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sábado, novembro 30, 2013

Minha preocupação...

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Com quem fala merda de mim ou que não gosta deste blogueiro. Afinal, EU pago minhas contas, não dependo ( e nem sugo) de ninguém e sou MUITO feliz. Por isso, não tô nem aí, rs. 

Coral do TJAP realiza a 15ª Cantata Natalina neste sábado, 30

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Neste sábado (30), às 19h30, o  Coral do TJAP realiza a 15ª Cantata Natalina. O evento que todos os anos atrai milhares de pessoas e que sempre emociona com um show de cores, brilho, luzes e vozes, promete muitas surpresas.

Afinal serão quinze anos de um espetáculo que já se tornou uma programação do Calendário de Eventos da cidade. Em 2003, o grupo inovou ao criar o Coral Infanto-Juvenil, para que os filhos de servidores do TJAP pudessem se juntar ao grupo.

Este ano com o tema "Acender das Luzes", o Coral irá repetir a parceria iniciada em 2012 com a Orquestra Filarmônica Equinócio das Águas.

Bernadeth Farias
Jornalista/Assessora de Comunicação

TSE reconduz Zeca Madeireiro ao cargo de prefeito de Laranjal do Jari

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Por Abinoan Santiago, do G1 Amapá

O ministro Dias Toffoli, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu na sexta-feira (29) uma liminar que garantiu a volta de Zeca Madeireiro (PROS) ao cargo de prefeito de Laranjal do Jari, a 265 quilômetros de Macapá.

A decisão foi expedida dez dias depois do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) ter cassado em 19 de novembro o mandato de Zeca Madeireiro por suposto favorecimento ilícito nas eleições de 2012 da ex-prefeita Euricélia Cardoso.

Com a decisão, o prefeito vai ocupar o cargo até o julgamento do processo pelo pleno do TSE; e Walber Queiroga (PDT), que assumiu a prefeitura de Laranjal do Jari após duas cassações contra Zeca Madeireiro em 2013, deixará o cargo pela segunda vez.  O primeiro caso aconteceu em outubro.

Walber Queiroga foi o terceiro colocado em 2012. O empresário Idemar Sarrafi, que ficou em segundo lugar na eleição, está com os direitos políticos suspensos.

Segundo Toffoli, a posse de Queiroga antes da decisão do TSE deveria ser "adotada com prudência, em respeito ao princípio da soberania popular".

O ministro sustentou que a execução imediata das decisões do TRE "deve aguardar o julgamento de embargos de declaração perante o Tribunal Regional, o que também justifica, no presente caso, a cautela na execução imediata" da sentença.

Música de agora : Aposentadoria de Malandro

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Aposentadoria de Malandro -Velhas Virgens & Bezerra da Silva 

Isso prá mim
É aposentadoria
De malandro...(2x)

Que foi sangue ruim
A vida inteira
E depois de velho
Quer virar santo
Foi sangue ruim
A vida inteira
E depois de velho
Quer virar santo...

Esse era o cara
Que quando era novo
Fumava e bebia
Não tinha amigos
Não tinha família
Onde passava
Era só confusão
Fez falcatrua
Roubou de cego
E de aleijado
Mas hoje em dia
Entrou prá igreja
E diz que tá regenerado...

Deu cheque sem fundo
Tomou emprestado
E não pagou
Vendeu aquilo
Que não era dele
E até os amigos
Ele caguetou
Ganhou tanta grana
Comprou jatinho
E lancha a motor
Depois de rico
Entrou prá igreja
E hoje diz que é pastor...

Isso prá mim
É aposentadoria
De malandro...(2x)

Quando via um mendigo
Tratava sempre na porrada
Pintava e bordava
Com a filha dos outros
E largava depois que enjoava
Mas hoje em dia
Faz sermão
Dá grito e reclama
Diz que sexo sem casamento
É coisa de gente sacana...

Isso prá mim
É aposentadoria
De malandro...(2x)

Que foi sangue ruim
A vida inteira
E depois de velho
Quer virar santo
Foi sangue ruim
A vida inteira
E depois de velho
Quer virar santo...

Isso prá mim
É aposentadoria
De malandro...(2x)

Que foi sangue ruim
A vida inteira
E depois de velho
Quer virar santo
Foi sangue ruim
A vida inteira
E depois de velho
Quer virar santo...

Aos meus amigos evangélicos (Por Ricardo Pereira)

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Queridos, perdão, mas antes que me tirem de suas orações e de seus corações, gostaria de lembrá-los de que não sou gay (por opção), não sou anti-evangélico (jamais), e embora tenha tido um pai preto (sim, preto mesmo, como ele fazia questão de dizer), tenho a pele clara por parte de minha mãe e ainda: não sou contra qualquer pastor ou outro sacerdote participar ativamente de nossa vida pública e política.

