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segunda-feira, janeiro 18, 2010

Algumas chatices da terra que amo

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                                                                                                                       Por Elton Tavares

Cena do filme "Deby e Lóide - Imagem Google

Eu andei pensando no comportamento de nossa gente. Eu amo o Amapá, nasci e cresci em Macapá, onde fiz muitos amigos e alguns inimigos, mas aqui acontece cada coisa. Não podemos, nunca, culpar as pessoas que não tiveram chance de escolher, falo aqui das que tem e adoram ser parte dos fatos que citarei. Para ser mais exato, falo da juventude de classe média, da qual faço parte. (Se bem que estou quase deixando de ser jovem, RS)

Ser “cool” em Macapá é comprar roupa de marca em loja famosa. Ir para a boite no sábado à noite, ter um carro legal e, é claro, ter sempre seu abadá em mãos. Puta que pariu! As conversas são sempre as mesmas, pessoas que falam de pessoas importantes ou “populares”, cargos, carros, roupas, e todo tipo de futilidade. Muitos querendo ser o que não são e outros curtindo a puxação de saco. Se as coisas não mudarem, a mediocridade reinará para sempre.

Em nosso Estado, a mídia auditiva dominante é o Tecno Brega, a batida nos dá a impressão que estão tocando a mesma música. A musicalidade é de gosto duvidoso e foi importada, como várias outras coisas, do Pará. Entretanto, faz mais sucesso do que a dita Música Popular Amapaense (MPA) ou o Marabaixo, que são genuínas da nossa cultura, como diz um bordão que rola por aqui, “coisas tucujús”.

Na primeira metade dos anos 90, quando adolescente, eu e meu grupo de amigos escutávamos rock e éramos tachados de marginais. Os filhinhos de papai que saíram de Macapá para estudar voltaram tatuados e escutando o mesmo estilo musical. Agora são descolados. Pôtaqueparéu! Nunca precisei sair daqui para deixar de ser otário. Devo a minha consciência cultural as experiências que vivi e a minha família, que me ensinou a separar o joio do trigo.

Lembro de ir tomar gengibirra, em companhia do meu falecido pai, no Marabaixo do Laguinho. Coisas assim forjam o cidadão, escutar Chico Buarque e outros monstros da música nacional em reuniões na casa da minha avó, procurar não acompanhar a sedenta moda, tão importante para alguns. Pequenas coisas fazem falta para muitos e eles nem percebem. Se você está lendo este texto e achando arrogante, é por está nesta esteira de linha de montagem de babacas, senão, está rindo, no mínimo.

Na capital amapaense, andar por aí de “abadá” é sinal de status, se tiver escrito o nome de uma famosa banda baiana então, é ducaralho! Rs, sinceramente, é medíocre. Eu amo o nosso carnaval, em minha opinião, o melhor do Norte do Brasil, já que o de Manaus é pura Toada, bom para eles. Em contrapartida, odeio as ditas “micaretas”. Já participei deste tipo de “divertimento” no início da década passada, mas deu no saco. Tudo “mais do mesmo”.

Estes foram alguns pontos negativos de nossa cidade, que tem muitas coisas ótimas, como culinária, famílias de bem, povo hospitaleiro e muita gente que progride pela força do trabalho. Eu citei somente alguns comportamentos do nosso cotidiano. Não pensem que estou metendo o pau na minha terra, longe disso, comento estes casos por conta da mediocridade coletiva que assola nosso povo.

3 comentários:

  1. Uma realidade Macapaense!

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  2. A foto está combinando com o texto...faz todo sentido hauhsuha ^^

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  3. Todo circo tem que ter uma platéia. Infelizmente nesse circo há mais PLAYlhaços do que GENTE.Enfim só resta rir lamentar e tentar introjetar algo de interessante na cabeça de quem precisa. Acho que dá até pra montar uma ONG com o objetivo de ajudar esses necessitados. HAHA. ;x =/ A.V

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