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terça-feira, agosto 28, 2012

O sabor do perfume pelo caminho

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Era para ser um resgate do meu eu, meio perdido assim, quem sabe... Mas, eu gosto dessa perdição toda e, saí a esmo. 

Durante o trajeto, lembrei que da última vez que havia feito isso sozinha lá se iam muitos meses... Ontem foi especial.

O clima ameno e aqui isso é raridade, ventava forte até. Um rastro de folhas serpenteava o ar e até parecia alguém por ali, quem sabe me fazia companhia. 

Havia perfume de jambo pelas ruas, essa fruta regional me lembra o gosto de rosas vermelhas, principalmente a casca, a parte de dentro suculenta e carnuda translúcida, é um azedo meio doce. Sabor sem comparação.

E, percebi o avançar das horas, enquanto meus passos eram movidos em um ritmo muito mais lento, como se ao mesmo tempo não estivesse ali, se fosse outro lugar eu veria a noite cair...

Pensei em como não pensar em nada. Vi carros capotados, gente apressada. Notei os intermináveis momentos de solidão, quando há milhares de pessoas ao redor e que bom que não terminavam. Rostos estranhos, mas sem nada de esquisito.

Aquela sensação de invisibilidade me levou para um lugar muito melhor que minha zona de conforto. Fiquei mais forte.

Agora já sei para onde vou e o que irei provar. Finalmente, acordei.

Hellen Cortezolli

MICROCONTO

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Meus pais me levaram até o alto da colina e me disseram:


Ei, garoto! Esse é o mundo.Vá lá e tente se divertir!

Ronaldo Rodrigues

Vegetariano

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segunda-feira, agosto 27, 2012

O plantador de notícias

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Assessor de imprensa liga para a redação de um site de fofocas.

- Redação, Ricardo, boa tarde.
- Oi, Ricardo. Aqui é o Guto Oliveira, assessor de imprensa das estrelas. Tudo bem?
- Tudo bom.
- Eu tenho uma notícia quentíssima da cantora Jessyca Motta.
- De quem?
- Como de quem? Não conhece a Jessyca Motta? A mulher que já bombou cantando música eletrônica, gospel...
- Ah, claro, desculpe. É que eu sou jornalista novo por aqui...
- Ricardo, é o seguinte: a Jessyca tá gravidíssima. Ela queria divulgar a notícia aos fãs pelo Twitter, mas eu não deixei. Quis dar o furo para vocês, que são o melhor site de celebridades do Brasil.
- Opa, Guto, que bacana. Vamos divulgar, sim!
- Vou mandar um release com mais detalhes. A Jessyca tá amando essa história de ser mãe. O pai, então, tá todo babão. Ela está tão feliz que vai até lançar um novo disco em breve, mas com uma pegada mais infantil, sabe? É novo público dela.
- Que ótimo! Manda o release, sim!

Guto desliga o telefone. A seu lado está a cantora Jessyca Motta.

- Guto, eu não acredito que você fez isso! Eu não estou grávida!
- Querida, você não queria voltar à mídia? Se prepara porque vai chover jornalista querendo saber mais sobre a sua gravidez, o sexo da criança, o nome...
- Mas eu tirei meu útero há dois anos! E se alguém descobre? E se falam com o médico?
- Com o médico eu já me entendi. Ele vai ficar quieto. E mais: esses jornalistas não investigam nada. Só querem saber de notícia fácil. Compram qualquer coisa.
- Ai, meu Deus, Guto, só você mesmo!
- E não esqueça, querida: daqui a dois meses, você vai perder esta criança! Então, aproveite para ser feliz agora, porque, depois, o babado vai ser você sofrer muito na mídia.

Governador Camilo Capiberibe dialoga com comerciantes sobre a redução do ICMS

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O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, recebeu nesta segunda-feira, 27, no Palácio do Setentrião, um grupo de empresários amapaenses. Durante o encontro, os comerciantes reivindicaram a redução de alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), cobrado em cima das vendas, de 12% para 2,85%.

