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terça-feira, novembro 04, 2014

Uma lista etílica citando os dez maiores amantes do álcool da Literatura

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É um lugar comum dentro da Literatura. Álcool e escritores são uma dupla tão antiga quanto poesia e sonoridade. Para ficarmos em casos antigos, Aristófanes, dramaturgo grego, já era acusado por seus companheiros de levantar muitas taças de néctar; Shakespeare, bem como Ben Jonson, são outros acusados de tomarem umas e outras em excesso – uma das lendas sobre a morte do bardo é que ele teria morrido depois de uma longa bebedeira de dias.

Para tanto, decidimos escolher os dez maiores beberrões da Literatura. Foi difícil, é verdade, pois para chegarmos a 10 apenas foi tarefa árdua, contudo, depois de umas e outras, as escolhas ficaram mais fáceis.

Truman Capote

Acostumado a circular em coquetéis de luxo na alta sociedade, Capote virou noites e noites em meio a gente rica e glamourosa bebendo. Não dá para saber se seu gosto pelo álcool veio de New Orleans ou cresceu com o tempo enquanto convivia com o mundo frívolo das celebridades americanas. O fato é que morreu de doença hepática antes de completar sessenta anos.

Dylan Thomas

“Tomei 18 doses de uísque puro, acho que é um recorde”, disse Dylan Thomas antes de morrer aos 39 anos em Nova York, devido envenenamento alcoólico. Essa foi a última ação dele no hotel Chelsea que o levou a falecer longe da sua terra amada, o País de Gales. Será que é preciso mais alguma descrição sobre ele e o álcool?

William Faulkner

Certa vez, ao ser demandado sobre seus costumes ao escrever, Faulkner afirmou sem pestanejar que a primeira coisa que fazia era beber. “Não consigo escrever uma linha sem estar completamente embriagado”, admitiu. Como bom sulista, os trabalhos começavam cedo, basicamente no café da manhã, e iam até o fim do dia, passando por pequenas doses durante o dia para manter o estado ébrio em dia.

Vinicius de Moraes

Citar Vinicius sem citar o álcool seria fazer um perfil incompleto dele. Entre as esposas e seus belíssimos sonetos, o que manteve o poetinha sempre alerta foram as doses nada modestas de whisky que consumia. Quando perguntado qual era seu cachê para vir recitar e cantar em Porto Alegre, ele não pestanejou em dizer: “Um bom scotch original já me basta”.

Jack London

Quando jovem, Jack London costumava beber para esquecer a pobreza e dar vazão ao cansaço das longas jornadas de trabalho. Com o passar dos anos, as doses foram aumentando e fizeram com que ele morresse aos 40 anos por falência renal graças ao consumo excessivo. Ele mesmo chegou a admitir que a maior parte das aventuras que viveu só foram possíveis por estar intensamente bêbado quase o tempo todo.

Jack Kerouac

Quem leu Big Sur provavelmente conhece a cena em que Jack Kerouac, assolado pelo próprio mito em On the road, joga um punhado de vinho no aquário e no outro dia encontra o amigo aquático morto. Como muitos da sua geração, ele era dado a beber para esquecer, beber para lembrar, beber para matar tempo. Os anos pé na estrada cobraram a conta em 1969, aos seus 47 anos, com uma hemorragia interna, conseqüência de sua cirrose crônica.

F. Scott Fitzgerald

Um ano antes de morrer, Fitzgerald se mudou para Hollywood com três objetivos: ganhar a vida fazendo roteiros cinematográficos, terminar seu próximo romance, o inacabado Último Magnata, e deixar de beber. Conhecido por bebedeiras épicas em Paris junto à Lost Generation, teve sua saúde física e mental deteriorada pelas longas e constantes bebedeiras durante os anos. Passou seus últimos dias visto como alguém indesejado.

Edgar Allan Poe

Há quem diga que boa parte da obra soturna do autor tenha origem nos copos e mais copos que ele bebia. Sabe-se que sua vida – como a de seu fã mais famoso, Baudelaire – foi um ciclo intenso de álcool e doenças venéreas. A verdade é que foi encontrado em Baltimore completamente fora de si, talvez por estar excessivamente bêbado, vindo a falecer logo em seguida.

Ernest Hemingway

É difícil dissociar a imagem do Papa com a de grande beberrão. Hemingway adorava beber e tinha amigos, como Fitzgerald, que partilhavam do mesmo ideal. Ao morrer, havia passado por muitas coisas ruins durante a vida, algumas tendo origem em problemas diretos ou indiretos causados pela bebida – o autor sofreu dois acidentes aéreos, um deles, conta-se, no qual era piloto e perdeu a noção de altura por ter ingerido tequila em excesso antes da decolagem.

Charles Bukowski

O que se pode dizer? Citar Bukowski é trazer todos aqueles bares pelos quais passou, seus bêbados e seus problemas que eles afundam no copo. Como ele mesmo gosta de se vangloriar em suas histórias, um médico disse que, se ele não parasse de beber, morreria em trinta dias: nada aconteceu. Depois desse episódio, Bukowski deu a guinada na sua vida literária, começando a escrever poesia. Dizer Bukowski invoca ao leitor o sabor de cerveja, vinho e outras coisas; citá-lo nesta lista não é uma obrigação, é uma honra.

Meu comentário: Sem nenhuma apologia ao alcoolismo, mas a maioria dos intelectuais bebem. E muito! “Para conviver com os tolos um homem inteligente precisa beber”, disse o mesmo Hemingway.  Claro que o goró estimula a criatividade, é só lembrar dos fascinantes papos que batemos durante uma simples reunião etílica. 

Ainda não sou escritor, quem sabe no futuro? Mas sou um biriteiro assumido e já que berber e escrever tem tudo a ver, sigo na esperança de um dia publicar um livro (risos).  

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