Ronaldo Rodrigues
Balancei como os países que sofrem terremoto, maremoto, tsunami. Mas continuo firme, às vezes bêbado, às vezes equilibrista.
Se cheguei ao fim do ano é porque o ano foi legal comigo. Também não dei muito trabalho. Só aos bombeiros, por causa do incêndio que causei com minha mania de dormir fumando.
Fui ausência marcante nos grandes shows. Nos de Madonna e Paul McCartney, não estive na primeira fila. O show do Stevie Wonder não vi. Nem ele.
Também estive fora das Olimpíadas. Lá em casa, na galeria dos troféus, uma medalha de barro brilha em seu estado opaco, me colocando no podium da minha olímpica nulidade.
Como o mar não estava pra peixe, deixei a barba crescer pra colocar a barba de molho. É uma piada infame, mas a estas alturas até que cola. Na verdade, deixei a barba crescer para infundir respeito. Pela tiração de onda que enfrento todo dia, parece que não deu muito certo. Talvez eu aceite o papel de Cristo na próxima semana santa. Afinal de contas, as porradas já estou levando há muito tempo.
Ponto positivo do ano que agora finda: provocado pelo amigo Elton Tavares, piloto deste superacessado blog, voltei a escrever crônicas. Obrigado pelo gás e pelo espaço, Elton. Espero que, com minha colaboração, teu blog não passe de acessado a processado (rsrsrsr).
O Capitão Açaí deixou a preguiça de lado e foi à luta, lá à maneira dele. Em 2013, o sub-herói do terceiro mundo vai encarar, finalmente, sua missão número 1: tirar o cartunista Ronaldo Rony da linha da pobreza.
O coletivo de quadrinhos do qual sou o decano levantou voo. A revista Mixtureba Comix enfrenta algumas crises editoriais, mas prossegue impávida. No começo de 2013, vai rolar o Segundo Encontro de Histórias em Quadrinhos do Amapá. Agora não tem kriptonita que faça essa galera perder a força.
Com a idade avançando, a barriga ganhando cada vez mais espaço, a gente vai começando a pensar no tempo. Fica pensando em mudar algumas atitudes. O problema é justamente esse. Geralmente só se faz pensar. Agir, que é bom, mas quando...
No dia 17 de janeiro do ano que entra (ui!), estarei completando 47 bisonhas primaveras. Nada mal pra quem achou que ia morrer aos 30. Não tive coragem ou covardia suficiente para me matar aos 20. Devo confessar que acho suicídio um ato podre de chique.
Apesar dos muitos percalços, tive algumas vitórias nesse tempo que até agora me foi dado para exercer minha falta de habilidade em lidar com a existência. Perdoei aqueles que praticaram bullying comigo na infância. Só não deixo eles saberem, senão vão me encher de porrada de novo.
O mundo não acabou e já estou me conformando com isso. Esse negócio de fim do mundo deve ser promessa de campanha. Nunca rola e quando rolar vai ser meia-boca, com certeza.
Então é isso. Ou não é nada disso. Adeus, ano velho! Feliz, ano novo! e tal.
No Response to "Balanço de fim de ano (por Ronaldo Rodrigues)"
Postar um comentário