Por Elton Tavares
Sem palavras
Andei pensando sobre moda, escutamos todos os dias “isso ta na moda” ou “isto está fora de moda”, que merda! Eu não acompanho moda, acho que tive lampejos de modismo durante a adolescência (época de auto-afirmação, onde cometemos alguns erros do tipo calça “begue”, cabelo “sorvete” e freqüentar pagodes). Falando de música, acho que Pagode, Brega, Funck e Mélody, são prenúncios do apocalipse. Simples assim. Mas voltemos ao foco, afinal, estou falando da tal moda.
Tenho estilo próprio, jeans, tênis e blusão, “cafona” para alguns, nem ligo. Sinto-me a vontade assim. Claro que é preciso ter bom senso, não adianta se vestir mal para um evento importante como casamentos, formaturas e afins. Mas não é só de roupa que falo não, estou falando tintura de cabelo, creme no rosto, cavanhaque desenhado, cabelo com topete e o pior, sobrancelhas feitas, égua! Tem algo mais bizarro que homem com a sobrancelha feita? Pôtaqueparéu!
Inventaram um termo para este tipo de palhaço, chama-se “Metrossexual”, que coisa hein? Não sei não, acho que as mulheres preferem homem com jeito de homem. Eu sou gordo, fora dos parâmetros de beleza que o mundo moderno impõe, mas nunca tive problemas para me relacionar, arrumar namorada ou algo assim. Respeito os caras que curtem caras e suas particularidades, mas os figuras que se vestem como pavões “fashions” são demais para mim.
Entendam-me, estou falando de excesso de enfeites, não tenho nada contra quem se veste bem, também não é o caso de andar jogado ou sujo. Falo de excessos de frescura que a molecada, e alguns coroas, têm nos dia de hoje. Por exemplo, brinco e macacão, eu só acho bonito nos outros, em mim, nunca! Mas são coisas antigas, tudo bem, sei que devemos quebrar paradigmas e blá, blá, blá, mas convenhamos, frescura é frescura.
Outra coisa, os camaleões, os “Maria-vai-com-as-outras” eles são os mais ridículos, usam uma beca em um dia e , pasmem, camiseta do Nirvana no outro, porra! Para mim, ecletismo é tentar agradar a todos, ninguém gosta de tudo, impossível. Por isto é que digo, melhor do que acompanhar a opressora moda, é melhor ter estilo, seja jogado, despojado, elegante, etc..
Após esta reflexão, lembrei de um texto que li no site Zerozen, “O Metrossexual”. Aí está:
O Metrossexual
A palavra Metrossexual é uma das grandes imbecilidades do novo milênio. Apesar do que possa parecer ser um metrossexual não tem nenhuma conotação com o sexo. O conceito foi usado para definir o novo consumidor masculino. Sim, graças a pesquisas de marketing se descobriu que uma parte dos homens heterossexuais metropolitanos gasta bilhões com a aparência física.
Portanto, conforme um estudo da Euro RSCG Worldwide, uma empresa de marketing e comunicação com sede Nova York, metrossexual é um "heterossexual que conhece e se importa com a moda, gastronomia e elegância". E a pesquisa ainda é mais específica: este novo homem vive nos grandes centros urbanos e que aceita e faz questão de exibir um lado mais delicado, feminino, "mas sem assumir uma postura feminina".
A nova descoberta já chega a ter um ídolo: o jogador inglês do Real Madrid David Beckham. Ele típico homem bem-sucedido entre os 25 e 40 anos que gosta de fazer compras, não tem barriga, se preocupa com o peso e cuida da pele. E não é só isso Beckham pinta as unhas, adora diamantes e, de vez em quando, usa as calcinhas de sua esposa, a ex-Spice Girl Victoria Addams.
Curiosamente, apesar de estar em voga ultimamente, a palavra surgiu há uma década através do escritor britânico Mark Simpson através de uma descrição dos efeitos do consumismo na identidade masculina. Simpson chegou a declarar recentemente ao jornal The Independent: "Estava claro ainda no início dos anos 90 que a antiga moda (re)produzida, repressora e voltada para a masculinidade impermeável, estava ganhando tons mais claros através do consumidor capitalista. O impassível e "largadão" heterossexual não compra nada".
Obviamente, o impoluto leitor da ZeroZen está se perguntando. “Como eu posso fazer para saber se sou mesmo um metrossexual?”. A resposta é simples. Se você leu este texto até a agora, levou tudo a sério. Bem... ficou claro que camisas e gravatas de grife devem ser uma prioridade na sua vida. Agora, se na metade você já está estava pensando em jogar futebol e beber cerveja com seus amigos, pode ficar tranqüilo. Você é um bom e velho heterossexual.
O mais impressionante no metrossexual é que ele significa a vitória total e completa das feministas. Paulatinamente, elas vêm criticando, demolindo e crucificando o estereótipo de macho. Tudo isso para quê? Para criar um homem que se pareça com uma mulher? Não faz o menor sentido.
Ou seja, elas desejam um companheiro para toda a vida ou alguém para dividir cremes anti-rugas? Elas sonham alguém para compartilhar sentimentos ou para discutir os últimos lançamentos prét-a-porter da moda em Paris? Se fosse mesmo assim, o mais fácil, no caso dessa gente, era virar lésbicas.
Portanto, para acabar com este tipo de comportamento que prenuncia o fim da civilização a ZeroZen lança o metrobagual. Um homem moderno capaz de arrotar na mesa e coçar o saco com elegância na frente dos convidados. Alguém que está sempre pronto a assistir na tevê a reprise de Bangu e Madureira pela segunda divisão do campeonato carioca.
O metrobagualismo terá como lema a seguinte frase: “os homens são homens e as mulheres têm de ter senso de humor”. Claro que o metrobagual também se preocupa com a aparência. Tanto que chega a tomar banho uma vez por semana. O verdadeiro metrobagual também nunca baixa a tampa da privada.
O objetivo deste novo homem (além da cerveja e do futebol) é a perpetuação da espécie. Crescei e multiplicai-vos, já dizia Jesus Cristo. Por isso que ele fica dividindo sua atenção com quase todas as mulheres que passam na sua frente.
Porém, é preciso ressaltar, que o metrobagual também está preocupado em deixar um futuro melhor. Ele cuida da educação dos filhos. Pelo menos na parte relativa a mesada. O resto a mãe que se vire...
Para comprovar que o metrobagual é realmente a última novidade no mercado basta pegar o faturamento de todos os fabricantes de cerveja e comparar com os fabricantes de cosméticos masculinos. Fácil saber quem lucra mais. Logo, qualquer marqueteiro que investir em metrossexuais estará apostando no cavalo errado...
Obs: Eu sou Metrobagual, com toda certeza.