Por Abinoan Santiago, do G1 Amapá
O delegado da Polícia Federal Marcos Reátegui foi transferido para Brasília no início da manhã desta quinta-feira (28), segundo informou o advogado Maurício Pereira. Reátegui estava detido deste a tarde de quarta-feira (27) na sede da PF em Macapá, por suspeita de acesso a informações sigilosas de pessoas que estariam sendo investigadas pela corporação no Amapá.
De acordo com Maurício Pereira, o delegado se apresentou espontaneamente na Polícia Federal ao saber da emissão do mandado de prisão preventiva, expedido pelo juiz da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal Togo Penna Ricci.
"Ele está custodiado na sede da Polícia Federal em Brasília. Como a prisão é preventiva, ela não tem prazo definido. Mas entramos na noite de quarta-feira na Justiça Federal com o pedido de revogação da prisão dele", informou Maurício Pereira.
Marcos Reátegui, que exerceu o cargo de procurador-geral do Estado na gestão do ex-governador Waldez Góes, é investigado pela corregedoria da PF no Amapá há 2 anos. Segundo a Polícia Federal, Reátegui subtraiu um depoimento colhido por ele, em 24 de outubro, prestado pelo empresário Luciano Marba, suspeito de mandar matar o sócio dele numa empresa de vigilância, em fevereiro de 2013.
O empresário foi preso em 23 de outubro e solto no dia seguinte. Ele compareceu espontaneamente à PF para prestar depoimentos no mesmo dia em que foi colocado em liberdade.
Luciano Marba era sócio da vítima na empresa LMS segurança (Foto: Dyepeson Martins/G1)
"A corregedoria diz que Reátegui teria subtraído uma declaração de Marba logo depois da soltura dele. Mas isso não aconteceu porque o depoimento foi remetido ao procurador-geral da República no Amapá", afirmou Maurício Pereira.
Para Pereira, a prisão de Reátegui tem "conotação política" por ele ser irmão do deputado estadual Moisés Souza (PSC), afastado pela Justiça em junho de 2012 da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap). O parlamentar é suspeito de lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha.
Após análise na documentação recolhida na casa de Luciano Marba, o Ministério Público do Estado do Amapá (MP/AP) informou que o empresário havia pagado contas pessoais de Moisés Souza, irmão do delegado.
A superintendência da Polícia Federal no Amapá prometeu se pronunciar por nota sobre a prisão do delegado na manhã desta quinta-feira.
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