Segundo o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sindbar), Gilmar Marra, o pedido do benéfico fiscal visa o fortalecimento do setor privado, desenvolvimento do turismo e geração de emprego e renda no Estado. Além do governador, a reivindicação foi apresentada na presença dos secretários de Estado da Receita Estadual (SRE), Jucinete Alencar; da Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), José Reinaldo Picanço e do Turismo (Setur), Helena Colares.

Também compareceram o presidente da Federação do Comércio do Estado (Fercomércio/AP), Ladislao Monte, acompanhado dos titulares dos Sindicatos do Comércio Varejista de Materiais de Construções (Sindmat), Eliezir Viterbino, Associação Comercial do Amapá (Acia), Ricardo Nilton Junior e da presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Estado, Elaine Vieira, além de empresários do segmento Alimentação Fora do Lar.

Conforme a presidente da Abrasel, o setor alimentício, composto por bares, hotéis e restaurantes, possui enorme potencial na geração de emprego, absorção de mão-de-obra não especializada, ajuda na melhoria da qualificação profissional e desenvolvimento de novas carreiras. Além disso, é o maior empregador privado e importante pilar para o turismo no Amapá. Elaine Vieira afirmou que, por todos estes pontos, o segmento precisa da concessão do benefício fiscal para sua estruturação.

A secretária da Receita Estadual afirmou que as condições do Estado para a concessão é a regulamentação das empresas. Segundo ela, desta forma, o setor poderá se desenvolver e o Estado aumentará sua arrecadação, já que o recolhimento do imposto será expandido, em consequência da formalização dos comerciantes.

Sinalização positiva e parceria

O governador afirmou que pretende conceder o benefício fiscal aos comerciantes, mas que a proposta passará pela análise do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Camilo Capiberibe reafirmou que as portas do Palácio do Setentrião estão abertas para os comerciantes locais e para todos que tenham interesse em desenvolver o Amapá. A previsão é que o Confaz dê o parecer até o final de setembro de 2012.

Agradecimento

Os empresários, de forma unânime, agradeceram a oportunidade de dialogar com o governo estadual. O presidente da Fercomércio frisou a boa vontade do governador e de sua equipe. Ladislao Monte ressaltou que a classe empresarial já conseguiu outros benefícios junto à gestão estadual, desde o início do governo de Camilo Capiberibe.

O Confaz

Jucinete Alencar explicou que o Confaz é formado por titulares de todas as secretarias da Fazenda, Receita e Finanças do país. Ela elucidou também que o Conselho tem a missão de elaborar políticas e harmonizar procedimentos e normas inerentes ao exercício da competência tributária dos estados e do Distrito Federal, bem como colaborar com o Conselho Monetário Nacional (CMN) na fixação da política de Dívida Pública Interna e Externa dos Estados e do Distrito Federal, e na orientação às instituições financeiras públicas estaduais.

"Se aprovado pelo Confaz, concederemos o benefício fiscal. Assim garantiremos a formalização do setor, o aumento da arrecadação, mais empregos e desenvolvimento do segmento, que é fundamental para o turismo. Essa é uma medida em que ganha o Estado, a iniciativa privada e principalmente o povo, pois aquecerá nossa economia", ponderou o governador.

Elton Tavares/Secom

Ex-Clássico Entediante.

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O Flamengo x Foguinho de ontem (26), foi uma pelada sem vergonha! Até que o Flamengo jogou direitinho e conseguiu atravessar mais 90 minutos sem levar gol. Em compensação passou mais 90 minutos sem fazer gol. Alerta vermelho! Já deu pra perceber que o Flamengo não vai muito longe nesse Brasileiro se ficar perdendo ponto pra time pequeno toda hora.

O turno acabou e ainda não conseguimos alcançar a nossa meta de 45 pontos. Não vejo nenhum motivo pra ôba-ôba. 

