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domingo, setembro 22, 2013

O tic tac do relógio e as voltas que o mundo dá

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Por André Mont'Alverne

Uma das principais maneiras de entender quem somos, de onde viemos e para onde vamos é compreender o que os cientistas definem como "a base das forças que regem o Universo". O tempo. Sim, aquele tempo que corre contra você quando está atrasado, veloz e ligeiro, ele apaga tudo, destrói lembranças e sonhos de quem desejou ter uma profissão diferente da que tem, algo como querer ser um astronauta.

Parece que foi há um século, mas não deu tempo de se preparar para aquilo porque tudo passou rápido demais enquanto estávamos nos divertindo, ou que durou uma eternidade quando as coisas estavam ruins. Mas esse ainda é o mesmo tempo ao qual nos apegamos desde que aprendemos a ver as horas no relógio e que não vamos querer que acelere nos últimos dias da nossa vida.

O tempo sempre intrigou o homem, desde os primórdios da humanidade. É impossível de ser definido de uma forma literal, usamos analogias para expressá-lo e entendê-lo, uma vez que ao darmos movimento ao tempo, estamos apenas descrevendo como os cinco sentidos humanos conseguem interpretá-lo e foi assim, sentindo o calor do verão, o frio do inverno, que desde cedo nos habituamos a observar que o dia se sucede à noite, e a noite ao dia.

No mundo moderno, parece que o tempo é um artigo de luxo e são constantes as reclamações a respeito da sua falta. Muitos se dizem atarefados com inúmeras responsabilidades e incontáveis afazeres. Outros afirmam que o tempo parece passar mais rápido a cada ano e assim vamos nos transformando em autênticos reféns do “tic TAC” do relógio.

O mundo dá voltas, e isso é comprovado até pela ciência, através dos movimentos do nosso planeta. A vida também dá muitas voltas, pessoas mudam, os problemas, as situações, tudo. Não é possível ser o mesmo diante de tantas transformações que vivenciamos em nossas vidas, algo que nem se pensava fazer, que era tido como inconcebível por alguém há um tempo atrás, pode ser tornar algo corriqueiro em outro momento da nossa vida. 

É estranho pensar que muitas coisas presentes, e algumas imprescindíveis, dos nossos dias como celulares, internet, computadores, televisão e carros foram criadas ou popularizadas há menos de 100 anos. Ontem lançaram um aparelho novo e o mundo inteiro já o tem, esqueceram do antigo numa fração de segundo e enquanto isso, você finalmente acabou de pagar o seu carro e agora ele já tem oito anos, portanto, está ultrapassado.

Os erros que foram cometidos ficaram para trás, é necessário corrigi-los, mas de nada adianta se escravizar ao passado. E mesmo que sejamos fortes, mesmo que sejamos por acaso, disparar contra o sol “metralhadoras cheias de mágoas”, não resolverá nada, pois um dia essa munição irá acabar. Quem nos odeia hoje pode nos amar amanhã ou se você amou alguém um dia, hoje, talvez, essa pessoa pode significar simplesmente alguém comum andando nas ruas.

Nessa correria frenética que fazemos numa procura de tudo querer, tudo realizar, muitas vezes, esquecemos que a nossa vida pessoal se apresenta de forma simples, intensamente simples, e o tempo, independente da vida que o acompanha, sempre estará presente, como o ar que se respira, como o sol que brilha incansavelmente todos os dias, ou como as batidas de um jovem coração que ainda tem uma vida inteira pela frente.

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