De repente, ouviu-se um barulho ensurdecedor. Era a tarde que caía.
O diabo do filho do vizinho passou com sua banda, fazendo um barulho dos infernos.
O silêncio que imperava pegou sua coroa e saiu de mansinho, já caindo no chão, morto de vergonha.
Sentiu-se um forte cheiro de tinta. Era a meninada pintando o sete.
Com uma enorme colher, a empregada alimentava a vã esperança de que tudo se ajeitasse.
As pessoas atiravam em todas as direções, tentando matar o tempo.
Ouviu-se uma pancada e um berro desafinado. O relógio tinha batido a hora errada.
O cheiro de comida veio da cozinha armado até os dentes de alho e invadiu a sala prometendo matar todo mundo... de vontade de comer.
Ronaldo Rodrigues
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