Velho Johnny erra caminho, mas acerta o som!

Tive o privilégio de assistir shows de ótimas bandas amapaenses, tanto covers e autorais.  Também o azar de presenciar vários arremedos de bandas, mas agora não vem ao caso.

Ontem (30), fui, juntamente com amigas, ao Sesc Centro, ver assistir a apresentação da banda Velho Johnny, que na ocasião lançou o EP “Erre o Caminho”, com seis faixas de autoria da banda. 

Toda vez que uma banda local anuncia um projeto destes, rola um show pirotécnico, um verdadeiro “oba-oba”. Afinal, é preciso incentivar a cena. Mas no caso da Velho Johnny, a qual eu nunca tinha assisto a nenhuma apresentação, a divulgação valeu a pena. 

Os músicos são bons e o vocal do Rodrigo Santos é bacana (ainda mais com a performance a lá Ian Curtis), principalmente nas músicas do Interpol, New Order e Joy Division. 

Alguns caíram de pau. Escutei críticas feitas por uma amiga jornalista e por um brother músico. Eles disseram que o vocalista não subiu o tom enquanto cantava The Smiths e que os instrumentistas erraram notas musicais. Reclamações são normais, principalmente sobre música, eu gostei bastante do som, só não curti os caras tocando Pink Floyd. Mas foi somente uma vírgula no texto. 

Em suas músicas autorais, a banda mostrou que possui muita qualidade sonora e atitude. O batera, Douglas Benitez mandou muito bem. E o Erick Jerônimo (guitarra) e Rosinaldo Jeronimo (baixo) também deram o seu recado. E muito bem. 

A surpresa mesmo foi o Rodrigo Santos, a quem chamo de Aquiles. O moleque (no bom sentido da palavra) é muito bom de gógó. Cantando pós-punk então, pode descer cerveja (aliás, valeu Duda Malheiros pela cortesia).   

Resumo da ópera (ou do rock, como queiram) a Velho Johnny fez uma apresentação redondinha, divertida e bastante original. Sem demérito. Com certeza, eles erraram o caminho, mas acertaram o som. Meus parabéns aos caras pelo trabalho. É isso. 

"Bandas são mais que ajuntamentos de músicos, são reuniões de alma" – Jimmy Page. 

Elton Tavares