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sexta-feira, janeiro 03, 2014

Sonhos meus, sonhos meus...

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Crônica de Ronaldo Rodrigues

Ando tendo uns sonhos tão loucos que resolvi escrever sobre eles. Talvez pra exorcizar. Então, vamos lá:

Sonho 1

Era um congresso ou coisa parecida do sindicato dos bancários. Um homem e uma mulher debatiam no centro da arena. Eram os representantes das duas chapas que concorriam às eleições. O nível do debate foi o que me chamou a atenção e me fez acreditar que daria uma crônica. Foi mais ou menos assim:

A mulher:

– A nossa chapa é a única possibilidade de mudança!

O homem:

– Que mudança nada! Vocês estão na presidência do sindicato há dez anos e nunca mudou nada! Que porra de mudança é essa?

A mulher:

– Olha como fala comigo!

O homem:

– Eu falo do jeito que eu quiser, porra! Vem enganar a gente falando de mudança! Mudança porra nenhuma! Mudança é o caralho! Só a nossa chapa representa mudança!

A mulher, ligando o laptop:

– Ah é? Olha só! Eu vou te detonar no facebook, hein!

Quando chegou nesse ponto, eu desliguei o sonho, pra não ver o porradal em que aquele debate ia terminar.

Sonho 2

Estávamos eu, o meu amigo Ribeirinho e, acreditem, o ator Ney Latorraca bebendo num bar. Um bar suspeito, já que o Ribeirinho estava lá e o Ney Latorraca também. Eu estou acima de qualquer suspeita. O sonho é meu e devo ter alguma regalia.

Pois bem. O Ribeirinho, achando o bar muito suspeito para o seu gosto, deu um jeito de sair fora, usando a desculpa de que ia falar com um amigo. Depois disso, o Ribeirinho só foi aparecer bem mais tarde, quando eu já me preparava para encerrar aquele sonho.

Ficamos eu e o Ney Latorraca bebendo no balcão. Eu pensando: O que é que esse cara tá fazendo no meu sonho? Tudo bem, deixa ele lá, olhando para os bofes que apareciam. Só fiquei preocupado com o fato de acharem que eu também estava caçando bofe. Foi quando apareceu o Ginoflex, numa camisa colorida, de óculos escuros, muito bem na foto. O Ney olhou pra mim e eu olhei pro Ney, estranhando aquela aparição:

– Afinal de contas, – disse o Ney, com aquela voz anasalada – o Gino não tinha morrido? Os jornais lá do Rio noticiaram isso na primeira página.

– Pois é! – disse eu – Ele morreu, sim. Ei, Gino! Tu não tinhas morrido, cara? Que é que tá fazendo aqui?

– Vim dar um rolê por aqui, gabiru! Tava muito calmo lá em cima.

O Gino ficou dando umas sacadas nas meninas que estavam por ali. O Ney comentou que ele estava muito bem. Parece que rejuvenesceu depois da morte. Logo depois, o Gino foi embora do bar dizendo que ia ao circo, nos deixando com aquela sensação de que estávamos sonhando. Bem, eu estava.

O Ney Latorraca também sumiu. Deve ter descolado um bofe. Eu fui embora do bar. Lá fora, encontrei o Ribeirinho e fui logo perguntando:

– Onde é que tu estavas, rapaz? O Gino apareceu no bar!
– Eu fui pra um circo ali perto. Eu não te convidei porque tu não gostas de circo.
– Quem disse que eu não gosto de circo? Vamos lá que o Gino estava indo pra lá também.

Aí o Ribeirinho saiu correndo e gritando:

– Tu tá é doido! O Gino morreeeeeeeeeeu!

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