Muitas bandas, dos anos 80, tocaram no bar Lennon, no centro de Macapá - Foto cedida por Camila Karina
Hoje podemos afirmar que o Amapá tem uma “cena rock”. Vou falar um pouco da trajetória e dos pioneiros deste estilo musical neste lado do Brasil.
Os Cometas foram a primeira banda a fazer rock no Amapá, tocando Beatles e outros covers nos anos 60. Mas a primeira onda da sonzeira local aconteceu nos anos 80. O movimento começou a ter mais adeptos em nosso Estado quando alguns jovens músicos resolveram fazer algo diferente.
Surgiram, nessa época, as bandas Misantropia e Prisioneiros do Lar, com alma e estilo próprios. Foram iniciativas que nasceram da necessidade de extravasar a arte que rola no sangue de todo músico, somada à vontade de expor suas idéias, sentimentos e pensamentos, seja por pura diversão ou protesto.
A Prisioneiros do Lar era formada por Black, Jony, Guri e Jessi. Eles tocavam apenas covers. Era uma banda de atitude e muita energia, canalizada através de seu vocalista Black (grande amigo meu, que hoje mora no Pará), performático e estiloso.
A Misantropia contava com Beto Oscar, Helder Cardoso, Emerson Melo e Josafá. Uma banda muito mais politizada e que chegou a fazer algumas músicas próprias, com letras tipo: “Morte aos negros, morte aos brancos, morte a todos os seres humanos/ queimem as armas e desarmem as bombas, morte para todos que nos assombram/ o próprio ser se odeia”. Os temas continuam atuais: era a essência rock, música de protesto, tudo seguindo a linha oitentista.
Nesta mesma época também surgiram as bandas Ura e Anonimato, ambas sem grande trajetória. Dois nomes seguiram em carreira solo, Alan Yared, da Ura e Black, do Prisioneiros do Lar. A Misantropia deu origem à banda de maior expressão daquela época, Raízes Aéreas, que chegou com músicas próprias, talento e atitude - todos os elementos para o sucesso!
Logo, a Raízes Aéreas caiu no gosto popular, pois tinham elementos da musica regional e do rock. Contava com nomes como compositor Naldo Maranhão e o percussionista Helder do Espírito Santo. Eles gravaram um disco que fez muito sucesso. Surgiu a banda Flor de Laranjeira, do antigo vocal da Ura, Alan Yared. Os outros componentes eram Aldo Gatinho, Karla Monteles, Alexandre e Nena.
Nesta época se tocava em todo lugar disponível, desde praças, escolas, bailes, barzinhos e festas particulares. O melhor lugar era o próximo. A galera só se queria tocar, não importava onde. Suas influências eram o forte rock nacional daqueles anos.
Tanto a Raízes quanto a Flor de Laranjeira deixaram de ser bandas de rock and roll e foram para o lado regional, para o movimento onde surgiram nomes como Osmar Jr, Amadeu Cavalcante e Zé Miguel. Suas composições fizeram uma cena de música regional muito forte, até os dias de hoje.
Continua.....
Égua! foi uma luta encontrar esse blog,mas,no fim das contas valeu...a foto do bar do lennon me trouxe muitas lembranças, uma delas, aliás, muito engraçada...lembrei do seu vizinho,não menos boêmio, o xodó. Eu era moleca, nem posso dizer que tomei muito gelo lá, mas, lembro de ouvir todos os dias lá dos corredores do C.A o canto de um passarinho que vinha lá de dentro do xodó. Reza a lenda que o tal canto era de um uirapurú que o dono mantinha engaiolado no balcão...égua moleque! passou um filme agora na minha cabeça. Fotografia é mesmo uma máquina do tempo.
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