Toda discussão, arranca-rabo, confusão ou banzé é motivada por algum outro sentimento forte, que serve de combustível para que ela surja da caixa preta, protegida pelo medo de se expressar ou de magoar alguém com quem nos importamos.
Mas, o chamado discurso lúdico que sugere a maneira mais democrática de contrapor ideias, é um poderoso instrumento num universo desigual onde o voto ainda é obrigatório. E, o contexto se torna uma grande mentira muito bem contextualizada. Todavia, lúdico quer dizer jogo e ninguém entra em uma disputa para perder.
Assim, com base nessa frágil estrutura o sentimento forte é superficial só no nome, porque na verdade foi tímido ou pouco racional. Assumem duas personalidades a mágoa ou a dívida, nem vou citar a inveja, vou deixar se debater de ódio por pura maldade.
A mágoa vem disfarçada de um conceito pronto, ou obviamente pré-estabelecido. Alguém diz algo que não convence e desperta à interpretação, quase sempre errada do tema em questão, tudo isso com elevado grau de persuasão. E, começa o lá e cá para ver quem está certo.
Os argumentos tem a finalidade de ser fundamentados na razão, mas ela se perde depois da primeira esquina, na curva do sentimento real. Aquele que ficou escondido na quarto embaixo das cobertas e chorou esse tempo todo por simplesmente não ter tido força para reagir à altura no calor dos acontecimentos.
Já a dívida é mais escancarada. Quem deve se morde logo, a natureza dessa discussão é mais violenta, não tem finalidade nenhuma de ser lúdica, longe disso. A ideia é que tome a forma de gritaria generalizada e ganhe os moldes dos homens das cavernas, até que prevaleça o mais bruto.
Bom, não importa se as estruturas ficaram estremecidas, formaram a base manipuladora ou ainda, quem prevaleceu como o mais importante, inteligente ou manteve o controle das emoções, não há nada mais triste do que a sensação de não ter dito tudo!
Hellen Cortezolli
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