Iniciei dessa maneira para esclarecer que, quando me posiciono a favor da saída de Marco Feliciano da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, não o faço porque ele é pastor ou não professa minha fé ou porque faço parte das 'minorias atingidas', não. Faço-o porque esse indivíduo demonstra claramente não estar preparado para assumir um posto com tanta responsabilidade. O que se diz contra ele não são 'falácias' não, menos ainda 'perseguição ao povo de Deus' (TODOS nós somos filhos de Deus! Estão confundindo religião com religiosidade!)!

As declarações estão na mídia e não foram forjadas como as supostas declarações do deputado Jean Willis (que está processando o pastor). Até os partidários dele (também cristãos e/ou pastores) sabem disso e o estão aconselhando a sair.

Fosse ele padre, bispo, papa, macumbeiro, jedi ou power ranger, eu agiria do mesmo jeito, repudiando tal representação. Basta ter esse comportamento fundamentalista e essa falta de compromisso com a opinião alheia! Também me posicionei contra Collor, Sarney, Renan Calheiros e outros parasitas!

Muita coisa que está escrita na Bíblia (sim, eu a leio!) não pode ser levada ao pé da letra nos dias de hoje, por favor! Caso contrário, alguns outros absurdos ainda estariam acontecendo.

A Bíblia é um livro lindo e representa a palavra do Senhor, no qual acredito. Estão transformando-a em um livro de PODER. Eu rejeito o PODER, me desculpem queridos amigos!

Para mim, vale a famosa frase: "Não existe abuso de poder, o poder por si só já é um abuso!"

Perdão, novamente, e Deus abençoe a todos!

Ricardo Pereira, professor e músico da banda Manoblues

Hoje rola Curupira na Piscina

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Temos um convite especial pra te fazer:
Vem mergulhar de cabeça na piscina com a gente?!

Dia 30.11 no Macapá Hotel, vai rolar a primeira pool party da Curupira Vampiro, com um line up incrível, promoções especiais de bebida e até concurso da camiseta molhada!

A Curupira Vampiro recebe com muito orgulho, pela primeira vez em Macapá o paraense que é destaque na cena eletrônica brasileira, Jaloo, que é uma das atrações do último dia do Festival Quebramar 2013! Com uma mistura deliciosa de pop, eletrônico e tecnobrega, vai ser a trilha perfeita pra nossa piscininha! Mas não acaba por ai... receberemos ainda os incríveis Djs XOC! (PA), Adriano Leite e Yuri Tembra com muito eletro, rock, pop e punk, indie rock, synthpop, 80's, e o melhor do pop vão fazer você excluir a palavra “cansaço” do seu vocabulário e querer que a noite tenha 24h! O nosso querido Phillsucks, retorna com um set disco especial! E é claro, teremos os já conhecidos Djs Curupira (Alcirrr e Luih Grangeiro) e Ruan Over, fechando o line up... quem sabe, não teremos algumas surpresinhas na festa?

Curupira Na Piscina 
30.11 
Macapá Hotel, 22h
Traje: Roupas Leves

Line Up:
Jaloo (PA)
DJs XOC! Adriano Leite e Yuri Tembra (PA)
Phillsucks (PA)
Djs Curupira (Luih G. e Alcirrr)
Ruan Over

Ingressos: (primeiro lote disponível a partir de 20.11)
R$ 20 – 1º Lote
R$ 30 – 2º Lote
R$ 40 – 3º Lote

Postos de Vendas: 
Latitude Zero Conveniência
Sorveteria QSabor Centro

Música de agora: Virei Crente - Raimundos

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Virei Crente - Raimundos

Se eu uso terno
E camisa com gravata
Calça brega bem passada
É que me converteram.

Eu fui no culto do domingo
E vi o pastor jogando bingo
E gastando todo meu dinheiro.

E me levou os bens
Me levou tudo
Levou casa,
Levou carro importado
Até o meu desodorante
Me disseram amém!

Só pode entra se der o dizimo
Parar de gravar disco
E sair da banda.
Isso é pro meu bem!

Fui batizado há 2 meses
Na piscina de água benta
No quintal de uma igreja bem legal!
Eu to passando mal, to incorporado mainha!

Pastor: a salvação esta aqui aleluia! - "aleluuia"

Refrão:
Ohhh mãe
Vê se me manda um dinheiro,
Meu culto é maneiro
Não tem mais dinheiro pra dar.

Pastor: irmãos vamos colabora, vamô dá dinheiro, dá relógio, dá carteira, dá cheque, dá tudo!

Refrão:
Ohhh mãe
Acho que me converteram
Fiquem sem dinheiro
Mandaram eu parar de cantar.

Pastor: meu filho você se converteu,o satanás saiu do seu corpo.agora trás o digão, trás o fred, o canisso, trás o chorão do charlie brown jr, trás o marco túlio que é lindo de morre lá do jota quest, tras o frejat, trás todo mundo aleluia queima - "queima"

Meu dinheiro sacolinha levo

Pastor: levo não tá comigo guardado no cofre

Me pediu uns 10 mil me pediu, ai eu dei

Pastor: ainda bem irmão senão você iria queimar no inferno

Ahhhhh eu dei...

