Símbolo da resistência e das lutas femininas no Brasil, a jornalista Patrícia Galvão, conhecida popularmente como Pagú, será título do show cheio de ritmos e emoções “Voz de Pagu”, que ocorre nesta sexta-feira, 09, às 19h, no Teatro das Bacabeiras, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A programação é uma realização do GEA, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A entrada é gratuita.
Envolvendo música, dança, intervenções literárias, homenagens, artes visuais, audiovisual e memória, o evento será totalmente composta por mulheres, desde a responsável pela ornamentação do palco à banda base.
Serão duas horas e meia de programação e 28 cantoras: Oneide Bastos, Claudete Moreira, Lady Púrpura, Julia Medeiros, Laudy Santarém, Patrícia Bastos, Maria Ely, Adriana Raquel, Carol Diva, Taty Taylor, Rebecca Braga, Vanessa Rafaelle, Ingrid Sato, Celine Guedes, Brenda Mello, Julielle, Hanna Paulino, entre outras, interpretando canções marcantes da música brasileira.
Ao final das apresentações mulheres que fizeram história no Amapá receberão uma singela homenagem. “São senhoras que muito contribuíram e contribuem com a cultura do nosso povo, como a tia Chiquinha do Bolão, Vó ia ia, tia Biló, a Luci do Tacacá, entre outras. Mulheres do povo, que nos enchem de orgulho”, diz o secretário de Cultura Zé Miguel.
O público também será especial. É que com o apoio de transporte, da Secretaria de Estado de Inclusão e Mobilização Social (Sims) idosos do Abrigo São José, Casa da Hospitalidade e Abrigo de Santana virão prestigiar o evento.
“Voz de Pagu”
Ano passado Patrícia Rehder Galvão, Pagu, foi a homenageada do Mérito Cultural 2011 pelo Ministério da Cultura. Uma guerreira, que concentrou suas energias na luta contra a desigualdade social, se movendo sempre no sentido de alargar os horizontes da criação. Ela foi uma ativista do novo - na criação estética, na prática política, na militância cultural, na luta pela ampliação da presença feminina na vida brasileira, na transformação da dimensão existencial, cotidiana.
Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, foi militante comunista, sendo a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas. Aos 18 anos se integra ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade, com quem foi casada, e Tarsila do Amaral.
Publicou os romances Parque Industrial, sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro, e A Famosa Revista (Americ-Edit, 1945). Escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, atuou no teatro.
Em 1988, a vida de Pagu foi contada no filme Eternamente Pagu (1987), no primeiro longa metragem dirigido por Norma Benguell, com Carla Camurati no papel-título, Antônio Fagundes como Oswald de Andrade e Esther Góes no papel de Tarsila do Amaral. Foi tema de dois documentários, aparece como personagem do filme O Homem do Pau Brasil, foi retratada como personagem na minissérie Um Só Coração (2004), interpretada por Miriam Freeland.
Há uma canção homônima, Pagu, composição de Rita Lee e Zélia Duncan, interpretada por Maria Rita. Além de ser desenhista e ilustradora, foi ela que trouxe ao Brasil as primeiras sementes de soja. Pagu morreu em 12 de dezembro de 1962, acometida de câncer.
Serviço:
Evento: “Voz de Pagu” - show em homenagem ao Dia Internacional da Mulher
Data: 09.03 (sexta-feira)
Local: Teatro das Bacabeiras
Hora: 19h
Entrada Gratuita
Rita Torrinha/ secult
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