Por Bianca Andrade
[Ambos fugiam de si... Disputando gestos, frases e besteiras. Achavam-se os tais como jogadores.]
Ele: Porventura, se achas que não temos sorte para o amor, convida-me para um jogo.
Ela: Experimentas a auréola que eu protagonizo a outra linha.
Ele: Ou isso seria a própria ilusão dos quadrados impercebíveis?
[Montagem dos personagens... Que avatar caberia para a peça adversa?]
Ele: Tentaríamos ser divergentes, mas abstratas algemas forçar-nos-iam o convergente, nitidamente urgentes.
[Para a vestimenta das armaduras, adicionar-se-ia mais adrenalina nos movimentos presentes. Um “Level Up” no Rock or Psychedelic.]
Play!
Round 1:
Ele: Pediríamos mais bebidas para o garçom, acenderíamos o nosso fogo.
Ela: Riríamos, pois jogaríamos combinadamente, cada um com seu segredo, mistérios que só caberiam nas entrelinhas.
Round 2:
Ele: Eu par, você ímpar... Que tal Poker?! Mesa aveludada, cartas bandidas na manga. Malditos sejamos?! Poderíamos optar por sair da isolação... Formando-se duplas, somando mais fichas, várias opções...
Ela: Mas, preferivelmente, escolheríamos solidão x solidão. Ganhando ou perdendo, odiaríamos simuladas companhias, apenas usáveis para determinadas estratégias, não para esta.
Round 3:
Ele: Embaralhando as tuas cartas e eu descartando algumas minhas, se perceberia mais carteados que qualquer baralho, utilizando-se de determinados cuidados com os trucos... Truques de outras cartas embalsamadas.
Round 4:
Ela: Com um copo de Campari, provocar-me-ias com Coroa, enquanto eu me defenderia sutilmente com Cara, com a discrição de uma taça de vinho seco. Os dados rolariam, a roleta giraria. Pensando tu seres mais esperto com algumas mentiras, sarcasticamente fingiria eu ser idiota, correspondendo-te com meias verdades, saboreando ataques levemente apimentados.
Round 5:
Ele: De auréolas partidas, confrontar-te-ia nos salões. Eu optaria para os do inferno, você me convenceria com os do céu, de incontáveis estrelas.
Ela: E se achares que danças bem, eu arranharia um solo. Certo bailar implacável, round de todas as cadentes.
- Nesse último nível, a Roda Viva deixaria cintilantes os olhares direcionados e o ápice dos sons os envolvendo, fazendo-os esquecer parcialmente dos confrontos. Ambos saberiam que seria apenas um momento, pois não se permitiriam perder tempo com o que poderia tirar a concentração para o preferido folguedo inventado.
Há jogos bem interessantes, principalmente os da sedução, mas o tempo ultrapassado nos tabuleiros é o mesmo que mata com requinte. “Xeque-mate!
Aposta-dores... Quem venceu?
Nenhum! Somente dividiram certo prazer sadomasoquista, sem nexo. Quem sabe, se não apostassem no azar dos jogos, mas se tivessem convicção na sorte da própria vida, de viverem os riscos do amor... Sem essa de desculpas frasais. Serem mais!
Sempre haverá as fantasias de quem joga, seja qual for o ambiente de jogatina, até determinado “caça-níquel” displicentemente estrondar figuras não esperadas: cérebros e corações corroídos. - “You lose”! Independente de baixas ou altas apostas, são programados para ganhar, mesmo daqueles que se consideram mestres e rainhas dos jogos.
"O coração, em se habituando à fantasia, custa-lhe muito depois a desfazer-se delas quando vem a realidade." (Camilo Castelo Branco)
Muito legal, Bia. Bjo do gordo!
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