Pastor: domingo estaremos na sede com uma corrente de fé e esperança com os artistas,traga seu instrumento para benzer irmão aleluuuuuia

Virei crente, virei crente, virei crente demais...
Parei de ser maconheiro!
Virei crente, virei crente, virei crente demais...
E canto gospel o dia inteiro.
Virei crente, virei crente, virei crente demais...
Parei de ser maconheiro!
Virei crente, virei crente, virei crente demais...

Pastor: Irmãos tá amarado.sai capeta, - "sai capeta" - sai, aleluia irmão - "aleluuia" queima, queima "queimaaa"
Sai desse corpo agora, sai, eu te ordeno,sai. sai - puum - por ai não, capeta!

Hoje é o Dia do Evangélico

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Hoje (30), é o Dia do Evangélico. O dia 30 de novembro foi instituído como após leis municipais e estaduais no município de Santana e no estado do Amapá, em 2003 e 2004, respectivamente.  Ambas as Leis foram homenagens aos evangélicos amapaenses, que de acordo com a história, formou-se mediante muitas perseguições. Os evangelizadores teriam sido vítimas de vários ataques, chegando até a uma decisão radical do antigo vigário de Macapá, padre Júlio Maria Lombaerd, a queimar os livros em praça pública, com a ajuda da polícia e convocação da população. 

Motivado pelas leis amapaenses, o então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por meio da Lei nº 12.328, de 15 de setembro de 2010, instituiu o Dia Nacional do Evangélico a ser comemorado em 30 de novembro de cada ano.

Óquei. Então, sou totalmente a favor da liberdade religiosa, ideológica e de expressão. Reconheço o importante trabalho social dos evangélicos, que combatem a pobreza, drogas, prostituição, fome e outros males sociais. 

Porém, sou contra a pregação sem limites de alguns jedis (sempre fui mais sith que jedi). Calma, vamos por partes. 

Não se trata da “falta de Deus no coração”, como dizem alguns. Só acredito que todos procuram ser felizes com a religião que lhes parecer mais aprazível. Neste caso, concordo com a minha amiga Juçara Menezes (jornalista manauara e ex colaboradora deste blog): "gente que faz da Bíblia sua procuração para julgar a tudo e a todos".  

Gosto do espiritismo e sou frequentador da Federação Espírita do Amapá.  Já a maioria da minha família é católica e alguns são evangélicos. Aí é o ponto. Os "cristãos" (uma minoria entre os parentes), dizem que é um tal de “viver em pecado para cá”, de “sair da vida mundana para lá”, égua-moleque-tu-é-doido! Isso enche a paciência de qualquer um. 

Não quero que este texto provoque a discórdia ou promova a intolerância. Só é uma análise sobre atos extremos, como a proibição da entrada de imagem de santa em órgão público (acreditem, isso aconteceu no Amapá em 2010). Não duvido da fé das pessoas, só não gosto da falta de compreensão dos carregadores de Bíblia para com os que NÃO estão a fim de serem evangelizados. 

Querem saber de uma coisa, parafraseando uma música que não lembro o nome: “Não acredito em nada não, só não duvido da fé!” Sou a favor da laicidade, tenho amigo evangélico, macumbeiro, espírita, messiânico, budista, católico, ateu e o escambau.

São pessoas diversas, diferentes e divergentes quando o assunto é religião. Mas realmente não me importo. Por mim, cada um com a sua devoção. Só não me digam o que fazer com a minha. Aí o bicho pega. Parabéns aos evangélicos pelo seu dia. 

Elton Tavares

Hoje rola o Concurso Musa do Carnaval Amapaenses, na Aerc

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Com muita samba, beleza, show de Emília Monteiro, plumas, paetês, confetes e purpurinas será realizado neste sábado (30), o o concurso Musa do Carnaval-2014. 

A festa que vai emoldurar o concurso Musa do Carnaval, acontecerá no hoje, a partir das 22h, na  Associação Esportiva e Recreativa da CEA (Aerc), localizada na Avenida Padre Júlio Maria Lombard, no bairro Santa Rita.


Este ano apenas as rainhas de bateria podem concorrer ao título. As inscrições terminaram segunda-feira e todas as dez escolas se inscreveram. As candidatas são:

1 – Emissários da Cegonha -  Amanda Renata  
2 – Unidos do Buritizal – Diniely dos Santos  
3 – Embaixada de Samba – Jade Vale
4 – Império do Povo – Natasha Dias 
5 – Solidariedade – Sayany Oliveira  
6 – Império da Zona Norte – Oryenne Oliveira  
7 – Piratas da Batucada – Neyelle Vales 
8 – Boêmios do Laguinho – Silvania Ramos 
9 – Piratas Estilizados  - Thaís Costa 
10 – Maracatu da Favela : Nauva Alencar

Tica Lemos 
comunicação Liesap

Charge de agora

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Pecados, demônios e tentações em Chaves

