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segunda-feira, março 11, 2013

Excelentíssima companhia (crônica de Ronaldo Rodrigues)

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Li uma crônica de Luis Fernando Veríssimo em que ele confessa (como se crime ou pecado) que fica jogando paciência sempre que se coloca diante do computador para trabalhar. É como se fosse um alongamento cerebral. Como o cérebro precisa trabalhar, a paciência ajuda a relaxar os miolos, como os jogadores de futebol, ou qualquer outro esporte, que fazem aquecimento antes de entrar em campo/quadra. Mas ele só confessou porque se sentiu redimido ao saber que Chico Buarque também é dado à prática da paciência antes de começar a trabalhar.

É a glória! Pensei em voz alta (e não me referia à Glória, minha vizinha gostosa do oitavo andar). Acabava de descobrir que não estou sozinho nesse jogo. Pelo contrário, estou em excelentíssima companhia. Dois expoentes da arte nacional (e por que não dizer também da timidez nacional?) cultivam o mesmo hábito que eu.

E o Veríssimo escreve também que não chega a ser um grande praticante de jogos eletrônicos. Escolheu a paciência por ser mais fácil. Igualzinho a mim. Já escrevi aqui neste espaço sobre minha pouca-quase-nenhuma habilidade com os jogos virtuais. É bom saber que os grandes também têm suas pendengas com a tecnologia.

Agora, posso jogar minha paciência sem traumas, sabendo que faço parte de um seleto grupo (que deve aumentar, já que muitos se sentirão encorajados a confessar também) que joga paciência antes, durante e depois de cada lance em suas crônicas, contos, poemas, roteiros...

Espero que esses caras me estimulem a fazer como eles, que ficam distraindo o cérebro antes da partida principal e quando entram em campo é pra arrebentar.

Ronaldo Rodrigues

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