Por Stefanny Marques
Cláudio, Josapha e Alexandre - Foto: Rosivaldo Nascimento.
Em Santana, a lei que estabelece a criação do Conselho Municipal de Cultura já foi aprovada pelos vereadores do município e segue para a sanção do prefeito Antônio Nogueira (PT). Na região sul do Amapá, Laranjal do Jari, o encontro dos artistas com o Poder Legislativo também sinalizou para a instalação do sistema municipal de cultura, que ampliará o acesso das comunidades as manifestações culturais do local.
Desta vez, artistas e representantes do Conselho de Cultura participaram de uma reunião na Câmara de Macapá. O intuito foi incitar a criação de um projeto que subsidie iniciativas culturais na capital. De posse de argumentos tão favoráveis como aqueles assegurados em Santana e Laranjal do Jari, o Conselho não encontrou resistência do Poder Legislativo Municipal em garantir que a efetivação da proposta.
Movimento em prol da cultura
Primeiro foi organizar os segmentos, Literatura, Artes Plásticas, Música, Dança, Teatro... Em seguida, cada representante teve o papel de articular junto aos poderes municipais uma política cultural permanente, que pudesse ser implantada em caráter municipal e que pudesse compreender aspectos cruciais para definir as prioridades do setor.
A inclusão da Lei Municipal de Incentivo a Cultura e as secretarias municipais de Cultura poderiam atuar na colaboração de ações em âmbito estadual e principalmente quanto a classificação de editais públicos, que destinam polpudas fatias de recursos para premiação de artistas e que, frequentemente tem gerado polêmica quanto a seleção dos candidatos.
Iniciativas que deram certo
Alexandre Brito - Foto: Rosivaldo Nascimento.
A ação não depende só de vontade política. Alexandre Brito, que não possui nenhum atrelamento político promove o Festival da Imagem e Movimento (FIM) todos os anos. Sem fazer menção a qualquer dificuldade, ele mesmo realiza um trabalho digno de reconhecimento, levando o projetor para locais onde a exibição de filmes praticamente inexiste, e tornando espaços públicos em verdadeiras salas de cinema.
Abandonado há cerca de 8 anos, o projeto “Roda Ciranda” acampava uma lona de circo todos os finais de semana nas praças da capital. Lá, artistas circenses coordenavam oficinas e divertiam o público. Exercitavam o lúdico no imaginário popular. Mas como as políticas públicas tornam-se práticas de gestão e não ações permanentes (simplesmente por que os governantes ainda não entenderam que é preservar a arte é preservar a história de um povo) o “Roda Ciranda” foi esquecido.
Para se ter a dimensão do alcance que um trabalho como este poderia alcançar se houvesse investimentos, dados da Academia Brasileira de Circo (ABC) aponta para a existência de 2 milhões de 500 mil circos em todo o país, com público mensal estimado em 1 milhão de expectadores, que geram 35 mil empregos informais diretos.
Outra iniciativa que ganhou forma e criou adeptos em Macapá foram os Concertos de Verão da Confraria Tucuju, entidade sem fins lucrativos formada por intelectuais que incentivam a difusão da cultura amapaense. Sem falar nos concursos de filmes caseiros, festivais de poesias e tantas outras promoções, a baixo custo – isso é importante frisar – que não doem no bolso e promovem a expansão de ideias e perspectivas de quem quer ver a cultura prosperar nesse Estado.
Toda iniciativa em prol da cultura é bem vinda, pois o poder público destina uma parcela do orçamento para a cultura, sendo que somente quem corre atraz do recurso tem chances de obte-lo, mediante projetos. Sabemos que na história desse Estado a maior parcela deste recurso esteve na mão de um pequeno grupo privilegiado (sem citar nomes).
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