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Sartre escreveu em sua famosa peça “Entre Quatro Paredes”, de 1945, que “o inferno são os outros”. Não existe uma definição universalmente aceita sobre o conceito de inferno na tradição teológica ocidental. Segundo o historiador Jean Delumeau, no livro “Entrevistas Sobre o Fim dos Tempos”, o catolicismo tradicional, apoiando-se em Santo Agostinho, apregoava a “existência de um lugar de sofrimento eterno para aqueles que tiverem praticado um mal considerável nessa vida e dele jamais se tenha arrependido”. Essa noção, um tanto incongruente com a imagem de um Deus misericordioso, não prosperou fora do imaginário po­pular, sendo substituída pela solução do Purgatório, desenvolvida no século II, sobretudo, por Orígenas. Ninguém mais estaria condenado para sempre, embora, excetuando-se os santos, todos tivessem que passar por um período variável de purificação, com a garantia da salvação ao final. Santo Irineu discordava. Para ele, “os pecadores confirmados, obstinados, se apartaram de Deus, também se apartaram da vida”. Portanto, após o julgamento final, os condenados seriam simplesmente apagados da existência.

A polêmica continuou pelos séculos dos séculos, com novos debatedores: Tomás de Aquino, Lutero, Joaquim de Fiore. Na literatura, Dante e Milton criaram visões poderosas do inferno. O trio de condenados de Sartre, os cenobitas sadomasoquistas de Clive Barker e os pecadores amaldiçoados de Roberto Bolaños são recriações contemporâneas perturbadoras.

Sim, Roberto Bolaños. Não, não se trata do falecido ficcionista chileno Roberto Bolaño (1953–2003), autor do calhamaço “2666”. O Bolaños com S é um artista infinitamente superior. Refiro-me ao ator, escritor e diretor mexicano Roberto Gómez Bolaños, apelidado, num exagero quase perdoável, de Chespirito, ou “Pequeno Shakespeare” à mexicana. Ele é o criador de uma das mais sutis, brilhantes e temíveis representações do inferno em qualquer das artes: o seriado “Chaves”. Se, conforme ensinou Baudelaire, “a maior artimanha do demônio é convencer-nos de que ele não existe”, podemos concluir que esse mesmo demônio não iria apresentar seus domínios por meio de estereótipos: escuridão, chamas, tridentes, lava. Em “Chaves”, verdadeiramente, “o inferno são os outros”.

Bolaños encheu sua criação de sinais que devem ser decodificados para que se revele seu verdadeiro sentido de auto moralizante. O primeiro e mais importante é o título. Originalmente, o seriado chama-se “El Chavo Del Ocho”, ou traduzindo do espanhol: “O Moleque do Oito”. Ninguém sabe o verdadeiro nome do protagonista, que nunca foi pronunciado. Cha­mam-no apenas de “Moleque”. O nome próprio Chaves é uma adaptação brasileira, uma corruptela da palavra “chavo”. É certo que um “chavo”, ou “moleque”, é quem faz molecagens; quem subverte a ordem do que seria moral e socialmente aceito como correto. Em livre interpretação, o “moleque” é um pecador. Portanto, o seriado trata de pecados. Não de pecados mortais, pois do contrário dificilmente seus personagens gerariam simpatia, mas, com certeza, de pecados capitais.

Ao contrário do que muitos acreditam, o protagonista não mora em um barril, mas na casa número 8. Sendo órfão e morador de rua, foi recolhido por uma idosa, que jamais foi mostrada; e que talvez não exista. Se existir é a morte materializada, pois habita o 8. Basta deitar o numeral 8 que obtemos o símbolo do infinito. A morte é infinita, pois não há vida antes da vida e após a vida volta-se a condição anterior. A vida pode ser medida pelo tempo, o antes e o depois é, por definição, infinito. O nada infinito, a graça infinita ou a purgação infinita.

Essa vila do “8” nada mais é do que um pedaço do Inferno, especialmente preparado para receber seus hospedes, mortos e condenados no julgamento final. Uma variação cômica de “Entre Quatros Paredes”, onde duas mulheres e um homem (além de um mordomo… mas o comunista Sartre não considerou o representante da classe proletária um personagem pleno) são obrigados a se suportarem mutuamente pela eternidade, num ciclo infindável de acusações e violência. Não é difícil imaginar a cena: Chiquinha chuta a canela de Quico e faz seu pai pensar que o menino foi o agressor, enervado Seu Madruga belisca Quico, que chama Dona Florinda, que acerta um tapa no vizinho gentalha, que descarrega a raiva no Moleque, que atinge o Seu Barriga quando ele chega para cobrar o aluguel. Enquanto isso, o professor Girafales, queimando de desejo, bebe café, com um buquê de rosas no colo, sem desconfiar a causa, motivo, razão ou circunstância de tanta repetição.

O cenário é um labirinto rizomático, sem centro, começo nem fim. Saindo da vila caem em uma rua estreita que leva a um pequeno parque, um restaurante e uma apertada sala de aula. As variações, como Acapulco, são exceções que confirmam a regra. O universo dos personagens se resume a esse espaço claustrofóbico, onde um ambiente leva a outro que leva a outro que leva a outro, indefinidamente.

