Lembrando um dia desses, sobre uma lista de manias de amapaense que li em algum canto desse vasto território chamado internet, concluí que meu sobrinho de apenas dois anos é um dos mais belos exemplos de amapaense que já vi. Deixa eu explicar: o garoto tem lá suas manias que todo bom amapaense entende bem. A primeira palavra do pequeno, reza a lenda, foi “fifinha” (farinha). Desde então, ele tem exercitado a pronuncia da palavra todos os dias, todos os momentos.
A cada três palavras, uma é fifinha! Durante o almoço, jantar, lanche, naquela leve acordada à tarde... Falando em comida, adivinhem a preferida, depois de fifinha, claro? “Caí” (açaí)! Não se pode mexer no armário onde se guarda as tigelas, “é caí, ti?”
Soltamos então a piadinha do “pode cair”, e ele, como bom amapaense, retribui com aquele olhar que a gente já sabe que vai que futuramente vai vir acompanhado de um “égua do bicho engraçado”.
À tarde, após um leve lanche, aquele pirão de açaí, se ele ouve a palavra “praça”, corre pra se arrumar. E belo amapaense, no alto da sua independência dos dois anos de idade, escolhe a melhor roupa para ir dar uma simples volta na Zagury. Camisa do Patati, calça do Patatá, tênis do Patati e Patatá, lá vamos nós. Na sua grande moto, ele pisa e solta o pedal a todo o momento. Vai fazendo barulho para todos saberem que está passando, sai desviando de um buraco e caindo em outro pelas calçadas da cidade, desvia um pedestre, quando não, simplesmente avança sem o mínimo respeito, pra variar.
À noite, senta na frente da TV e assiste o jornal das sete, o jornal nacional, a novela, faz novamente mais um lanche leve e vai dormir. Às vezes quando está sem sono, abre o berreiro ou coloca música no celular dos pais pra tocar, pros vizinhos de quarto saberem que está sem sono e escutarem música junto, e a gente já fica imaginando como vai ser futuramente...
Jhenni Quaresma
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