Há muitos séculos atrás, muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil, existia na região que hoje é chamada de Pará, uma tribo indígena muito numerosa. Como os alimentos estavam escassos, era difícil conseguir comida para toda a tribo. Então o chefe Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele dia todas as crianças recém nascidas seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional da tribo.
Até que um dia uma índia chamada Iaçá, que era a filha de Itaki, deu à luz uma menina que também teve de ser sacrificada. Iaçá ficou desesperada, chorava todas as noites de tristeza e saudades. Ficou várias semanas enclausurada em sua oca. Implorou a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua cheia, Iaçá ouviu um choro de criança ao longe, muito longe, bem dentro da floresta. Iaçá seguiu o choro e encontrou sua filhinha, ao pé de uma grande palmeira. Lançou-se em direção à filha, abraçando-a. Porém, misteriosamente sua filha desapareceu em uma nuvem brilhante.
Iaçá, inconsolável, chorou ali até morrer. Dias depois seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos estavam em direção ao alto da palmeira, que se encontrava carregada de pequenos frutinhos escuros.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos, provou e viu que era muito bom. Batizou de acaí, em homenagem a sua filha (Iaçá invertido). Com esses frutos, alimentou seu povo e desde aquele dia nenhuma criança foi sacrificada.
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