Poema para meu Cristo
Meu cristo traz
no olhar
restos de noite
e madrugada nos gestos.
É impuro e bom
casto e conivente
arrostando multidões
na orla de seu manto.
Outro dia
vi meu cristo em Montecarlo.
(Não havia anjos ou nereidas
machucando o rosa e o marrom.)
Na terceira rodada
prenderam meu cristo.
Alguns homens
de boa vontade o levaram.
Não havia revolta
em seus olhos negros
como as coisas que ficam
para trás.
Obdias Araújo
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