Em entrevista exclusiva, atleta Mário Gomes trouxe 17 títulos para o Estado mas não encontrou parceiros para levar as competições adiante.
Um dos maiores campeões de fisiculturismo que o Amapá já teve, Mário Gomes, hoje não representa mais o Estado. Aposentado do serviço público, o atleta trocou a quente Macapá pela fria São Paulo, sua cidade natal. Porém, ao falar do esporte que lhe rendeu quase vinte títulos nacionais e internacionais, Mário Gomes lembra com entusiasmo os anos em que competiu levantando a bandeira amapaense. Pela internet, ele respondeu às nossas perguntas e falou sobre o esporte. Confira:
Jornal do Dia – Você é um dos atletas que mais trouxe medalhas e títulos nacionais e internacionais para o Amapá. Conte-nos um pouco sobre sua trajetória no fisiculturismo.
Mário Gomes: Verdade. E nunca sequer recebi pelos menos um torpedo de um representante do poder público dizendo
“Parabéns”. Não que isso tenha muita importância para mim, mas todo atleta gosta de reconhecimento. Minha trajetória começou em 1961. Sou Bicampeão Estadual, Hexacampeão N/NE (2x Overall), Campeão Brasileiro e duas vezes 4º colocado no Mundial NABBA. Um total de 17 títulos de campeão em competições oficiais.
Jornal do Dia – Quando você morava em Macapá, acompanhamos as dificuldades que você enfrentava quanto a carência de patrocínio para levar o esporte adiante. Esse é um obstáculo a ser superado por atletas a nível local, ou virou moda nacional?
Mário Gomes: Não, é um obstáculo a ser superado. Os campeonatos nacionais são realizados nas grandes capitais do sudeste. Só esse translado é um custo muito alto para o atleta custear sozinho.
Jornal do Dia – Muitas vezes você esteve entre a cruz e a espada, ou seja, entre deixar o esporte por falta de patrocínio ou mostrar recursos para competir pelo Estado. Como foi superar tudo isso?
Mário Gomes: Atletas são muito determinados, chegam a beirar a vigorexia. Eu cheguei a ficar endividado e deixei de dar a devida atenção à minha família (cuja oportunidade expresso minhas desculpas publicamente), só para conquistar mais um título e consequentemente a vaga para disputar um mundial. Por pelo menos três ocasiões obtive esse status, mas não tive a ajuda ou patrocínio para tal, mesmo convidando várias potenciais empresas parceiras. Em todas essas oportunidades, após conhecer o resultado, poderia ter ficado no mínimo entre os top 3. O que está feito, está feito! A vida é cheia de escolhas, quando se opta por uma, passa-se por cima das outras. Não me arrependo, muito pelo contrário.
Jornal do Dia – Hoje a musculação virou febre nas academias. Mulheres que antes gostavam de aulas de jump e aeróbica, hoje preferem levantar peso. Como surgiu essa tendência e quais as explicações para isso?
Mário Gomes: (risos)..vivemos na ditadura da beleza, demorou mas chegaram a conclusão do óbvio, ou seja, não existe esporte que dê mais resultado no menor espaço de tempo que a musculação, simples assim.
Jornal do Dia – Muitas vezes quando se fala em musculação, logo se pensa em suplementos alimentares. Até que ponto eles fazem bem?
Mário Gomes: Comprovado cientificamente que fazem bem. É só ter bom senso no uso e procurar profissionais da área para aconselhamento. A diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem.
Jornal do Dia – Para concluirmos, qual a orientação que você dá para as pessoas que têm a musculação como prioridade em suas atividades físicas?
Mário Gomes: Você escolheu um ótimo esporte! Procure sempre bons profissionais da área e faça exames médicos e/ou check-up periodicamente para ter a certeza que você está no caminho certo.
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