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terça-feira, junho 18, 2013

Discos que formaram meu caráter (Parte 23) - (What`s the Story) Morning Glory ?- Oasis (1995)

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Muito bem moçada, estamos de volta com nossa programação normal, falando mais uma vez de músicas, discos e afins. Sem a preocupação de darmos de cara com balas de borracha e “Marias Pretinhas”. Vamos voltar no tempo e falar de um disco que mudou os parâmetros da música alternativa do rock and roll e abalou as estruturas da terra da rainha, e por que não da vida de muitos de nós.

É com muito orgulho que volto para os anos 90 e apresento (ou relembro) para vocês “(What`s the Story) Morning Glory?” do Oasis de 1995.

Na ativa desde 1991 a banda dos irmãos Lian e Noel Gallagher já tinham brindado os ouvidos e consciências mundiais com o excelente “Definitely Maybe” de 1994 (aquele da inesquecível “Life Forever”, pretendo falar deste também) e obviamente o mundo esperava por algo muito superior, coisa difícil porque o primeiro disco já era muito bom.

O renascimento cultural que andava rolando na época na Grã- Bretanha e já tinha sido batizado como “Britpop” (uma abreviação de “Britissh pop”, na melhor tradução “música popular britânica”) já tinha apontado o Oasis como padrinhos (Calma cults de plantão, eu também gosto do Blur), uma espécie de volta as raízes, onde influências de Pink Floyd, The Who, Stones e principalmente dos Beatles eram realmente marcantes, além claro dos arranjos tipicamente radiofônicos.

Então, voltando ao disco, eu lembro que lia muito a revista “BIZZ” que na época tinha sido rebatizada como “SHOWBIZZ” (mas ainda guardava a essência) e vi uma critica bastante negativa sobre esse disco. Fiquei curioso e resolvi ouvi-lo. “Puta-merda” que disco.

Os geniais irmãos aparentemente tinham guardado o “filé” para o segundo disco, pra acabar com aquela onda de “Trauma do disco 2”. Sim, eles simplesmente arrebentaram todas as expectativas e com arranjos fantásticos, letras marcantes e uma banda bem situada gravaram um “puta de um disco foda”.

Vamos ás faixas:

A bolacha começa com estonteante (hummmm) “Hello”, uma sátira bem humorada para a canção de Gary Glitter, um dos percursores do Glam Rock. Vai para “Roll With it” que recebeu uma atenção especial da gravadora para ser lançada como single, dando começo a “guerra” do Oasis com o Blur. Partindo para “Wonderwall”, uma das mais belas canções de todos os tempos, marcante, reza lenda ser uma homenagem a um amigo imaginário de Noel que o ajudava na infância, foi trilha sonora de novela no Brasil. Indo agora para “Don`t Look Back in Anger”, um hino, rapidamente ganhou as arquibancadas dos estádios de futebol e foi inspirada em um fragmento de uma conversa de John Lennon (Se você não sabe de quem se trata, nunca terá sua credencial de “foda”, nem em seus melhores sonhos). 

“Hey Now!”, bela e muito importante, bem trabalhada e com um refrão marcante. “The Swamp Song”, porradaria instrumental. “Some Might Say” levou os caras para as cabeças das paradas inglesas, também pudera, é uma das minhas preferidas, excelente canção deve estar na lista das “melhores músicas dos anos 90”. “Cast No Shadow” uma doce e púrpura (ai...ai) homenagem ao vocalista do The Verve (grande banda) Richard Ashcroft, que era amigo da rapaziada e andava meio mal. “She`s Electric” a mais “Beatle” do disco, lembra a fase “pós 60” dos rapazes de Liverpool. “Morning Glory”, faixa título do disco, é forte  e muito palatável, um refrão cativante, uma afirmação a vida. “ The Swamp song #2”,instrumental. Encerando tudo com a doce “Champagne Supernova”, reencarnação, Chapar-se tomando champanhe? Tire suas conclusões.

Na boa, nem tente dizer que entende de rock sem antes dissecar esse disco. Ele é daqueles que tem que estar na estante de qualquer um que se diz um bom ouvinte. Putz!!! Sem mais delongas, clássico de marca maior.

É necessário dizer que esse álbum vendeu mais de 23 milhões de cópias no mundo todo e é o terceiro mais vendido de todos os tempos no Reino Unido. O trato como o ponto mais importante do Britpop (pronto falei), chupa Blur.

Uma coisa que aprendi com esse disco é que quanto maior a critica negativa, melhor é o disco.

Meu fígado ainda lembra com orgulho o tanto de vinho barato e cerveja Antarctica (Paixão nacional) que consumimos nessa época ao som desse verdadeiro calhamaço de boas canções. Minha cabeça viaja com a lembrança do cheiro de mato queimado e solução de bateria (só os bem fodas), um brinde aos anos 90. No mais, é isso.

Marcelo Guido é Punk, pai, marido, jornalista e professor “ ...Sim, eu acho intimidade uma merda”.

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