Duelo entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski

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                            Fonte: http://blogdoespacoaberto.blogspot.com.br/

Conheço muita gente assim

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E ainda reclamam que a situação ta ruim.

A morte de Brian Epstein foi o começo do fim dos Beatles

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No dia 27 de agosto de 1967, aos 32 anos, morreu Brian Epstein . Seu corpo foi encontrado em seu quarto por pessoas próximas que estranharam o fato de Brian não atender ao telefone. Aparentemente o empresário dos Beatles sofreu uma overdose acidental após ingerir estimulantes e bebida alcoólica. 

Peter Brown comunicou aos Beatles por telefone enquanto o grupo estava em Bangor. Os quatro prontamente retornam a Londres. Era o começo do fim dos Beatles, morria o quinto Beatle, segundo Paul McCartney.

Brian Epstein nasceu no dia 19 de setembro de 1934. Começou a carreira como gerente do departamento de loja de discos. Era chamado de o "quinto Beatle" tal sua importância para a criação da lenda em torno dos Fab fuor.


O primeiro encontro com os Beatles aconteceu em 1961, segundo Brian, um cliente chamado Raymond Jones foi até a News um compacto com a música "My Bonnie" gravada pelos Beatles e Tony Sheirdan quando o grupo estava fazendo algumas apresentações em Hamburgo. Brian como não conhecia a banda e ficou sabendo que eles tocavam regularmente num lugar não muito distante de sua loja resolveu vê-los. 



Foi assim que no dia 6 de setembro de 1961, Brian viu os Beatles tocando no Caver Club pela primeira vez. Sua chegada ao Cavern Club foi anunciada nos altos falantes da casa, Brian foi tratado como vip. 



Ele disse mais tarde:"fiquei impressionado de maneira imediata pela música deles, ritmo e sentido de humor sobre o palco. E inclusive, quando os conheci mais tarde, fiquei impressionado pelo carisma pessoal dos rapazes. E foi nesse mesmo instante que tudo começou"...No dia 10 de dezembro do mesmo ano, Brian propôs empresariar os Beatles.



Time-lapse: fotografia em movimento

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Fotografia Time-lapse é um processo cinematográfico em que cada fotograma ou quadro (frame) de filme é tomado a uma velocidade muito mais lenta do que aquela em que o filme será reproduzido. Quando visto a uma velocidade normal, o tempo parece correr mais depressa e assim parece saltar (lapsing). A fotografia Time-lapse pode ser considerada a técnica oposta à fotografia de alta-velocidade.
Alterações que normalmente surgem como sutis aos nossos olhos, como o movimento do Sol e das estrelas no céu, tornam-se evidentes. O Time-lapse é a versão extrema de uma técnica cinematográfica de manipulação lenta e pode ser por vezes confundida com animação de paragem de movimento (stop motion).
Fonte: Wikipédia - Dica do repórter fotográfico Jorge Junior. 

domingo, agosto 26, 2012

Se o Twitter tivesse somente 100 pessoas

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Fonte: http://www.chongas.com.br/page/26/?s=Gif

A Mafalda sabe das coisas

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                                                                          É isso aí!

No final do mês...

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                         Quando saco que a grana já era e o cartão ta estourado.

sábado, agosto 25, 2012

INFINITA HIGHWAY

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                                          Caminho de tantas viagens de trampo pelo interior.

I love videogames!

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Hoje rola o lançamento do livro "Memória del Psiconaut"

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Serviço: 

Lançamento do livro "Memória del Psiconaut
Local: Espaço de Arte Catita Clube. 
Endereço: Av. Fab 2385, bairro Santa Rita. 
Data: 25/08/2012.
Horário: 20h.


Hoje é o Dia do Soldado

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Hoje (25), é o Dia do Soldado. A data é em homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército brasileiro, nascido em 25 de agosto de 1803, que se tornou conhecido como "o pacificador", após sufocar muitas rebeliões contra o então Império.

