Beck e seu terno.
Não é conversa de pescador: Bill Gates não se cansa de enviar e-mails me pedindo doações. O homem mais rico do mundo quer que eu lhe envie dinheiro em espécie, tanto faz, Real, Dólar Euro ou Dobrões espanhóis. Suas mensagens asseguram que os valores serão investidos em suas obras sociais ao redor do planeta fome.
É uma heresia. Como todos sabem, não sou funcionário público, não entrei pela janela em nenhuma sinecura municipal, estadual ou federal, tampouco cultivo o hábito de achacar os semi-poderosos do Amapá com chantagens emocionais no melhor estilo Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello. Resumindo: ganho o meu “sagrado pão que o diabo amassou” formulando pautas, fazendo reportagens, escrevendo matérias, editando o meu site e, eventualmente, tocando minha guitarra flamejante.
Mas, como todo brasileiro, eu tenho meu lado bonzinho. Portanto, quero ajudar Mrs. Gates. Porém, para que isso aconteça, preciso da parceria do homem mais rico do Brasil, o inteligentíssimo, habilidoso e sortudo, nascido em berço esplêndido, Eike Batista Xavier. A razão pela qual me refiro ao ex-marido da esfuziante Luma é uma só: Eike é um ser humano generoso. Prova disso foi o recente arremate do terno utilizado pelo cidadão Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira posse como presidente da República Federativa do Brasil.
O leilão em que Eike realizou ato tão generoso foi organizado, em agosto último, por Wanderley Nunes, o cabeleireiro das celebridades, entre elas, Dona Marisa Letícia, a digníssima primeira-dama do país até 31 de dezembro. Eike pagou a módica quantia de R$ 500 mil pelo terno feito com exclusividade por Ricardo Almeida. Cerca de 80 peças foram a leilão, e o valor arrecadado foi investido na Escola do Povo, um projeto de alfabetização na favela Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo.
Portanto, além de exímio jogador no mundo dos negócios, Eike é dotado de enorme sensibilidade e instinto de solidariedade. E quero lembrar ao presidente Lula, à Dona Marisa Letícia e ao próprio Eike que também tenho projetos sociais, além de uns ternos, algum surrado Armani, um ou outro fustigado Calvin Klein.
O que envergo na foto da coluna é um desses ternos que se compra no comércio de Macapá para ir a formaturas. É este vistoso traje que pretendo vender ao senhor Eike Batista. Ou melhor: espero que ele o compre, pois não quero que pensem que mudei de ramo e estou a vender roupas em Macapá.
A indumentária em questão não tem a pompa e circunstância do terno de Lula. Mas, com certeza, o dinheiro que me for repassado pelo filho de Eliezer Batista não será usado para tomar cachaça. Quero investi-lo em um projeto social: a criação de uma biblioteca para disseminar o hábito da leitura entre as crianças e adolescentes carentes da capital amapaense. Essas pessoas estão saturadas dessa droga chamada tecno-mellody. E, assim como Dona Antonia, a minha querida mãe, me ensinou a ler e escrever em papel de pão, eu espero contar com a parceria de Eike Batista para garantir um futuro melhor às próximas gerações da minha terra.
Aqui faço um apelo na rede mundial: Senhor Eike Batista Xavier, seja sensível, arremate o meu terno e repatrie para o Amapá alguns dos míseros dólares que suas empresas extraíram das lavras de ouro de nosso solo. Sinceramente, espero a sua colaboração. Com certeza, o seu coração de ouro num peito de ferro – como o de todo bom mineiro -, vai bater mais forte por uma causa justa.
Oh, essa é ótima(se eu tivesse grana, pagava pra ver isso acontecer), então, ficarei torcendo para que o digníssimo Eike compre o sue terno por um valor bem polpudo! ^^ Muita sorte pra vc, vou seguir o blog a partir de hoje. =)
ResponderExcluir