Se o ser humano tivesse realmente evoluído, estaríamos nos comunicando por telepatia. Nada de celular, e-mail, rede social, chat, blog... Essas nomenclaturas todas que invadiram nosso cotidiano.
Hoje, comunicação é imediatismo, é a pressa confundida com agilidade. Quem tem paciência de esperar uma carta pelos correios? A mágica de receber uma correspondência que percorreu grandes distâncias físicas, bem maiores que as distâncias virtuais. Quem quer experimentar esse encantamento? A comunicação ganhou em velocidade e perdeu em poesia.
A mente humana é realmente prodigiosa. A internet é uma invenção fantástica, certo? Mas a mesma humanidade, capaz de criar tal máquina, também é capaz de usá-la com requintes de frivolidade. E com muita maldade.
Parte dos internautas usa as possibilidades oferecidas para pesquisar e enriquecer seus conhecimentos. Outra parte, bem maior infelizmente, usa essas possibilidades para disseminar ideias toscas, que já nasceram atrasadas, como homofobia, xenofobia e outras fobias, que nesses casos não significam medo, mas aversão. Aversão a tudo o que não se encaixa nos padrões abrir aspas normais fechar aspas. Existem gangues disfarçadas de torcidas de futebol marcando, pela internet, encontros para enfrentamentos, pancadarias e outros meios truculentos de arrotar superioridade babaca.
E o que dizer dos vídeos íntimos que algum idiota dispõe na rede e atiça a curiosidade de milhares de outros idiotas? É a fofoca chegando mais rápido e mais longe. É a vigilância da vida alheia praticada com mais eficácia e obscurantismo. É o ti-ti-ti de bairro, o âmbito da paróquia dominando o pensamento da aldeia global. É a mentalidade da Idade Média com os recursos do século XXI, potencializando sua virulência.
Mas não pensem que sou retrógrado, atrasado, essas coisas. Também me utilizo de computador e internet, procurando não desmerecer o gênio dos que a criaram, a favor da troca de informações que possam valer para a vida de alguém.
Sou avô do homem de neanderthal em termos de tecnologia. Domino o básico dessa relação, o suficiente para não ser dominado pelo computadorismo radical dominante. Sei que é tão chato o sujeito que nada entende de informática quanto o que entende tudo. Ou supõe entender.
Especialistas estão à solta. Designers gráficos em profusão. Balance uma árvore e cairão centenas de técnicos de informática, milhares de cinegrafistas, o mesmo número de fotógrafos e um menu inteiro de DJs. Criei este slogan e brinco sempre com ele: apertou o play, virou DJ. Os especialistas em marketing também pontificam, exibindo seus talentos pra lá de questionáveis, seus diplomas outorgados por universidades caça-níquel.
Não estou isolado do mundo, mas acho engraçado o sujeito que se isola em seu mundo/quarto, diante de seu monitor de alta definição, conversando com o mundo inteiro sem falar com ninguém, sem olho no olho. Ou trocando insultos, replicando frases de autoajuda e piadas tolas.
Não sou avesso à modernidade, mas excesso é sempre ruim. E não esqueçam que estou usando equipamento moderno para escrever esta crônica, que será enviada pelas ondas dessa tal de web.
É. Eu também tenho que me alinhar.
Ronaldo Rodrigues
Égua do texto porreta!!! Rony tem toda razão! Tem mta coisa boa na internet, mas tem gente que só utiliza os pontos negativos desse recurso! Admiro demais o Ronaldo, que não precisa estar ligado o tempo todo na web pra estar melhor informado que qualquer piolho de facebook!! Parabéns Elton por postar este texto!! beijos
ResponderExcluir