Seguidores

domingo, janeiro 05, 2014

O dia que encontrei Lemmy (texto republicado)

0

Aeroporto de Congonhas (SP), aproximadamente 17, do dia 15 de abril de 2011. Eu, meu irmão Emerson Tavares e minha cunhada Andresa Ferreira tomávamos uns chopps enquanto esperávamos a hora de embarcar de volta ao Norte, eles para Belém (PA) e eu para a minha amada Macapá. 

Estávamos perto da entrada do saguão do Terminal, aí entra aquela figura de preto, chapéu de Caubói, bigodão e cara amarrada. Era Lemmy, líder do Motorhead. Não perdemos tempo, pedi para bater uma foto com a lenda do rock, ele me olhou com desdém, mas parou de andar para o click do meu irmão. 

Mesmo com a pouca simpatia do astro, fiquei feliz, pois não é todo dia que um jornalista de Macapá encontra um ícone do “roquenrou” mundial. Para quem não saca, aí embaixo tem informações sobre Lemmy, colhidas pelo meu amigo e, à época, colaborador deste blog, André Mont’alverne. Leiam: 

Lemmy é o avô do heavy metal. Lemmy é o padrinho do thrash metal. Lemmy, mesmo britânico, é a síntese do rock'n'roll de Los Angeles. Lemmy foi roadie de Jimi Hendrix e teve um filho com uma groupie que perdeu a virgindade com John Lennon. Lemmy é fã de Beatles, de Little Richards e de Elvis Presley. Lemmy é uma lenda. Lemmy é um mito. Lemmy é "true". Lemmy é Lemmy. É inexplicável. 

Bem, pensando com um pouco mais de racionalidade, talvez não seja tão “inexplicável” assim o verdadeiro fascínio que a figura de Ian “Lemmy” Kilmister exerce em qualquer pessoa que ame o rock and roll. E quando escrevo “qualquer pessoa”, não estou sendo bondosamente genérico, mas afirmando categoricamente que não há um ser humano roqueiro sequer que: a) não tenha o devido respeito e paixão pelo Motörhead; b) que não considere “Lemmy” como uma espécie de divindade. No fundo, é fácil e difícil – e desconcertante – ao mesmo tempo entender porque a figura de Lemmy suscita reverência. Para isto, é preciso deixar de lado os pudores politicamente corretos e encarar a verdade: no fundo, bem lá no fundo, todos nós queremos ser como Lemmy. Buscamos obter o mesmo grau de respeito que a sua figura e suas palavras causam nas pessoas. Buscamos causar a mesma sensação que Lemmy propicia quando entra em qualquer ambiente, que é um silêncio que chega a ser ensurdecedor. Buscamos envelhecer como Lemmy – hoje com 67 anos de idade -, dono de seu próprio nariz e sem a menor intenção de agradar a quem quer que seja.

Com seu inseparável chapéu preto, roupas de  coloração idem e as inacreditáveis botas brancas, Lemmy é uma versão roqueira e real do cowboy sem nome eternizado por Clint Eastwood no cinema. Para os adolescentes, ele é um personagem de histórias em quadrinhos – ou videogame, se preferir – que ganhou vida. E se o Motörhead existe há 38 anos é porque Lemmy comandou as coisas da maneira que leva a sua vida: integridade em relação a tudo aquilo em que acredita.

Texto de 2011, republicado após eu escutar Motorhead, nesta tarde de domingo.

Elton Tavares

No Response to "O dia que encontrei Lemmy (texto republicado)"

Postar um comentário