Passa a Banda com toda a gente da cidade. Estranhas figuras reptilianas respiram água no mormaço e transpiram sob tecidos coloridos. É março. Para cada penacho molhado, há um milhão de gotinhas de suor varando o poro das lantejoulas e explodindo no choque, no chacoalho e no chão.
A marcha pirada, foliã do improvável, do cenário verde-molhado, conduz uma alegoria movida a vapor de asfalto e um sentimento de disposição para o inesquecível. Acenam galhofeiros, fanfarrões, lambisgoias e no destaque uma mulher de meia rasgada côa assovios entre os dentes.
Chega a noite e todas flores de mangue já estão carnívoras. Sobram pela FAB os brigões, os bêbados e os blefados. Pela manhã, passa nas avenidas, o bloco das sandálias perdidas. É a banda da sandália. No seu curso ímpar, ela é a piada do amigo, o resto da briga, o passo incompleto. Ela é parte do conto inesquecível de alguém, é a prova de que a Banda passou mais uma vez com seu antigo sucesso de mormaço aos 4 dias do mês de março.
Heluana Quintas
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