O guitarrista, compositor, membro fundador e alma dos Rolling Stones,Keith Richards, após uma vida de excessos e desencontros com o também septuagenário Mick Jagger, completa 70 anos hoje.
Keith Richards nasceu em Datford, Inglaterra, em 18 de dezembro de 1943. Foi vizinho e estudou com vocalista da banda, Mick Jagger, mas só depois perceberiam seu interesse em comum por música boa.
Poucas pessoas no mundo podem dizer que sobreviveram à tríade “sexo, drogas e rock and roll” e estão entre nós para contar esta história. Keith Richards é uma delas. E o guitarrista, que completa 70 anos nesta quarta-feira, 18, faz aniversário em plena atividade com os Rolling Stones, banda seminal que completou cinco décadas de estrada, acordes blueseiros e a uma relação volátil entre Keith e o vocalista Mick Jagger.
Uma das mais emblemáticas duplas da música de todos os tempos vive um (raro?) momento de paz neste reencontro dos Stones, com turnê mundial e tudo. Não foi fácil, principalmente porque Keith Richards quis contar todas as suas histórias com a biografia Vida, em 2010. Nela, Jagger apanhou por nocaute. Irritado e ofendido, o vocalista não quis saber do companheiro, muito menos de estar ao lado dele, novamente, no palco. O guitarrista pediu desculpas e os Stones, enfim, voltaram à estrada e aos estúdios - a banda soltou duas músicas inéditas “Doom and Gloom” e “One More Shot”, para engrossar uma nova coletânea.
Este é apenas o mais recente capítulo da história, agora setentona, de Keith Richards. Cinco meses mais novo do que Jagger, o músico viveu os excessos do álcool e das drogas (maconha, cocaína e heroína), tornou-se um dos grandes guitarristas e todos os tempos e uma figura icônica para o rock e para a música mundial.
O sujeito que ficou diante de um juiz em cinco ocasiões por posse de drogas, ou algo relacionado a substâncias ilícitas, nas décadas de 60 e 70 (nos anos 1967, 1973, 1977 e 1978), chegou a dizer, em uma famosa entrevista ao semanário britânico NME, em 2007, que inalou as cinzas do próprio pai. Ainda que, depois, o empresário tenha dito que tudo não passava de uma brincadeira, quem duvidaria de algo assim? Afinal, estamos falando de Keith Richards.
Com a guitarra, o garoto inglês Keith foi abalado pelas influências do blues norte-americano, principalmente de Chicago, que se enraizaram profundamente no estilo dele ao instrumento. Chuck Berry é a o nome mais citado entre as referências que o moldaram. Mas Keith parece ter trazido a neblina londrina ao rhythm and blues, criando assim riffs vorazes como os de “Honky Tonk Women”, “Brown Sugar”, “Start Me Up”, “Paint It, Black” e “Gimme Shelter”.
Em pleno ano de 2013, quem, neste universo roqueiro, não quer dançar ao ouvir as primeiras notas de Keith em “(I Can’t Get No) Satisfaction”, lançada há quase cinquenta anos? É preciso voltar no tempo, para aquele ano de 1965, para perceber que o rock ainda se descobria como gênero quando os Stones chegaram com toda aquela sujeira e indignação - algo que parece permanecer impregnado nas guitarras assim que qualquer garoto a empunha.
Keith também tem um lado vocalista interessante, que parece ter se azeitando com o tempo. Desde “Something Happened to Me Yesterday”, na qual ele alternava nos vocais com Jagger, em Between the Buttons (1967), até o último disco de inéditas dos Stones, lançado no longínquo ano de 2005, A Bigger Bang. Neste álbum, o guitarrista vai ao microfone para cantar “Infamy” e a belíssima “This Place Is Empty”, uma sofrida balada que ganha ainda mais peso emocional com a interpretação blueseira de Keith.
O garoto de 17 anos que, na manhã da terça-feira, 17 de outubro de 1961, encontrou Mick Jagger na estação de Dartford, quando estava a caminho da escola de artes de Sindcup, e decidiu falar com ele por ver, debaixo do braço do futuro “irmão de banda”, LPs de Chuck Berry e Muddy Waters, chegou aos 70. E, para a nossa sorte, ainda no palco, com a guitarra nas mãos.
Enfim, uma lenda viva. Obrigado e parabéns, Keith!
Fontes: http://www.ideafixa.com/page/2/
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