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quinta-feira, novembro 20, 2014

Discos que formaram meu caráter (Parte 29) - “Back In Black”- AC/DC (1980)

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Muito bem moçada, estamos de volta com nossa programação normal, ou não. Perdidamente em um espaço sinistro de um mundo particularmente miraculoso, eis que retornamos com nossa muito louca nave para mais uma edição dos “Discos que formaram meu caráter”.

Sei que devo ter deixado várias pessoas chateadas e putas da vida, principalmente o dono desse blog, que é um cara muito legal (faz logo uma farofa), mas não voltaríamos à toa. Sem mais delongas e “eltontavarices” à parte, é com orgulho que volto do inferno para apresentar para vocês o sétimo disco dessa turma de Sidney (AUS). Senhoras e senhores com toda pompa e circunstancias que a ocasião permite, orgulhosamente apresento a vocês : “ Back In Black” do AC/DC. Todos de pé de PÉ.

Muito bem, corria os anos 80, ressaca dos famigerados anos 70 ainda estava no ar e os caras do AC/DC já tinham provado à Europa que na Austrália não existia só Canguru, coalas e o Men At Work (grande banda, por sinal). Mas faltava ainda a conquista da América, a invasão australiana aos EUA já era um objetivo. Os planos da banda quase foram abortados por uma tragédia. Em fevereiro de 1980 o carismático e competente Bon Scott morre afogado no próprio vomito (yeah), mais rock impossível.

Sem muito tempo para frescuras e digerindo a perda, coisa que Scott não fez direito (rá), os caras recrutaram o não menos foda ex- vocal do Geordie, Brian Johnson. Com nova formação, o AC/DC partiram para um estúdio e resolveram fazer uma homenagem ao finado frontman. Sem as 15 músicas escritas por Bon Scott para um novo álbum (um sinal de respeito dos caras), as cartas estavam na mesa.

Lançado em 25 de julho de 1980, o disco foi uma homenagem póstuma, um tributo a Bon Scott, caras que Tributo sem mais salamaleques e leros vamos dissecar este belo artefato:

A bolacha começa coma hoje clássica “Hells Bells”, na mais justo do que tocar os “sinos do inferno” para homenagear o saudoso e “vomitão” vocalista, ai o clima sombrio da espaço a um alucinado rif de Angus, ai meus velhos a pauleira corre solta com Brian falando em alto e bom som que “ se você é mal então é dos meus”. Entra a não menos alucinante “Shoot To Thrill”, que particularmente considero atemporal, mesmo com quase 30 anos ainda pode ser aproveitada pela grande indústria, não é a toa que é o tema da vida de Tony Stark (só os bem fodas). 

Vamos para “What Do You Do For Money Honey”, a mais digamos “pop” do disco fala oque as pessoas podem fazer por dinheiro, segundo os caras “principalmente as mulheres”. “Giving The Dog A Bone”, o clássico “balance a cabeça e acompanhe o refrão”, recheadas de conotações sexuais é uma das melhores da bolacha. Chegando a “Let Me Put My Love Into You”, começa vagarosa, mas logo é dominada por riffs e uma bateria insana. 

Sem deixar a peteca cair “Back In Back” a faixa título do discão, mostra exatamente o que os caras estavam passando, a volta do “luto” ou você não sente isso quando ouve “de volta do luto/eu cai na cama/Estive longe por muito tempo....Sim eu fui libertado da forca”. O clássico dos clássicos, a melhor música já composta, os acordes, riffs e letras mais perfeitos, sim amigos “You Shook Me All Night Long”, e sem duvida alguma,  um dos hinos do rock no mundo, uma homenagem de Brian a sua namorada da época (risos). 

“Have A Drink On Me”, em time que esta ganhando não se mexe, ou seja mesma formula, começa calma e termina em um espetáculo de porradaria. “Shake A Leg”, cantada por Brian com um vozeirão dos infernos, mostra oque seria a banda a partir daquele momento. E Fecha tudo com “ Rock And Roll Ain`t Noise Pollution” uma introdução improvisada na hora, e riffs animalescos fecha o álbum com chave de ouro. São quarenta e um minutos e trinta segundos de pura porrada nos ouvidos. Sem dúvida nenhuma, um disco que já nasceu para ser foda. Medalha de clássico em primeira linha.

Esta bolacha foi um sucesso de vendas, vendeu até hoje 51 milhões de cópias é o disco de rock mais vendido de todos os tempos, e o segundo álbum mais vendido de toda história (perde apenas para “Thriller” do Michael Jackson, que realmente não conheço ninguém que tenha).
Se Bon Scott precisou morrer para a concepção desde verdadeiro míssil sonoro em ode ao rock, cara sua morte não foi em vão. 

Este álbum foi um verdadeiro “chute nos colhões” da dita New Wave da época. Tive a imensa felicidade de receber meu mais novo exemplar das mãos da Bia (minha garota), que viu quanto fiquei feliz com o presente. Muito bem macacada é isso.  Velhos, quem não conhece o disco não merece nem em 100 anos a patente de foda, pegue seu dito passado roqueiro e jogue no lixo. No mais, é só.

Marcelo Guido é Punk, Pai da Lanna e barba (mal feita) da Bia... “ nem a morte, muito menos o Diabo podem parar o Rock In Roll”.   

3 comentários:

  1. Haha muito bom o texto! Não sou muito ligado a música, mas fiquei na pilha de ouvir "a bolacha"! Você escreve de um jeito muito divertido! Abração, Fernando Caruso.

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  2. Olá, Parte 29 é recurso estilístico? Ou tem como voltar nos anteriores? Não achei o percurso para re-formar o meu. Embora tenha curtido muito sua proposta aqui. Viciosamente, ou não, quero ver mais. Obrigado.

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