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sexta-feira, janeiro 15, 2010

A política tucujú

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                                                                                                                                 Por Elton Tavares

(Imagem:Google)

Andei pensando com os meus botões, como a política do nosso Estado pode ser tão previsível e banal. Como diz o jornalista da Folha de São Paulo, José Simão: “O Brasil é o país da piada pronta”. Rimos dos fatos que deveriam nos chocar, de tão corriqueiros. Ressalto aqui que NÃO sou azul, amarelo, vermelho, verde ou qualquer outra cor que represente um grupo político específico.
Ultimamente tem passado uma propaganda na programação de TV de Macapá. Nela dizem: “Esperamos que os últimos sete anos tenham sido tão bons para você como foram para o Amapá”, aí mostram uma sequência de ações que os governantes executaram, aí penso: “Porra! Isso é favor ou obrigação?” No meu ignóbil entendimento, acho que as verbas estaduais e federais servem para isto. Então para que enaltecer o que é um direito do cidadão?
Sim, todos sabem a resposta, puro marketing político. Comentei isso com um amigo e ele disse: “É, mas tem muitos políticos passaram e não fizeram nada”. Infelizmente é nisso que a maioria da população acredita. Não podemos usar o errado como parâmetro, nunca.

E o jornalismo? Alguns colegas se acostumaram a adular figurões, transformar monstros em deuses. Exemplos como o colunista bêbado ou o apresentador páraquedista, que se você não entender, ele desenha, rs. Os principais beneficiados da dita puxação são: o Darth Vedder do Nordeste, a Estrela, o Tralhotowisk, Albert Yellow, Robert Orleans ou Wal Orleans.
Um fulano aí, que não sabe escrever, mas é “repórter” de um tablóide local, disse-me certa vez: “Olha, eu sou do meio, sei o que digo”, ledo engano. O pior idiota é o pensa que é safo.
Cerca de 80% dos veículos usam a mesma prática: A mídia puxa-saco. Ano passado, após eu recusar uma proposta de trabalho em uma rádio de Macapá, por causa desta babação de ovo, um colega de turma disse-me: “Morreras pobre, por conta de sua posição”, pode ser. Ainda acredito que podemos trabalhar sem a mesada dos empresários e políticos, explorando somente os comerciais. Será puro romantismo ou ingenuidade? Acho que os dois.
Estamos às portas de um novo pleito, alianças que pareceriam infundadas, até o ano passado, tomam forma. Preparen-se para rir, mais uma vez, de nossa política. Afinal, como diz a sabedoria popular: “O negócio é rir para não chorar”. Voltando ao lance da propaganda, lembrei-me de uma música que os Titãs gravaram nos anos 80: “A televisão me deixou burro, muito burro, demais. Agora todas as coisas que eu penso me parecem iguais”.

6 comentários:

  1. Pode crer! Tem um trecho de uma música que eu escrevi que fala assim: "todo assunto é imune ao seu modo de ver, já não consegue opinar sem olhar a tv", acho que combina com o texto =)
    Abraço seu Elton!

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  2. Muito esclarecedor o seu texto, meu fío! Parabéns! Venho aqui sempre que puder!
    Ass. Darth J. Vader

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  3. Parafraseando Karl Marx, digo que a mídia é o ópio do povo!

    Sendo um anaquista político convicto desde sempre, eu seria mais radical do que vc dizendo que a política do nosso Estado (seja ele qual for) e do nosso país, como um todo, é previsível e banal porque, em verdade, não é política. É politicagem mesmo!

    Rimos dos fatos que deveriam nos chocar porque ao longo de toda a nossa História, nos ensinaram a ficar calados, sem reagir (agradeçamos essa cultura "pacifica" aos bons jesuítas que vieram estuprar a consciência do nosso povo desde o tempo da colonização!).

    Séculos se passaram e continuamos vítimas do método alienante do "panis et circensis" dos antigos romanos, onde nossos supostos líderes nos calam com belos espetáculos ou "lugares bonitos"...

    Aqueles a quem o sistema engoliu sem piedade, repetem frases prontas e conformistas do tipo “É, mas tem muitos políticos passaram e não fizeram nada”, ou ainda "Roubou, mas fez". O que em muito se assemelha aos tempos do feudalismo, onde o senhor da terra tinha privilégio até à noite de núpcias com a mulher do servo recém-casado! É como se o sujeito dissesse: "É. O senhor comeu minha mulher, mas me dá uma casa pra morar e um pedaço de chão pra eu plantar"...

    E você pergunta "E o jornalismo?". Eu te pergunto: "Que jornalismo?"!

    Lembro-me de quando eu fui professor seu professor de História do Jornalismo na faculdade e abordamos a Teoria da Esfera Pública, do filósofo alemão Hürgen Habermas que nos anos 60 do séxulo XX já dizia que "o jornalismo de verdade deixou de existir no século XVIII"! O que existe hj, tirando algumas iniciativas isoladas de um jornalismo alternativo e alguns blogs, é puro mercado de notícias...

    Cerca de 80% dos veículos usam a prática do puxa-saquismo, simplesmente porque seus donos são os que tem o próprio saco puxado!

    É melhor morrermos "pobres" por causa de nossas "posições", do que ficarmos numa certa "posição vexatória" pra sermos literalmente enrrabados por esses urubús engravatados!

    Mas, como dizia um velho professor meu na faculdade (também anarquista convicto): "A maioria dos jornalistas hoje só conseguem trabalhar de quatro"...

    Podemos, sim, trabalhar sem a mesada dos empresários e políticos! Aí estão de prova algumas iniciativas socialmente engajadas não só para um jornalismo, mas para um mundo melhor. Veja os exemplo pelo mundo:

    * JornAl - Jornalismo Alternativo
    * Em Foco Interativo - Jornalismo Alternativo
    * Centro de Mídia Independente
    * Associação para o Desenvolvimento da Imprensa Alternativa - artigos de pesquisadores de esquerda sobre conjuntura internacional
    * IPS Inter Press Service Agência de notícias - "A outra história"
    * Red Voltaire - Rede de Imprensa Não-Alinhada
    * Nodo50 - Contra-Informação em Rede (Espanha)
    * Media Channel - Rede Global por uma Mídia Democrática (EUA)
    * Correio da Cidadania - Jornalismo independente de São Paulo
    * Jornalismo na web sobre Cultura de Paz
    Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo_alternativo"

    Agora, como vc disse, estamos às portas de um novo pleito. Mas, ao invés de rir mais uma vez, vamos tomar um atitude mais esclarecida, votando NULO!!!

    No grupo anaquista que eu fazia parte lá na Paraíba, tínhamos uma campanha todas as eleições. Nosso lema era: "VOTE NULO. NÃO SUSTENTE PARASITAS!"

    Grande abraço!

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  4. Caro amigo, eita texto porrêtaaa!!!rsrs. De rocha mesmo. Gostei muito do blog e é claro q ele já está em minha lista de 'favoristos'.
    abç

    TonCOSTA

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  5. Maravilha! amei seu texto.

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  6. Muito bom Elton!
    parabéns pelo blog.

    .Grande bj.

    Lelê Lopes

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