Os pecados que cometeram em vida transparecem em suas características, medos e frustrações. Chaves, o Moleque, sempre faminto, cometia o pecado da gula. Glutão inveterado, sua preferência por sanduiche de presunto indica desprezo pelas leis de Deus, que proibiu o consumo de porco, esse animal sujo e de pé fendido. Inimigo de qualquer autoridade moral, apelidou seu professor de “Mestre Linguiça”, outra referência a malfadada iguaria suína.

Seu Madruga, que têm muito trabalho para continuar sem trabalhar, cometia o pecado da preguiça. Exigem redobrados esforços suas estratégias de fuga, para não pagar os indefectíveis 14 meses de aluguel. Que nunca se tornam 15 meses, denotando que a passagem do tempo está suspensa. Não é necessário lembrar que 7 + 7 é igual a 14 e que, na tradição crística, 70 x 07 simboliza o infinito. Da mesma forma que o 8, o símbolo de adição deitado torna-se o de multiplicação. Deus mora nos detalhes.

A ganância de Seu Barriga é óbvia. Quem mais cobraria o aluguel mensal praticamente todos os dias? Os golpes que o Moleque lhe aplica sempre que chega a vila faz parte de sua punição. O fato de possuir como veículo uma Brasília amarela liga-o imediatamente ao país Brasil, indicando que em vida deve ter se envolvido em escândalos de corrupção. Terry Gilliam não escolhe títulos ao acaso.

O pequeno marinheiro Quico, o menino mais rico da vila, é movido pela inveja. Sempre que vê um de seus pobres vizinhos se divertindo com um surrado brinquedo, cobiça aquela alegria simplória e vai buscar um dos seus, sempre maior e melhor, mas que nunca lhe dá satisfação. O brinquedo do outro, mesmo sendo obviamente inferior, sempre lhe parece mais interessante. Um círculo vicioso de inveja, jamais saciada.

Chiquinha é marcada pela personalidade intolerante, raivosa. Imitando o Pateta, usava o automóvel como uma arma potencializadora de sua ira. Morrendo em uma briga de trânsito, na vila, tenta fazer o mesmo com o triciclo. Não foram poucas as vezes que atropelou pés e brinquedos. Mas a musa que canta a ira do poderoso Aquiles não se ocupa da ira insignificante de Francisquinha. Sendo a menor e fisicamente mais fraca da vila, só lhe resta chorar, chorar e chorar.

Dona Florinda e o Pro­fessor Girafales foram libertinos do porte do Marquês de Sade e Messalina (ou os próprios). Mestres na arte da luxúria, acabaram condenados a eternidade de abstinência sexual. Frigida e impotente, a mente almeja, mas o corpo não acompanha. Consomem infindáveis xícaras de café que, com propriedades estimulantes, alimentam ainda mais o fogo que não podem debelar. O professor Girafales fuma em sala de aula não porque “El Chavo Del Ocho” foi gravado antes da praga politicamente correta, mas devido ao fato dele ser portador do célebre cacoete pós-coito de acender um cigarro, fazer um aro de fumaça no ar e perguntar “foi bom para você?”. Incapaz de cumprir a primeira parte do ritual erótico, involuntariamente reproduz a segunda. Não por acaso, a trilha sonoro de seus encontros é a mesma de “… E o Vento Levou”. A frase final do filme é “amanhã será outro dia”. Na vila, sempre haverá outro dia e outra xícara de café.

Dona Clotilde, a bruxa do 71, padecia de extrema vaidade. O gênio de Bolaños teve a sutileza de convidar uma ex-miss, a espanhola Angelines Fernández, para interpretar a personagem. Novamente o signo de uma condenação eterna aparece: 71 nada mais é do que 7+1=8. O animal de estimação de Dona Clotilde, significativamente chamado de Satanás, chama atenção para outro elemento importante. A presença de diversos demônios errantes na vila. Trata-se de uma besta transmorfa. Em alguns episódios satanás é um gato, em outros um cão. Diferente do paradoxo do coelho-pato de Jastrow, Wittgenstein e Thomas Kuhn, que servia ao desenvolvimento da razão, o gato-cão é uma representação do misticismo, o cão em “pessoa”.

Em 1589 o teólogo Peter Binsfeld, no livro “Binsfeld’s Classification of Demons”, estabeleceu que cada um dos sete pecados capitais possui um patrono infernal. Sintoma­tica­mente, Lúcifer, nome pelo qual muitos chamam satanás, gera a vaidade. Os outros são Asmodeu que gera a luxúria, Belzebu a gula, Mammon a ganância, Belphegor a preguiça, Azazel a ira e Leviatã a inveja. Não nos enganemos: eles rondam a vila. Aparecem circunstancialmente, para promover desordem, dor e tentação.

