Raul Seixas foi encontrado morto em seu apartamento no dia 21 de agosto de 1989, há 23 anos. O músico baiano teve diversas fases ao longo de sua carreira. Em Salvador, ainda jovem, foi defensor do rock'n'roll - que naquela época pregava uma mudança radical nos costumes. Com versões de Dick Glasser e dos Beatles, lançou com a banda Os Panteras o LP Raulzito e Os Panteras, em 1968.
O disco obteve pouca repercussão, assim como Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, lançado em 1972 com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star. Só em 1973, com o primeiro LP solo, Krig-ha, Bandolo!, é que Raul começou a fazer sucesso, já com músicas escritas em parceria com o escritor Paulo Coelho.
Longe de ser só musical, a dupla com Paulo Coelho fez com que Raul aprofundasse o seu interesse por questões místicas. Em 1974, criaram a Sociedade Alternativa, baseada nas ideias do bruxo inglês Aleister Crowley. Os principais preceitos da crença foram divulgados na música Sociedade Alternativa, lançada no LP Gita, de 1974.
Raul ainda lançou 2 discos em que a parceria com o "mago" produziu canções famosas: Novo Aeon e Há 10 Mil Anos Atrás.
A partir de 1977, os discos do músico baiano ganharam menos atenção da crítica e em 1978 o cantor passou por complicações decorrentes do consumo excessivo de álcool que lhe acompanhariam pelo resto da vida.
Música
Raul criou uma mistura entre blues, folk e música brasileira que o distinguiu de outros artistas que faziam rock na época, como a Jovem Guarda. Já em seu primeiro disco solo, o cantor misturava baião, country rock e música gospel em canções como Ouro de Tolo e Metamorfose Ambulante.
Passou pelo brega, pelo rockabilly, pelo blues, pela MPB e diversos outros estilos que ampliaram o conceito de 'roqueiro', como Raulzito era visto na adolescência. Longe de ser só um representante da Sociedade Alternativa, ele se questionava, fazia crônicas, dialogava com canções da MPB e tinha consciência de que precisava se dividir entre a verdade do universo e a prestação a pagar, como canta em Eu Também Vou Reclamar.
Fonte: Estadão
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