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sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Andando como um Egípcio bilionário

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                                                                             Por André Mont`Alverne

Nessas últimas semanas, acompanhamos, na internet e telejornais, o pau comendo no Egito. Várias explicações, análises e especulações sendo feitas à medida que a tensão ia crescendo com os protestos nas ruas de Cairo, a capital do Egito.

E em menos de um dia, após anunciar o "fico" em pronunciamento à TV estatal, o ditador Hosni Mubark, que estava 30 anos no poder, voltou atrás e finalmente renunciou.

Apesar da gravidade e peso histórico que o caso certamente terá, a única coisa que me vem à cabeça quando o assunto surge na mídia e nas conversas é a sensacional ‘Walk Like an Egyptian’, hit dos anos 80, e o único das garotas do Bangles.
 

Uma música deliciosamente alienada, com aquele 'non sense' que só as músicas pop podem ter. ‘Walk Like an Egyptian’ chegou ao topo das paradas no mundo todo em 1986 com suas citações a símbolos do Egito como as pinturas nas paredes das tumbas, o rio Nilo e crocodilos dourados. O ritmo da música conta com uma batida extremamente dançante e um pegajoso arranjo assoviado no meio da música.

Além das suas qualidades musicais, ‘Walk Like an Egyptian’ foi impulsionada pelo divertido vídeoclipe que intercalava imagens das bonitas moças da banda cantando e tocando com roupas sensuais, anônimos e celebridades (Princesa Diana) “andando como um egípcio”, com os braços e mãos posicionados como aquelas pinturas do antigo Egito.
 
Claro que essas citações são puro estereótipo. Dizem tanto sobre o Egito quanto aquelas músicas do carnaval baiano dizem sobre o Brasil. Mas só tolos e mal-humorados para exigir rigor histórico das música pop.

Bem, o Mubarak deixou o poder no Egito e a festa do povo é faraônica. Mas ele não saiu com uma mão na frente e outra atrás como na dança da canção dos Bangles. O patrimônio do cara pode chegar a 70 BILHÕES de dólares. É o mesmo que ser dono de 70 Facebooks. Certamente ele não fez somente alguns inimigos pelo caminho como no caso do Mark Zuckerberg. Agora ele é inimigo de um país inteiro.

2 comentários:

  1. Eu adoro essas tuas percepções, André. Essa mistura de política e música, temperada de sarcasmo, forma uma salada deliciosa!(Risos)

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  2. Texto legal. O Bré usou fatos históricos como "o fico", cultura pop e bom humor. Firmeza!

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