Se o gato-cão Lúcifer/Satanás ajuda a difundir o boato de que Dona Clotilde é uma bruxa, me parece óbvio que a bela menina Paty e sua tia Glória são Belzebu e Belphegor metamorfoseados em súcubos, demônio sexuais femininos, prontos para atiçar outros apetites no Moleque e tirar Seu Madruga de seu estado de letargia. Por sua vez, o galã de novelas Hector Bonilla, que visitou a vila, nada mais é do que Asmodeu na forma de um íncubo, demônio sexual masculino, com a missão de tumultuar a relação do casal de libertinos castrados. Nhonho é Mammon, instigando o pai avaro a gastar. Popis é Azazel, esmerando-se em despertar a ira de Chiquinha com sua futilidade enervante. Godinez é Leviatã atiçando a inveja de Quico, com suas respostas tão certeiras quanto involuntárias ao Mestre Linguiça. Figuras de pouca relevância como Dona Neves, Seu Furtado, os jogadores de ioiô, os alunos anônimos na escola, os clientes do restaurante, o pessoal do parque e do festival da boa vizinhança, além de outros coadjuvantes, são entidades demoníacas menores, com a função de criar a ilusão de normalidade.

De fato, os frequentadores da vila parecem inscientes de sua condição. Os adultos por serem alto centrados. As crianças por estarem duplamente amaldiçoados, regredidos a condição infantil, talvez como espelho da imaturidade emocional que os levaram a conduta pecadora. Enquanto muitas pessoas sonham em possuir a experiência da maturidade em um corpo jovem, eles mantiveram o corpo que possuíam na hora da morte, mas quase sem nenhuma experiência. Essas são as sutilezas da burocracia infernal.

O carteiro Jaiminho, em sua função de portador de mensagens, é o único representante do lado de cá. Um médium que tenta fazer contato com essa outra dimensão. Seu constante estado de fadiga é resultado do esforço sobre-humano necessário para cruzar as dimensões. Prova disso é a descrição que Jaiminho dá de sua terra natal, Tangamandápio. A despeito de existir de fato, sendo localizada a noroeste do Estado mexicano de Micho­acán, trata-se de uma alegoria. Se­gundo o carteiro, tudo em Tangamandápio é colossal. Seria maior do que Nova York e teria uma população de muitos milhões de habitantes. O que poderia ser tão grande? Obviamente, ela não se refere a uma única localidade isolada, mas a todo o planeta; a  terra dos vivos. As cartas que transporta são psicografias e a bicicleta que nunca larga, apesar de não saber andar, nada mais é do que um totem, ao estilo de “A Origem”, necessário para que possa voltar para realidade.

Em “El Chavo Del Ocho”, Bolanõs, o Camus asteca, criou sua própria versão do mito de Sísifo. O Moleque e companhia estão condenados a empurrar inutilmente por uma ladeira íngreme essa imensa pedra chamada cotidiano, que sempre rola de volta, obrigando-os ao tormento do eterno retorno. A pedra de Quico é quadrada, não rola, desliza. É cômico, apesar de trágico.


*Contribuição do amigo André Mont'Alverne

sexta-feira, novembro 29, 2013

Música de agora: Mercedes Benz - Janis Joplin

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Mercedes Benz - Janis Joplin

Oh Deus, você não quer comprar uma Mercedes Benz para mim?
Todos meus amigos dirigem Porsches, eu preciso estar a altura.
Trabalhei duro toda minha vida, sem ajuda dos meus amigos,
Então Deus, você não quer comprar uma Mercedes Benz para mim?

Oh Deus, você não quer comprar uma TV em cores para mim?
Cobradores estão tentando me achar.
Eu espero pela entrega cada dia até as três,
Assim oh Deus, você não quer comprar uma TV em cores para mim?

Oh Deus, você não quer comprar uma noitada na cidade para mim?
Eu estou contando com você, Deus, por favor, não me decepcione.
Prove que você me ama e pague a próxima rodada,
Oh Deus, você não quer comprar uma noitada na cidade para mim?

Todo mundo!
Oh Deus, você não quer comprar uma Mercedes Benz para mim?
Todos meus amigos dirigem Porsches, eu preciso estar a altura.
Trabalhei duro toda minha vida, sem ajuda dos meus amigos,
Então Deus, você não quer comprar uma Mercedes Benz para mim?

É isso!

Mais de duas mil visitas só hoje (e ainda são 19h)

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Fechamento mais cedo, pois é sexta-feira!

Vendas do Residencial Verana Macapá iniciam neste sábado, 30

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A Cipasa Urbanismo, empresa com sede em São Paulo, em parceria com a Vex Construções, lançam em Macapá dia 30 de novembro um novo conceito em moradia, o Verana. O empreendimento é fechado e vai contemplar infraestrutura completa, incluindo área de lazer, segurança 24 horas e qualidade de vida, com praça e áreas verdes de preservação.

O residencial Verana está localizado na Rodovia JK e possui uma área de 522.925,15km², com lotes a partir de 300 m². Com um investimento calculado em R$ 26 milhões, o empreendimento contará com clube completo com piscinas adulto e infantil, campo de futebol, quadra de tênis e poliesportiva, além de praça com playground. “Os loteamentos fechados concebidos pela Cipasa destacam-se pela qualidade e excelência urbanística, com estrutura completa que alia área verde, segurança e infraestrutura completa de lazer”, explica Ivo Szterling, diretor de Urbanismo da Cipasa.

