[Não sei afirmar se o que vos direi é amarga realidade ou chocante ilusão, mas esmero]
Senhores e Senhoras, foi com muito esforço e dedicação que vesti a camisa desta empresa, tentando organizar o que não tem ordem, segmentar opção que, por um email, telefonema ou tweet, se tornaria corrosão, mas aprendi muito.
Nesta escola, este ser aprendeu a nadar, dançar e voar. Hoje, mergulho com tubarões, abraço ursos e, com muito jogo de cintura, danço valsa com os lobos, sambando com urubus e vampiros. Santo balé, divina yoga! Que me faz flutuar com os dragões, os tais anfitriões.
No calor, desembrulhei-me com uma gastrite. No frio, veio-me vestir um câncer, que a propósito, caiu como luva... Luva esta que combina perfeitamente com essa vestimenta azul, ilustre diretor. Faltam-me palavras que possam narrar o sublime. Acreditem! Respirar é uma arte. E eu ainda respiro bem... Bem fundo! Sem perder a pulsação... Profunda!
Sou um sortudo, pois sei que nem todos os outros seres são presenteados. Vejam: não sou desempregado! Por isso, não me canso em dizer outros o-bri-ga-dos pelos apoios - comprimidos, alucinógenos, médicos e enfermeiras. Oh! Não posso esquecer desta confortável cama, de lençóis limpos e travesseiros macios.
Agradeço por virem me prestigiar: querido chefe, caros colegas... Que, inclusive, raramente os via, mas se fazem presentes hoje. Imagino o esforço para estarem aqui. Sintam-se a vontade, a festa não é só minha, é nossa! Somos uma equipe! Ainda tem wiskys antigos e os vinhos são bons. Degustem as tábuas, os salgadinhos... Para quem preferir, há caviar... O jantar será à vela.
Agora, me pego a pensar: “Há tanta vida lá fora...”, recordo em enredos nostálgicos... Uma vez que a existência aqui virou eterno passado, eis minhas poucas horas de sucesso, de elogios e homenagens. Entre tantos cânceres malignos, um matou a mim: a armadilha da comparação, achando que sair de mim seria bom.
Bianca Andrade
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