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domingo, maio 20, 2012

O equilíbrio subliminar

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Gostamos muito de reclamar do clima e Deus deve perder a paciência conosco. Então, num momento seria bom que no fim de semana chovesse porque assim seria melhor para namorar, com sol para organizar um churrasco com os amigos...  (Se você estiver em Macapá tem o privilégio de optar, só depende da sua vontade de se deslocar para a zona norte ou sul, se estiver com sorte).

Reclamar do trânsito é preferência nacional, isso é racionalmente impossível, mas aparentemente vivemos em uma fábula onde o trânsito é um serial killer. Tem vida própria e se levanta todos os dias pela manhã para fazer vítimas em qualquer lugar do mundo. Isentamos as pessoas responsáveis por guiar seus automóveis, bicicletas, passos ou animais de estimação pelas vias públicas. Não é culpa delas, é do monstro! 

O que seriam das manchetes dos jornais paupérrimos sem criatividade com letras garrafais se não fossem as atrocidades cometidas por esse cara, o trânsito?

Protestamos contra mulheres, por serem gordas, outras magras demais, feias ao extremo, bonitas em excesso, bem vestidas, gastadeiras, na última moda, “démodé”, mãos de vaca, mal amadas, invejosas, deslumbradas, ingênuas... 

Resmungar sobre os homens com sua visão além do alcance para dirigir e olhar as pernas e bundas que desfilam pelas calçadas, das manias e gostos sobre tudo, pelos interesses no que não nos provoca interesse algum. O pior é nos interessamos seriamente por esse tipo... 

E, quando discorremos negativamente em frente ao espelho sobre nós mesmos, do peso, emprego, das rugas, dos cabelos, da falta de experiência, do medo de envelhecer, da bunda e peitos grandes ou pequenos, depende do que temos vontade de usar, blá, blá, blá. 

Ah!... Cansei de imaginar do que reclamamos todos os dias.

A força das iniciativas dos defensores das causas igualitárias é válida, e era disso que conversava a boca pequena com um amigo muito amado. Mas, desde a faculdade percebi que as coisas não tão boas, assim como os profissionais ruins e toda aquela lista quilométrica que você tem aí guardada em lugar seguro do seu modelo ideal de mundo, são o mal necessário. 

Os sentimentos verdadeiros que instigam o raciocínio lógico, as paixões avassaladoras, aquilo que te move rumo à realização dos seus sonhos, a vulnerabilidade das relações, tudo precisa acontecer para se ter noção do que é certo ou errado, ideal ou imperfeito, bom ou ruim e, mesmo que tenhamos isso de ter isso em mente, sempre arrumaremos algo para reclamar.

Faz parte de um todo no qual somos insignificantes.

Se tudo e todos fossem sempre tão perfeitos, com os mesmos propósitos, pensamentos, manias, cores preferidas e diálogos, seria algo muito parecido com o céu ou o paraíso. 

Que saco! 

PS – Rs rs.

Hellen Cortezolli

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