Por Elton Tavares
Hoje é o Dia do Evangélico. A data foi formalizada por meio da Lei Estadual nº 827, de 19 de maio de 2004. É uma homenagem aos evangélicos do Amapá. De acordo com a história, o movimento em Macapá formou-se mediante muitas perseguições. Os evangelizadores teriam sido vítimas de vários ataques, chegando até a uma decisão radical do vigário da cidade, então padre Júlio Maria de Lombaerd, a queimar os livros em praça pública, com a ajuda da polícia e convocação da população.
Bom, se foi assim ou não, eu não sei. Sou totalmente a favor do da liberdade religiosa, ideológica e de expressão. Porém, entretanto, todavia, mas sou contra a encheção de saco promovida por uma minoria dos seguidores da luz. Calma, vamos por partes. Não se trata da “falta de Deus no coração”, como dizem alguns. Só acredito que todos procuram ser felizes com a religião que lhes parecer mais aprazível.
Eu gosto do espiritismo, mas não sou freqüentador assíduo. A maioria da minha família é católica e alguns são evangélicos. Aí é o ponto. É um tal de “viver em pecado para cá”, de “sair da vida mundana para lá”, égua-moleque-tu-é-doido! Isso enche a paciência de qualquer um. Dia desses, falando com uma amiga, ela disse que estava feliz com a sua religião. Eu disse que isso que importa no final das contas. Aí ela viu uma brecha e começou uma forma velada de pregação. Aleluia!
De acordo com o cantor e compositor Bezerra da Silva, isso é “aposentadoria de malandro”, já que boa parte dos seguidores, das diversas (e bote variedade nisso) vertentes do protestantismo, cometeram uma lista corrida de erros ao logo da vida. São casos de ex-presidiários, ex- prostitutas e até (pasmem) ex-homossexuais (como se optar por outra forma de sexualidade fosse pecado ou crime) entre outros. Sem falar do tema sempre freqüente das “Pequenas igrejas Grandes Negócios”.
Não quero que este texto provoque a discórdia ou promova a intolerância. Só é uma análise sobre atos extremos, como a proibição da entrada de imagem de santa em órgão público. Não duvido da fé das pessoas, só não gosto da falta de compreensão dos carregadores de Bíblia para com os que NÃO estão a fim de serem evangelizados.
Querem saber de uma coisa, parafraseando um música que não lembro o nome: “Não acredito em nada não, só não duvido da fé!” Sou a favor da laicidade, tenho amigo evangélico, macumbeiro, espírita, budista, católico, ateu e os escambau. São tribos diversas, pessoas diferentes e divergentes. Mas realmente não me importo. Por mim, cada um com a sua devoção. Só não me digam o que fazer com a minha. Aí o bicho pega. Oh céus, isso é tão complicado assim?
Da Observação:
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás assim do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio..."
Mário Quintana
concordo com grande parte do que tu disse, elton.
ResponderExcluiracredito que a realidade é toda moldada por nossas mentes e tudo em que nós acreditamos de fato será a verdade, basta ter fé. deus, alá, buda ou lúcifer, todos se esgueiram pelas bordas de nossa realidade por que nós acreditamos na existência deles, e não o contrário. todos os deuses precisam de nossa fé. quando deixamos de rezar em seus nomes, eles morrem e são esquecidos.
não acho que assuntos referentes a religião precisem ser um tabu, gosto de conversar e discutir sobre isso (com pessoas abertas a conversar, e não apenas em repetir ladainhas decoradas e desgastadas) e admiro tua coragem em postar esse tipo de texto.
acredito que devemos ter fé em nós mesmos mais do que em qualquer outra coisa.
Isso mesmo Elton!
ResponderExcluirNo fim, a fé é que nos une. Isso é minha raiz, meu radical. Por isso sou radical e não fundamentalista, pois meu fundamento é na complexidade das coisas. Um só fundamento (fundamentalismo) só aprisiona e impede de viver e conviver verdadeiramente com os outros.
A verdade, como dizia Nietzsche, eu tenho a minha e voce a sua, entre as duas existe a verdade que perseguimos. Ou seja, a verdade está na relação! no ENTRE!
BJS