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segunda-feira, outubro 10, 2011

Yang não vive sem Yin

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                                                                                         Por Bianca Andrade

Como todos sabem, ontem (09) ocorreu o Círio de Nazaré. Mas o que poderia ter a beleza de uma tradição me deixou decepcionada, chateada e estressada pelo caos que se tornou a manhã de domingo.

Poderia me calar e ficar só rindo de certas manifestações de louvor de alguns ditos católicos ou apenas escrever algo irônico, quem sabe até fervoroso sobre este dia, ou melhor, sobre as pessoas neste dia, caso não tivesse que presenciar o caos do transporte público. Mas vamos por partes.

Sou de respeitar tudo e a todos, posso não suportar determinadas ações, opções e conceitos, às vezes, brinco, outras brigo quando não gosto, mas procuro tentar compreender a maioria das ocasiões, e se isso não ocorrer, ignoro.  Quando algo vai além, ironizo, inclusive a mim mesma.

Como mera mortal que sou, foi impossível não parar por alguns minutos para observar os dois lados de um domingo de “fé”.

Análise

Havia um lado que se apresentava de corpo e alma, vestido de comprometimento, sinceridade, respeito. Com tanta beleza que emocionava a ponto de acelerar os batimentos e fazer chorar, até mesmo àqueles que não são adeptos do catolicismo, pela energia que emanavam. – Contados nos dedos.

Mas Yang não vive sem Yin...

O outro lado se fazia presente não pela crença, uns queriam ser mais que “Maria”, parecia uma maré de devoradores, oportunistas e todo o resto histórico-cultural que o catolicismo marcou e ainda marca, que acredito que nem se faz necessário catalogar aqui.

E da decepção, a chateação e stress se fizeram...

Na volta para casa, para não incomodar ninguém, resolvi pegar ônibus, afinal, nos domingos é apenas um real (risos). Mas o barato saiu caro! Depois de andar consideravelmente atrás de um, para minha surpresa, descobri por outros usuários que os ônibus só estavam fazendo o trajeto para o Círio, no mais, até o final da Avenida Fab. Pasmem: falei com pessoas que estavam há mais de 3h na parada, algumas até com crianças de colo.

Não querendo crer em tais informações e no que via, perguntei para um dos motoristas - que estava parado, o que estava acontecendo? Aí ele respondeu: Até o final do evento, estamos proibidos de fazer nossa rota, tempo que as pessoas voltam para suas casas. - Pensei comigo: Pode?! Quer dizer que as pessoas estão obrigadas, mesmo? Merecemos!

Quanto a mim, que só ia cumprir uma missão, paguei todos os meus pecados. Até conseguir um taxi disponível, andei mais que a procissão!

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