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quinta-feira, março 22, 2012

Três anos do show do Radiohead

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Bem pessoal... faz algum tempo que não dou o ar da minha graça por aqui... Mas uma data especial me trouxe de volta... Uma viagem inesquecível, que contou com uma experiência única, ao lado de verdadeiros amigos faz aniversário hoje (22).

Eu poderia discorrer aqui sobre - AS CRÔNICAS DOS MATUTOS AMAPAENSES NA TERRA DA GAROA - que comeram pra caralho, beberam pra caralho, se perderam no metrô e os vários ULHA!! ULHA!! Que soltamos durante aquela nossa feliz passagem pela maior cidade do Brasil.

Mas eu vou me concentrar no show e nas impressões que tive de ver uma das maiores bandas de todos os tempos tocando bem na minha frente...

Nelson Motta, um dos jornalistas musicais mais fodas que se tem notícia, costuma dizer que, se o público do show do The Police, no pequeno ginásio do Maracanãzinho, em 1982, fosse presenciado pelos, que hoje juram ter estado lá,o número de pessoas passaria fácil dos 200 mil espectadores.

Seguindo essa linha de raciocínio, daqui ha uma década teremos, pelo menos, meio milhão de brasileiros jurando de pés justos que estiveram na terra da garoa, mais precisamente na Chácara do Jockey, 22 de março de 2009, há exatos três anos para ver o show do RADIOHEAD.

Eu estava lá, eu fui, eu vi, existem fotos e testemunhas... Inclusive o proprietário desde blog, que em mais de uma década de amizade, não me deixa mentir... e acreditem, eu já tentei bastante.

E todo ano era a mesma coisa, davam como certo que eles iam vir e nunca se confirmava, mas se existe um ponto positivo na demora do Radiohead para um show no Brasil, é o fato da banda ter acumulado um repertório extenso a ponto de ser impossível um show sem aquela sensação de que faltou AQUELA música.

O show de São Paulo beirou a perfeição, um show de rock inventivo e atmosférico, ambicioso, monumental e chapante. No palco, essa equação se fez visível e reluzente, pulsando diante dos nossos olhos. As músicas oscilaram do folk mais cru (a emocionante Faust arp, com dois violões e pronto) à eletrônica mais cerebral (Idioteque). As canções menos barulhentas acabaram se destacando com momentos arrasadores como Karma police, Fake plastic trees, Exit music (for a film) e Pyramid song.

Mas o momento mais precioso do show e, talvez, da carreira da banda, foi Paranoid android que foi reconstituída com fidelidade absoluta e foi agarrada pelo público que fez um sonoro e duradouro coro depois do final da música, prolongou os versos e não quis soltar mais. Thom Yorke entrou no clima, pegou o violão e voltou a fazer a primeira voz entrelaçando-se com o coro da plateia num daqueles momentos raríssimos que valem uma vida.

Acho que boa parte do público presente que, somavam 30 mil pessoas, eram de pessoas que não moravam em São paulo... O que fez, em minha opinião, o show muito mais especial. Uma coisa é você sair da sua casa e em meia hora chegar no local do show, e outra, totalmente diferente é viajar milhares de quilômetros pra chegar no mesmo lugar.


O show do Radiohead foi a imagem de quem viveu os anos 90 e seguiu se transformando até chegar aquele momento. O Radiohead é, de certa forma, a nossa história.

André Mont'Alverne

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