barret" e principalmente "1969". A noise persiste em "Que Dissolve" e em "Meu Amigo Inglês". Fora essas canções, temos algumas que se tornaram marcos da Stereo, como: "Bicibleta", "Mini Prédios e Vírgula" e "Automóvel Verde".

2013: Symptomatosys.

Em 2013 a Stereo volta com um novo EP, com o mesmo experimentalismo de sempre, mas dessa vez com mais precisão no seu foco. Tanto que em Symptomatosys é constituído apenas 5 canções. A esse ponto, Anderson já havia saído da banda deixando o fardo de toda a noise e distorções das guitarras para Patrick que, como um cavaleiro jedi conseguiu carregar esse Yoda nas costas e com ajuda de seu Voltix fazer com que a Stereo pudesse planar perante a atmosfera musical estabelecida por eles mesmos

Depois de uma viagem pela linha temporal da banda durante esses 10 anos, o que fica marcado foi sempre o esforço deles por fazer música autoral, por acreditar no seu trabalho independentemente de receber ou não aplausos. A positiva inconstância musical, fazendo com que esse mutação seja permanente para que nossos guerreiros nunca fiquem num estado cômodo.

Que sua música se perdure e ultrapasse cada vez mais as fronteiras do Rio Amazonas. Vida longa à Stereovitrola.

Texto: Carlos Alberto Junior
FOTOS: Bia Azevedo e Divulgação/Stereovitrola

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