Monitorar e comparar os impactos da exploração de florestas tropicais na Bacia Amazônica, Bacia do Congo e Sudeste Asiático. A missão inédita é do Observatório Internacional de Florestas Tropicais Manejadas (Rede TmFO), que desde 2012 reúne estudos voltados para avaliar a capacidade de regeneração, armazenamento de carbono e manutenção da biodiversidade das florestas impactadas pela extração seletiva de madeira. Entre as iniciativas acompanhadas pelo TmFO está o Projeto Guyamaflor, iniciado este ano pela Embrapa em áreas da Bacia Amazônica. Na última semana, durante quatro dias pesquisadores de instituições do Observatório e do Projeto Guyamaflor reuniram-se na Embrapa Amapá para compartilhar informações e análises de dados.
Nesta 1ª reunião do Projeto Guyamaflor, simultânea à reunião da Rede TmFO, participaram pesquisadores de quatro centros de pesquisas da Embrapa (Amapá, Pará, Amazonas e Acre), do Cirad e de outras instituições da Bolívia, Alemanha, Suriname e Guiana Francesa. De acordo com a pesquisadora Eleneide Doff Sotta, da Embrapa Amapá, o Guyamaflor inicia neste primeiro trimestre de 2014 com prazo de duração de dois anos, sendo coordenado pela Embrapa Amapá e Embrapa Amazônia Ocidental (AM). “O principal objetivo é produzir conhecimento sobre o funcionamento das florestas após a exploração florestal madeireira, a fim de identificar práticas de manejo que melhorem os planos de manejo florestal para a Amazônia”, acrescentou a pesquisadora.
A originalidade da proposta do Projeto Guyamaflor está no fato de os pesquisadores trabalharem em abrangência regional (Guiana Francesa e dois estados da Amazônia brasileira, Amapá e Amazonas), para compreender como os fatores ambientais atuam na dinâmica pós-exploração de florestas que sofreram diferentes intensidades de exploração madeireira. Na prática, o projeto é baseado na análise de dados de monitoramento da dinâmica florestal pós-exploração adquiridos em quatro sistemas de manejo florestal sustentáveis de três regiões da Amazônia (Guiana Francesa, Amapá e Amazonas). Todo este
trabalho vai fazer parte de uma reflexão sobre o futuro do manejo florestal para produzir bens e serviços ambientais em um contexto Amazônico que encontra-se em plena mudança. Será realizada uma análise prospectiva sobre a importância e o papel do manejo florestal para a próxima década. A hipótese dos pesquisadores é de que o manejo florestal vai se tornar uma importante ferramenta de gestão no território amazônico, mas com uma extração (intensidade de extração e natureza dos produtos) que pode ser diferente das existentes atualmente. Por exemplo, será analisado como os sistemas atuais de manejo florestal podem constituir a base de planos de manejo que assegurem a manutenção de serviços ambientais para atender a uma variedade de necessidades.
Eleneide Doff Sotta destaca que o Projeto Guyamaflor representa a realização de um desejo de colaboração regional, envolvendo vários parceiros da Amazônia e viabilizada pelo Programa de Cooperação Internacional entre as fundações estaduais - Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) – e a L'agence Inter-Êtablissements de Recherche Pour le Développement (AIRD), uma agência de fomento da França. “Todos os pesquisadores envolvidos neste projeto já trabalham juntos em outras pesquisas. O intercâmbio entre pesquisadores e estudantes constituem as principais formas de funcionamento deste grupo”. Os objetivos do trabalho, as análises de dados e as discussões sempre serão feitos em seminários de trabalho reunindo todo os parceiros
Dulcivânia Freitas – Jornalista DRT-PB 1.063/96
dulcivania.freitas@embrapa.br
0xx96-4009-9587
Eleneide Doff Sotta
eleneide.sotta@embrapa.br
0xx96-4009-9541
www.cpafap.embrapa.br
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