Amanhã (11), quem sobe ao Palco da Esquina, na Casa de Show Copacabana, é a cantora e compositora Ana Martel, primeira artista amapaense a gravar um CD com incentivo da Lei Rouanet.
O Show “Sou Ana” foi apresentado em outubro de 2009 no Teatro das Bacabeiras com grande sucesso de público, para lançamento do CD.
A carreira
Foram mais de 25 anos de carreira até gravar o primeiro CD. “Se tivesse feito antes, talvez não ficasse tão feliz como estou agora”, revela Ana. As razões pela demora na gravação do primeiro trabalho são diversas. “Tem os percalços normais de todo mundo que mora no Norte do Brasil, no Amapá, que tem problemas de toda ordem e não consegue sobreviver da arte. Isso é fato. Mas, também tem a questão pessoal. Eu estava sempre em transição com relação à minha própria arte, se eu gostaria de fazer um CD só como intérprete ou um trabalho mais autoral”, explica.
O primeiro parceiro musical de Ana Martel foi o artista amapaense Zé Miguel, que musicou o poema “Óleo sobre tela”, feito pela cantora em homenagem à comunidade quilombola do Curiaú. A partir daí outros poemas e letras foram nascendo para novas parcerias. Ana Martel resolveu então criar suas próprias melodias. “Estudo violão para aperfeiçoar minha melodia. Tive que aprender a tocar para poder guardar aquilo que eu pensava”, conta ela. O processo criativo de Ana começa com o canto, que depois é adaptado para os acordes do violão.
O CD
A música que dá nome ao CD “Sou Ana”, nasceu de um poema feito pelo compositor acreano Sérgio Souto em homenagem à cantora, que ganhou melodia de Enrico Di Miceli. Duas músicas são de Joãozinho Gomes e Val Milhomem e dos paraenses Marcelo Siroteu, Ubiratan Porto e Paulinho Moura. Mais oito canções compõem o álbum. Dessas, sete são de sua autoria, letra e música, e uma é fruto de parceria com Zé Miguel.
O diretor musical Luiz Pardal foi fundamental na decisão do repertório mais autoral. Ele foi ouvindo, conhecendo e gostando do trabalho da compositora. No final definiu o repertório junto com ela, mas recomendando fortemente que suas músicas permanecessem no disco. Com todas as canções gravadas, o CD agora está em fase de mixagem.
“Sou Ana” foi todo feito com contrabaixo acústico e cordas. “E eu queria que ele soasse bem artesanal. As caixas de marabaixo estão límpidas. Não tem nada eletrônico”, explica a artista. O público pode esperar um repertório versátil, como a cantora se auto-define: “é um CD que é a Ana do Amapá, da Amazônia, uma pessoa versátil que canta de tudo”. Ana Martel conta com participações especiais das cantoras Andressa Nascimento, de Roraima e Patrícia Bastos, do Amapá.
Repercussão
Após o lançamento do CD Ana foi convidada para cantar no Sarau do Largo dos Inocentes, maior projeto de música amapaense para execução pública, realizado desde 2008 pela Confraria Tucuju no Centro Histórico de Macapá. Em seguida a cantora recebeu convite para participar como artista e palestrante no 21º Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, em Juiz de Fora – MG. Evento realizado em julho deste ano.
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