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sexta-feira, março 25, 2011

SOBRE O U2 NO BRASIL - Parte 1

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                                                                        Por André Mont’Alverne

Vamos começar pelo início. Houve uma certa vez, um momento em que eu comecei a escutar Rock. Eu não lembro exatamente o ano, mas posso assegurar que isso aconteceu na década de 80, sob uma forte influência do meu irmão mais velho. Por isso costumo pensar na década de 80 como uma espécie de terra natal musical.

E acho que tenho sorte por ter algumas lembranças bem vívidas daquela época. Na verdade a única reclamação que eu tenho dos anos 80, é a de ter sido muito criança e não poder ter tomado vários porres pra apreciar a coisa toda com mais gosto. O Flamengo tinha um timaço, o Rock Nacional falava coisas que tinham sentido e entre uma lista quase interminável de ótimas bandas internacionais, tinha o U2.

Alguns exagerados falam que nós precisamos de novas doenças, tensão nuclear, inflação, guerra, ditadura militar, Sarney Presidente do Brasil de novo e desastres em geral para que apareçam boas bandas como nos anos 80. Bem, eu não penso dessa forma, não é por aí o caminho. Até porque não estamos vivendo em uma situação tão diferente hoje. Pensando bem, acho que tudo isso faria, pelo menos, os jovens voltarem a se vestir de preto pra tentar fazer alguma coisa a respeito. Mas isso é uma outra história.

Voltando pra 2011. O Flamengo tem um bom time e ainda temos o U2. Mas hoje, não está na moda gostar de U2. É uma banda muito grande, muito rica, muito velha e muito família. Características que vão contra a filosofia de qualquer adolescente roqueiro ao redor do planeta. Sem falar que o U2 também é uma multinacional e uma religião em forma de banda.

Podemos dizer que, salvando algumas raríssimas exceções, o U2 foi o que sobrou dos anos 80. E em minha opinião (podem jogar pedra, pois eu tenho um escudo de argumentos) depois de tantos anos a diferença do U2 de hoje pra aquele U2 que gravou “The Unforgettable Fire” e o “Joshua Tree”, são somente duas coisas: A parafernália tecnológica que os cerca e a idade dos membros da banda.

O U2 foi uma banda que nasceu com um pé no Punk Rock, depois cresceu como tinha que ser. Imaginem o U2 limitado somente a três acordes. Provavelmente teria ficado pelo caminho como o The Clash.


Até hoje a banda tem o Rock correndo nas veias, não aquele Rock mesmiçe do AC/DC, mas um Rock que aposta no desconhecido sem medo, e apesar das constantes mudanças, a música da banda sempre foi identificada de imediato como sendo única: seja pela voz do Bono, seja pelos efeitos agudos da guitarra do The Edge ou pela batida de marcha militar da bateria do Larry Muller Jr.

Assim como a música do Pink floyd ou Johnny Cash, o som que vem do U2, além de ser original, é uma constante celebração. Se fossem americanos, a mídia de lá já os teriam colocados acima de Elvis. Mas o que vemos hoje, são muitas pessoas que estão mais preocupadas em descobrir o próximo U2 do que em reconhecer o próprio. E a banda taí, e continua cantando para todos ouvirem.


O U2 está vindo ao Brasil pela terceira vez e como aconteceu nas duas vezes anteriores, o país vai parar. Isso ocorre porque o show do U2 arrasta multidões que incluem, além dos verdadeiros fãs, muitos curiosos que nunca ouviram nem a metáde dos discos da banda e vão lá só pra presenciar a magnitude absurda que é esse evento.

Não vai se falar em outra coisa enquanto os caras tiverem por aqui, mesmo que seja pra criticar. O U2 se tornou muito grande para qualquer país e mesmo que sejam três ou até quatro apresentações, como andam dizendo por aí, não vai ser suficiente.

No final do ano passado, algumas histórias sobre as façanhas de muitos para conseguir ingressos para o show, impressiona. Gente que ficou até as altas horas da madrugada tentando acessar o site. Pessoas indignadas processando o site por não ter conseguido a entrada, outras que passaram a madrugada na frente da loja que ia vender o ingresso.


Com a experiência de quem viu três shows do U2. O que eu posso dizer sobre tudo isso. É que vale a pena cada gota de suor derramado, cada centávo gasto e cada segundo de espera no sufoco esperando a banda entrar em cena.

Nos próximos textos eu vou falar sobre álbuns clássicos da banda das duas viagens que eu fiz pra ver o U2 ao vivo, uma em 1998 e outra em 2006, e consequentemente tentar explicar o extenso poder de atração que essa banda desperta nas pessoas em um estádio. Até lá.

Um comentário:

  1. Tudo bem que o post foi feito por um fã do U2, mas afirmar que AC/DC é mesmice passou um pouco dos limites e alem disso o Green Day com 3 acordes é uma das maiores bandas do mundo a mais de 20 anos(tudo bem que deu uma caída no ultimo album), e pra finalizar só de comparar U2 a Elvis é uma heresia mas como és um fã, creio eu que o coração falou mais alto que a razão!!!

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