Os mais de 400 mil habitantes da capital amapaense comprovam a necessidade de maior expansão no setor imobiliário, com grande potencial econômico. “Queremos trazer um novo conceito de moradia para Macapá e contribuir com o desenvolvimento local com geração de empregos”, completou Yannis Junior, diretor Comercial da Cipasa.

Os clientes interessados na compra dos lotes poderão procurar as imobiliárias credenciadas de Macapá ou ainda fazer o pré-cadastro pelo número 0800 6031473 ou no site www.veranamacapa.com.br.

Sobre a Cipasa Urbanismo: A Cipasa atua no mercado de loteamentos há 22 anos. Atualmente possui em seu portfólio mais de 190 projetos lançados ou em desenvolvimento, divididos em 115 milhões de metros quadrados urbanizados. A empresa está presente em 80 cidades de 20 estados brasileiros, e busca excelência em todos os loteamentos e bairros inteligentes que desenvolve, desde a escolha do terreno até a entrega dos lotes, oferecendo o melhor em qualidade de vida para cerca de 30 mil famílias.

Dune Comunicação Corporativa

TRE-AP realiza Revisão Biométrica até 21h desta sexta-feira, 29

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O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) expandiu a Biometria na Casa da Cidadania nesta sexta-feira (29), até as 21h.

Com o fechamento das unidades do Superfácil e demais postos às 18h de hoje todo o equipamento e pessoal será concentrado na Casa da Cidadania. 

Serviço:

Tribunal Regional Eleitoral do Amapá
Assessoria de Comunicação e Marketing
Elton Tavares
ALTV
Fones: 2101-1504/84059044/91474038
Site TRE-AP: www.tre-ap.jus.br

Feliz aniversário, Jamile Moreira! (@JamileMoreiraap)

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Quem sopra velinhas, e fica mais velhinha hoje (29), é a mãe dedicada do Léo, jornalista, assessora de comunicação, repórter do Café com Notícias, amante de Rock and Roll e broda deste blogueiro, Jamile Moreira. 

Conheci a Jamile na faculdade, quando começamos o curso de Comunicação Social. Ela logo se mostrou estilo “não-tô-nem-aí-pra-nada”. Pensei que a menina nem ia formar e tals. Depois saquei que a figura é  inteligente e gente finíssima. 

Depois, descobrimos que tínhamos uma porrada de amigos em comum e que frequentávamos o saudoso Liverpool Rock Bar. Aí a afinidade musical, gosto pelo humor negro e jornalismo sarcástico, compartilhada pela turma formada pelos amigos Luiza Cabral, Igor Reale, Adnoel Pinheiro e Raoni Holanda (toda essa galera na mesma turma) nos aproximou. Não deu outra: virou brodagem. 

Hoje em dia, além de amizade, respeito Jamile como profissional. Só trabalhei com ela no início deste ano e botei fé. A menina é maluca, mas é foda, pois se garante no trampo. E admiro quem consegue ser doido sem ser irresponsável ou incompetente (na verdade, gosto dos undergrounds que ganham sua própria grana). 

Tive o prazer de encontrá-la hoje e fazer a foto que ilustra este post. Jamile, como uns 20 jornalistas, deixaram a para fazer a Biometria aqui no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), onde trampo, no último dia. Coisa de gente que trabalha muito (isso é só uma desculpa furada, mas deixa pra lá).

Enfim, a Jamile é descolada, alegre e sangue bom. Uma colega de profissão e uma amiga daquele naipe sem frescura. Por tudo isso, desejo tudo de melhor para a moça. Parabéns querida, feliz aniversário!

Elton Tavares

Poema de agora: Sentir primeiro, pensar depois (Mário Quintana)

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Mário Quintana

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

É por isso que eu não brinco nessas coisas...

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Gordo só faz gordice, eu que o diga, rs.

Música de agora: All My Love (Todo Meu Amor) - Led Zeppelin

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All My Love (Todo Meu Amor) - Led Zeppelin

Eu não devo me apaixonar? Meu fogo na luz
Perseguir uma pena no vento
Dentro do brilho que tece o tecido do prazer
Lá se move uma linha que não tem fim
Pois muitas horas e dias que passam logo
As marés fizeram a chama escurecer
Finalmente o braço está reto, a mão para o tear
Isto vai terminar ou apenas começar?

