Será inaugurada nesta sexta-feira, 3, às 18h, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, a Galeria Alcy Araújo. Um espaço dedicado a exposições, lançamentos de livros e encontros literários num cantinho especial, cujo nome homenageia um dos mais conhecidos e respeitados poetas que escolheu o Amapá para viver. Na Galeria ficarão expostos manuscritos, cinzeiro, livros, fotos, escrivaninha, a primeira máquina datilográfica do poeta, caneta, entre outros objetos pessoais de Alcy Araújo.
O acervo foi doado à Biblioteca pelos filhos do escritor, tendo à frente a jornalista e também escritora Alcinéa Cavalcante, que acompanha diretamente os trabalhos de estruturação da Galeria desde a reinauguração da Elcy Lacerda, em abril deste ano.
A solenidade contará com a presença de escritores, estudantes, autoridades locais, família e amigos de Alcy Araújo. A Biblioteca Estadual Elcy Lacerda é um órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Conheça a trajetória profissional e de vida de Alcy Araújo:
Alcy Araújo Cavalcante, paraense da Vila de Peixe-Boi, município de Igarapé-Açu, nasceu no dia
7 de janeiro de 1924. Na capital paraense estudou na Escola de Aprendizes Artífices, tornandose marceneiro, mas sua vocação era mesmo para as letras e, a partir de 1941, trabalhou nos jornais Folha do Norte, O Liberal, Imparcial e O Estado do Pará. Chegou a Macapá em 1953 e logo ingressou no serviço público como redator do Gabinete do governador Janary Nunes.
Foi chefe de Gabinete do governador Amílcar Pereira, diretor da Imprensa Oficial, oficial de Gabinete, chefe de Expediente da Secretaria Geral do Governo, trabalhou como assessor administrativo na Câmara Municipal e foi diretor da Rádio Difusora.
Trabalhou em muitos jornais, revistas e rádio, sempre esteve envolvido com atividades culturais e intelectuais do Amapá, principalmente a literatura, adotou vários pseudônimos para publicar artigos na imprensa, visando driblar a vigilância dos governantes militares.
Foi casado com a professora Delzuíte Maria Cavalcante, sua primeira esposa, com quem teve os filhos: Alcione Maria, Alcinéa Maria, Alcy Araújo Filho e Alcilene Maria. Com a segunda esposa, Maridalva Rodrigues dos Santos, teve cinco filhas: Astrid Maria, Aline Maria, Aldine Maria, Adriane Maria e Alice Maria.
Obras publicadas:
Autogeografia (1965), Poemas do Homem do Cais (1983). Participou, em 1988, da Coletânea Amapaense. Em 1997, Alcinéa Cavalcante, em parceria com a Associação Amapaense de Escritores (Apes), publicou mais uma obra poética: Jardim Clonal. Por iniciativa de Alcinéa, seus poemas são constantemente publicados em antologias, como a Coletânea Contista do Meio do Mundo (2010). Deixou várias obras inéditas em prosa e verso. Alcy Araújo faleceu no dia 22 de abril de 1989.
Nas palavras de Hélio Pennafort, "Alcy foi um competente boêmio, sagaz jornalista, um incomparável versejador e um carnavalesco de escola, honrado com a malemolência do seu gingado o codinome 'Nenê da Pedreira', que trouxe de Belém. Titio Alcy foi um dos mais macapaenses de todos os paraenses que ajudaram a desenvolver e animar a cidade".
Rita Torrinha/Secult
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