Minha Macapá, por quem tenho sentimentos de amor por esta cidade maravilhosa. Quando aqui cheguei oriundo da cidade de Afuá-PA, no final da década 40, tinha somente dois anos de idade, trazidos pelos meus pais que vieram em busca de emprego, de educação e por conseguinte de melhor qualidade de vida.
Aqui passei toda minha infância, brincando nas ruas que serviam como campo das peladas de futebol. A cidade era calma e o os veículos eram contados: um ônibus, algumas ambulâncias, um carro de policia (violino) e outros particulares.
No igarapé que cortava a cidade, até ao olho d’água do paredão do Hospital Geral de Macapá hoje canal da Mendonça júnior aprendi a pescar e contribui para o sustento da família. Nele a fartura de pescado era de grandes cardumes de traíras, jandiás, , aracus e especialmente de matupiris, peixes esses que quando frito e apreciados, não sobrava nem as espinhas.
Aqui cresci, tomei-me adulto, trabalhei como vendedor de peixe por vários anos. Depois resolvi mudar de profissão. Prestei vestibular em Belém do Pará onde cursei a faculdade. Nas férias voltava á terrinha para vender peixes e ganhar alguns trocados para ajudar no sustento em Belém. Após dois anos, de formado volto á terra que considero como meu segundo berço e comecei a trabalhar na área de meio ambiente em prol desta.
Namorei e casei-me com uma linda morena macapaense formando uma família com dois filhos e uma filha os quais também são apaixonados por esta cidade e que neste 04 de fevereiro completa 255 anos de fundação.
Macapá é terra para morar, trabalhar, constituir família, criar e educar os filhos. É terra hospitaleira, acolhe todo mundo sem perguntar de onde vem e o que veio fazer. O macapaense de berço ou não é um povo que ao sair na rua ainda dá bom dia ao vizinho e pára para bater um papinho com os conhecidos. Gosta de viver no ritmo da maré, sem muita pressa, mas também não muito devagar e sim do jeito amazônida, adora a tranquilidade do lugar.
Macapá é cercada do verde pelos quatros cantos. O calor do verão harmoniza com os coloridos das flores amarelas dos ipês e no inverno com o verde em diversas tonalidades das folhas e dos frutos especialmente das mangueiras e jambeiros, espécies essas muito utilizadas na arborização da cidade.
Macapá é bonita não só pelas noites de lua cheia com seus brilhos rutilantes sobre as águas do rio Amazonas, mas também pela sua arquitetura, praças, situação geográfica e tantos outros monumentos. Macapá é terra de poetas, escritores, grupos musicais que constantemente estão reverenciando com sua poesia, cultura, natureza, seu encanto e sua beleza.
O carinho por Macapá é grande, até fico triste quando vejo alguns políticos quererem descaracterizar a sua história com mudanças de nomes de ruas, praças, bairros e outros logradouros públicos, desrespeitando o trabalho dos antepassados e provocando transtornos aos moradores por tais atos impensados. Não que os personagens novos não mereçam, mas deveriam ser homenageados de outra maneiras, por exemplo, o nome ruas novas, praças e repartições sem provocar a ruptura de nossa história.
Para os gestores a “cidade jóia da Amazônia” está precisando de atenção especial, como: confecção, revitalização e desobstrução de calçadas, podas de manutenção das árvores que enfeitam a cidade, de pavimentação, acessibilidade, sinalização e iluminação públicas modernas capazes de atender o cidadão macapaense e os turistas que visitam nossa cidade. Precisamos resgatar esse titulo perdido por descaso de alguns gestores do passado que não cuidaram da cidade.
Parabéns minha querida Macapá, pelo seu aniversário e que continue sendo uma cidade próspera, aconchegante e maravilhosa para com seu povo e com seus visitantes.
Rubens da Rocha Portal
Analista Ambiental - IBAMA(AP)
No Response to "Macapá, uma declaração de amor"
Postar um comentário