Todo o meu amor, todo o meu amor
todo o meu amor para você agora
Todo o meu amor, todo o meu amor
todo o meu amor para você agora

o copo está levantado, o brinde é feito novamente
uma voz é clara acima do barulho
Ariano orgulhoso, uma palavra, minha vontade de sustentar
para mim, o tecido mais uma vez para girar

Todo o meu amor, todo o meu amor
todo o meu amor para você agora
Todo o meu amor, todo o meu amor
todo o meu amor para você agora, criança

Seu é o tecido, minha é a mão que costura o tempo
dele é a força que está por dentro
nosso é o fogo, todo o calor que podemos achar
ele é uma pena no vento

Todo o meu amor, todo o meu amor
todo o meu amor para você agora
Todo o meu amor, todo o meu amor
todo o meu amor para você agora, criança
Algumas vezes é todo o meu amor

todo o meu amor para você agora
todo o meu amor todo o meu amor para você agora
Sim, fico um pouco solitário aqui em pé. Um pouco solitário

Rabiscos

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Conto de Ronaldo Rodrigues

Quando voltarmos a ser crianças voltaremos a desenhar daquele jeito que só criança é capaz? Aqui estou, aprendendo a desenhar para depois, quem sabe, aprender a falar e andar.

O lápis azul cai próximo aos meus pés. Vou buscá-lo e avisto minhas meias vermelhas e seus buracos. Sei que hoje é segunda-feira porque sempre uso meias vermelhas nas segundas-feiras. Com ou sem buracos.

No céu que nos cerca há muita fumaça, mas no desenho posso suprimi-la ou substituir por nuvens, simples nuvens.

O lápis azul cai novamente. Desisto de ir buscá-lo. Talvez tenha optado pelo chão. Tudo bem. Aqui somos todos livres. Fecho os olhos e busco no porta-lápis a cor que queira ser o céu. Abro os olhos e descubro o lápis vermelho em minha mão:
- Vermelho, quer ser o céu hoje?

Passo, então, a pintar o céu de vermelho. Pouco acima de onde pretendo desenhar a casa, deixo um espaço reservado ao sol. E antes de entrar na questão de que cor será o sol, vamos às cavernas?

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Sim, sim. As cavernas, é claro! Lá há uns trogloditas desenhando grandes bisões. Os troglôs (vamos chamá-los assim) ficam longe da assustadora cidade, onde moram e trabalham pessoas que usam máscaras.

No lugar onde se localizam as cavernas, o ar é puro e as nuvens são nuvens mesmo, não fumaça de chaminé. Mas os troglôs não querem, no momento, desenhar nuvens & casas & árvores & sol. Querem desenhar bisões, grandes o suficiente para o almoço de domingo. É sempre domingo nas cavernas?

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Quem quer ser o sol? Pergunto aos lápis. Eu sei o quanto é difícil ser sol. É preciso ser muito grande e muito quente. Olho em volta em busca de algo que possa ser o sol, já que os lápis preferem não se arriscar.

Há um homem lendo um pedaço de jornal. Digo-lhe que aquele papel amarelado pode ser o sol do meu desenho. Ele propõe uma troca: o papel amarelado por um palito queimado. Ele faz coleção de palitos queimados e acha que um dia construirá uma casa com eles.

Está resolvido: acendo um palito e ponho fogo no papel amarelado. Quando o papel está totalmente em chamas, colo-o no espaço destinado ao sol, apago o palito e o entrego ao homem.

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Na cidade onde moram e trabalham pessoas que usam máscaras, as crianças possuem avançados computadores gráficos. Quando elas resolvem desenhar árvores & sol & casas &  nuvens, há um bloqueio nos computadores. Eles vibram, produzindo estranhos ruídos, que parecem gargalhadas. Gargalhadas?

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O sol continua queimando. O fogo não apaga nunca e não se alastra para as outras áreas do desenho. Muito bem.

Agora, penso na casa. Quero pintá-la de uma cor indefinida que vá, aos pouquinhos, tomando cor de casa. Bom é que casa tem a cor que desejamos, até cor de plantação de trigo.

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Mas computadores não gargalham, pensam as crianças. Não existe tecla ou programa que faça computador gargalhar. Aqueles estranhos ruídos são sinais de que os computadores vão explodir. E explodem mesmo! Em meio a faíscas e estrondos, as tripas eletrônicas jorram por cima dos móveis. As explosões atingem o CC (Computador Central), que também vai pelos ares, provocando um pandemônio na cidade. As pessoas que usam máscaras correm apavoradas para o abrigo. A cidade está ameaçada.

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Falta pouco para que a casa de cor indefinida seja concluída. Passa ao meu lado aquele homem que trocou o papel amarelado pelo palito queimado. Desta vez, vem trazendo flores e pergunta qual a razão de tudo isso? Antes que eu tente responder, ele vai embora. Quando dobra a esquina, a casa já está totalmente pintada.

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Momentos antes da explosão da cidade, as crianças conseguem fugir, orientadas por um homem que vende flores. Conseguem chegar sãs e salvas às cavernas. Os troglôs as recebem com muita amabilidade e convidam para o almoço de domingo. Prato principal: um grande e suculento bisão.

Com os carvões que ficaram das fogueiras, os troglôs e as crianças desenham nas paredes das cavernas casas & sol & árvores & nuvens &...

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Qual será a cor definitiva da casa? Sugiro que seja a mistura das cores das flores que o homem levava consigo. Os lápis sugerem que a cor das nuvens seja da cor dos seus cabelos brancos & cinzentos & liláses & verdes &...Todos concordamos e vamos ao trabalho.