A banda de rock amapaense stereovitrola é a última atração a se apresentar na sexta edição do Festival “O Grito do Rock”, que será realizado hoje (10), no Macapá Hotel. Até aí, tudo bem. Só o show dos caras já era motivo suficiente pra eu ir assisti-los. Mas a boa nova é que a stereo tocará somente cinco músicas e abrirá espaço para a lendária banda Little Big, que executará seis canções.
Certamente, será uma noite especial para aqueles que assistiram apresentações da Little Big na Macapá dos anos 90. Este show matará um pouco da saudade que eu (e várias pessoas que conheço) tenho da velha Little, que não se apresenta há cerca de 10 anos. Sua primeira formação foi Antônio Malária no vocal, Ronaldo Macarrão no contrabaixo, Tibúrcio na guitarra e Zico na bateria. Todos eles skatistas.
A banda quase acabou com a saída de Tibúrcio. Patrick Oliveira (hoje líder da stereovitrola) assumiu este posto de forma brilhante. Houve um rodízio na cozinha da Little, a bateria contou com participações do Ricardo Kokada e do Kookimoto, mas quem emplacou mesmo foi o Mário (não lembro o sobrenome do Mário e nem sei por onde ele anda, mas o cara tocava muito). Eles tocaram juntos da segunda metade dos anos 90 até meados de 2002. Era a banda que mais agitava o rock and roll em Macapá.
A Little foi a banda de garagem mais duradoura e badalada daquela época (onde a Little tocava, era casa cheia). Eles tocavam o punk, indie, hardcore e manguebeat. Chegaram a desenvolver um som próprio, com composições do Antônio Malária, um flerte com o Batuque e Marabaixo, misturado ao rock.
A banda ganhou força com a percussão de Guiga Melo e Marlon Bulhosa. Inspirados, chegaram ao topo do underground amapaense com as canções próprias “Baseados em si”, “São Jose”, “Beira mar” e “Lamento do Rio”. Música amapaense, um dos meus trechos preferidos era: “Eu sou do Norte, por isso camarada, não vem forte”.
A banda embalou festas marcantes do nosso rock, teve seus anos de sucesso pelas quadras de escolas, praças, pista de skate, bares (principalmente o Mosaico) e residências de Macapá. Era rock em estado bruto, sem muitos recursos tecnológicos ou pedaleiras sofisticadas. Aqueles caras agitavam qualquer festa, quem foi ao Mosaico, African Bar, Expofeiras, Bar Lokau, festas no Trem Desportivo Clube e Sede dos Escoteiros sabe que do que falo.
"A stereo será ultima banda a se apresentar no Grito Rock, sobe no palco por volta de 22h. Toceremos cinco musicas apenas e abriremos espaço para show da Little. A L. Big vem com a seguinte formação: eu , Ronaldo, Antonio, kokada , kokimoto e teremos a participação do Guiga Melo na percussão. Rolarão umas seis canções, relembrando os velhos tempos! Bora lá?", convida Ruan Patrick, líder da stereovitrola e membro da extinta Little Big.
Vários fatores deram fim a Little Big, como desentendimentos internos e outras ondas. Eles não estouraram como banda autoral porque não tiraram os pés da garagem. Mas marcaram a história do rock and roll amapaense.
Elton Tavares
CARA MUITO LEGAL E EMOCIONTE ESSA POSTAGEM, FAZ VOLTAR NO TEMPO RELEMBRAR VARIOS FATOS INCRIVEIS - RONALDO MACARRAO
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