Na casa da Tia Biló os festeiros e integrantes do grupo Raimundo Ladislau deixam tudo pronto para Domingo de Páscoa, quando o Ciclo do Marabaixo terá início no Laguinho. Os festeiros Iury Soledade e Raimundo, tataraneto e neto do Mestre Julião Ramos, trabalham para que o Ciclo do Marabaixo inicie e encerre dentro das perspectivas de manter a cultura secular e fortalecer a fé no Divino Espírito Santo e na Santíssima Trindade. Os festejos iniciam agora e só encerram em junho, no dia de Corpus Christi.
No Laguinho a programação segue a tradição e durante os três meses de honrarias acontecem rodadas de marabaixo, bailes de sócios, novenas, missa e café da manhã. Desde que mestre Julião Ramos atravessou do centro de Macapá para povoar o Laguinho, estes momentos são regados a caldo, gengibirra, fogos e muitas roupas floridas e brancas. “Mantemos os costumes dos antigos para preservar nossa memória. Ainda criamos ‘ladrões’ de marabaixo contando nossa história e preservamos nossa fé”, diz Iury Soledade.
Para a abertura do Ciclo, mais de 90kg de gengibre para fazer o gengibirra foram comprados e ¼ de boi será usado com muita verdura para o caldo. “Até domingo a gengibirra está apurada. Ela está na medida, só tem que ser degustada com cuidado, mas o caldo corta o efeito e deixa todo mundo brincar no salão sem problemas até o final da festa” diz Iuri. Os fogos serão manuseados por um profissional para evitar acidentes. As fitas coloridas e as coroas que representam o Divino e a Santíssima trindade estão limpas aguardando os devotos e promesseiros.
Desde que o Governo do Estado sancionou a Lei aprovada na Assembleia Legislativa, o Ciclo é realizado em quatro locais, dois na Favela, antigo Santa Rita, e dois no Laguinho, que são bairros tradicionais inicialmente povoado por negros. Nos últimos anos a comunidade de Campina Grande, zona rural de Macapá, também realiza as homenagens. O Governo do Estado e a Prefeitura de Macapá patrocinam os eventos. No sábado os festejos começam na Favela, na casa de Bibi Costa e Natalina Costa, e no Laguinho nas casas de Tia Biló e Mestre Pavão. Sempre a partir das 16h.
Mariléia Maciel
Assessora de Comunicação
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