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sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Hora de jogar a placenta

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Essa expressão não é minha, conheci no tempo que estagiava na Maxmídia, mas há séculos a adotei e principalmente seu significado. Para quem não sabe jogar a placenta é fazer manha, reclamar de falta de atenção, com uma essência ciumenta enfática. Sou phD nisso, porém, apenas os mais amados conhecem esse meu lado, mas adianto que todo mundo tem ou um dia “jogou a placenta”.

Tenho pisado em ovos, por se tratar de um território novo ao qual tento reconhecer atualmente. Os grandes cineastas e entusiastas do audiovisual com quem tive contato recentemente interrompem suas locuções com expressões corpóreas dignas de teatros, depois justificam que todo cineasta é louco. Não vejo dessa forma, mas prefiro não manifestar minha opinião. Tenho sido adepta do espiral do silêncio já faz um tempo. 

Mas, como li e compartilhei no Facebook hoje, prefiro escrever porque não sou interrompida. O texto ficará aqui e você poderá deixar de lê-lo a qualquer hora, mesmo assim permanecerá, não vou entrar em detalhes para não apresentar uma teoria de comunicação da qual a linguagem web 2.0 faz parte, para não ficar ainda mais chato o papo. 

Como disse para o Eltão logo cedo: “Meus textos no De Rocha ficam só pegando poeira e teias de aranha”. E entre tantos, volto aos poucos a discorrer meus pensamentos sem ser interrompida. 

Quanto à maneira com que vejo os cineastas, não é loucura como dizem, é só uma espécie de ritual da incorporação da ideia. A força com que isso vem é muito parecida com o orgasmo, dependendo da movimentação pode ser rápida ou aparentemente mais duradoura, contudo, não pode ser cortada. Porque depois para retomar, não será a mesma coisa. Tem que fluir.

Eu dividi o papo durante o jantar com meus, sobre a reunião para ajustes do roteiro do curta de ficção no qual estou envolvida, e meu pai interrompeu com a seguinte observação:

_Tu não precisa dar um teco ou encher a lata de breja, porque tu tá sempre viajando!

E não se trata de elogio, longe disso, foi protesto mesmo. Mas, se eu não viajar como contaria minhas histórias? Ou escreveria sobre elas, putz é preciso imaginar. E imagino muita coisa só não tava curtindo há algum tempo compartilhá-las. ^_^

Hellen Cortezolli

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