Flamengo 2011: O fim de uma era e o início da Festa.

                                                                              Por André Mont’Alverne

O Flamengo terminou uma temporada para ser esquecida. Há pouco mais de um ano, após os gritos da sua imensa torcida que acompanhou o inesquecível levantamento da SEXTA (6 = HEXA) taça do Brasileirão, o que se viu foi a calmaria que tomou conta. As cores rubro-negras saíram das manchetes esportivas para colorir de vermelho sangue as páginas policiais.

Mas 2010 já é passado, ficou para trás e promete ser esquecido pelos milhões e milhões de torcedores rubro-negros. Bom mesmo é lembrar de 2009, com o Imperador artilheiro e um certo craque estrangeiro que retornou ao Flamengo naquele ano como um mero coadjuvante.

Na época, o técnico Cuca disse que Pet estava muito longe de ser uma de suas opções. Mas nada como o tempo e, claro, bom futebol para redimir qualquer desconfiança. No final das contas, o craque sérvio que, na ocasião vestia a camisa 43 (só pra lembrar de um gol inesquecível), acabou sendo o principal responsável da conquista do hexacampeonato brasileiro.

Hoje, Petkovic vive os dias de angústia e insatisfação de quem foi informado pela imprensa de que não estava mais nos planos do técnico Vanderlei Luxemburgo. Ele tinha o sonho de pendurar suas chuteiras no clube que ele adotou como seu. Porém, no Brasil, a memória é fraca, poucos ídolos são respeitados e tem o seu valor histórico levado em consideração.

Petkovic é um dos maiores ídolos da era atual do Flamengo, é uma lenda viva com 38 anos, é o jogador estrangeiro mais decisivo da história do clube e talvez até do futebol nacional e por mais que não tenha a mesma condição física do início da década passada, merecia o todo apoio do clube para terminar sua carreia no time que ama.

Na minha visão, demitir o Pet como se fosse um Val Baiano da vida é sujar nossas tradições, é um desrespeito com a história do clube que parece esquecer daquele gol de falta antológico sobre o Vasco da Gama, aos 43 minutos do segundo tempo, onde o Flamengo voltou a ganhar um tricampeonato carioca e de quebra transformou o Vasco em vice mais uma vez.

Ainda bem que a torcida do Flamengo tem outra visão e sabe bem o valor que Petkovic tem para o clube, sendo o maior jogador do Flamengo da década passada, com dois títulos nacionais e um Carioca apoteótico, Pet mereceria uma despedida à sua altura.

Entre tantas glórias, crises, choros de alegria e decepções que, na maioria das vezes, nem vem do gramado e sim dos escritórios da Gávea, a camisa 10, símbolo máximo de glória no clube, ganhará um novo representante. Ronaldinho Gaúcho chega em meio a muitas polêmicas envolvendo grana, interesse e sentimentos de revolta que vem do sul do país.

As dúvidas sobre sua condição física e seu desejo de realmente jogar futebol são pertinentes, é só olhar para o Corinthians, que virou o pior Spa do mundo, pelo fato de não conseguir emagrecer de forma nenhuma o seu principal jogador.

O salário do novo ídolo rubro-negro é astronômico, e se depender da fé da maior torcida do mundo, vai valer cada centavo. Ronaldinho irá arrebentar com títulos, gols e dribles que só ele sabe fazer, e a torcida rubro-negra vai comemorar do jeito que só essa torcida sabe, pois só quem é Flamengo sabe que esse privilégio não pertence a poucas pessoas.

Ser flamengo não é assim. Ser flamengo é ser exagerado, é ter orgulho em ser a maioria. E os que não compartilham dessa felicidade, que não me entendam mal, a humildade simplesmente não é uma das virtudes do torcedor flamenguista, e por que haveria de ser? A história desse clube justifica essa maravilhosa mania de grandeza.

Pra finalizar, eu desejo boas vindas e boa sorte ao Ronaldinho. E para o Petkovic, 43 mil vezes obrigado!