Rionda era terrível.Sempre mastigava os chicletes antes que eu terminasse de comer doce de banana.
Rionda era curvilínea, retilínea, mas deixava ver em sua chapa de raio-x um certo acréscimo de carnes em seus glúteos, futuramente.
Rionda era a única que sabia o enigma. Saqueava o cemitério em busca de esmeraldas e só ela tinha o poder de perscrutar em cada olho caído nas covas uma faísca de vida:
- Venham para fora, irmãos!
Rionda não queria que o mundo acabasse na próxima esquina. Ela esperava que a vida fosse forte e tênue e guerreira e diáfana. E que coubesse num suspiro.
Ronaldo Rodrigues
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