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quinta-feira, abril 07, 2011

O Carioca do Jurunas

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Por André Mont’Alverne

Algumas coisas que rolaram esses dias no Blog me lembraram de uma antiga historia, de um cara de Belém (PA) que odiava o fato de ter nascido naquela cidade. Ele não via a hora de deixar aquela paisagem sombria do bairro do Jurunas e ir morar no Rio de Janeiro (RJ). Ele queria sair para ver o mar e as coisas que ele via na televisão.

Um dia, ele finalmente conseguiu se livrar da cidade das mangueiras e foi morar na cidade maravilhosa. O rapaz, cheio de encantos mil, resolveu convidar os seus novos amigos (cariocas da gema) para uma comemoração às margens da praia de Copacabana.

Seus novos amigos, os quais ele se referia freqüentemente como "cumpadis", não sabiam da procedência desse infeliz paraense que escondia sua naturalidade igual o Tom Hanks no filme do Soldado Ryan.

Papo vai, papo vem - Garçom uma cerveja!! (Só tem chopp), desce dois, desce mais... OK, OK vocês venceram, BATATA FRITA PRA GALERA! - disse o fingido paraense.

No final das contas, ou melhor, no final, a conta estava a caminho da “mesa mais feliz do Bar”, sendo conduzida em cima de uma bandeja de prata. À medida que o garçom se aproximava, o coração do anfitrião da noitada acelerava.

Ele não conseguiu esconder a tremedeira em suas mãos e um dos cariocas perguntou: - Aê parceiro! Tu tem mal de Parkinson ou o quê mané?

Finalmente ele abriu aquele misterioso recipiente de couro e viu o valor da conta. Nesse momento, seus olhos exprimiam o total desespero e susto. E tomado por uma força interior, automática e imediata, sem mesmo ter pensado em dizer aquilo, ele soltou um sonoro - ÉÉÉÉÉÉÉGUUAA!

Todos em volta se calaram, a música parou, o garçom se afastou e os seus novos amigos se perguntavam "o que foi que ele disse?"

Como diria Mano Brown o Poeta dos Loucos “Aê, você sai do gueto, mas o gueto nunca sai de você, morou irmão?”

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