No Amapá, os militares brasileiros vigiam a fronteira do Amapá, cerca de 700 km, com os países vizinhos da Guiana Francesa e do Suriname, cumprindo sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os poderes constitucionais e garantir a Lei e a ordem. Além disso, os soldados cumprem missões subsidiárias como as de apoiar a defesa civil e atuar contra crimes e ilícitos transfronteiriços. 

Confesso que não sou muito chegado a milicos, mas reconheço a importância deles para o Amapá e Brasil como um todo. Minha resistência se dá por conta da rigidez em que eles enxergam o mundo em que vivem. Parece que militar nunca relaxa. 

Mesmo assim, tenho muitos amigos soldados na Polícia Militar (PM/AP) e Corpo de Bombeiros (CBM/AP) do Amapá, entre eles, o tenente do Exército Thiago Gama, figura gente boa que conheço há pouco mais de um ano. 

Aê Thiaguinho (Exército), Vinícius Alfaia (PM), Walbene Gomes (CBM), Ewerton Dias (Bope), Renato Penha (CBM) e tantos outros brothers que escolheram a carreira militar, meus parabéns! 

Elton Tavares

Hoje, Fotógrafos Anônimos apresentam Técnicas de Revelação Fotográfica em Preto e Branco

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Hoje rola mais uma edição do Roda do Rock, em Santana

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Amanhã (25), a partir das 20h, na Praça Cívica de do município de Santana, vai rolar a mais uma edição do Roda do Rock. No piseiro tocarão as bandas Resistência Pública (rock alternativo), Psychocandy (shoegaze-noizerock), 3 Noves Invertidos (HC punk) e Pombos do Espaço. O evento ainda contará com discotecagem. Prestigie!

Serviço: 

Roda Rock
Bandas: Resistência Pública (rock alternativo); Psychocandy (shoegaze-noizerock); 3 Noves Invertidos (HC-Punk) e Pombos do Espaço. Além de discotecagem.
Hora: 20h. 
Loca: Praça Cívica de Santana.
Entrada “de grátis”. 

sexta-feira, agosto 24, 2012

Hoje é sexta!

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                                                 E só isso já  me deixa feliz pra porra!

Reação dos esclarecidos ...

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Quando observam os pessoal da papuda pedindo voto. 


Comunicação?

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Se o ser humano tivesse realmente evoluído, estaríamos nos comunicando por telepatia. Nada de celular, e-mail, rede social, chat, blog... Essas nomenclaturas todas que invadiram nosso cotidiano.

Hoje, comunicação é imediatismo, é a pressa confundida com agilidade. Quem tem paciência de esperar uma carta pelos correios? A mágica de receber uma correspondência que percorreu grandes distâncias físicas, bem maiores que as distâncias virtuais. Quem quer experimentar esse encantamento? A comunicação ganhou em velocidade e perdeu em poesia.

A mente humana é realmente prodigiosa. A internet é uma invenção fantástica, certo? Mas a mesma humanidade, capaz de criar tal máquina, também é capaz de usá-la com requintes de frivolidade. E com muita maldade.

Parte dos internautas usa as possibilidades oferecidas para pesquisar e enriquecer seus conhecimentos. Outra parte, bem maior infelizmente, usa essas possibilidades para disseminar ideias toscas, que já nasceram atrasadas, como homofobia, xenofobia e outras fobias, que nesses casos não significam medo, mas aversão. Aversão a tudo o que não se encaixa nos padrões abrir aspas normais fechar aspas. Existem gangues disfarçadas de torcidas de futebol marcando, pela internet, encontros para enfrentamentos, pancadarias e outros meios truculentos de arrotar superioridade babaca.

E o que dizer dos vídeos íntimos que algum idiota dispõe na rede e atiça a curiosidade de milhares de outros idiotas? É a fofoca chegando mais rápido e mais longe. É a vigilância da vida alheia praticada com mais eficácia e obscurantismo. É o ti-ti-ti de bairro, o âmbito da paróquia dominando o pensamento da aldeia global. É a mentalidade da Idade Média com os recursos do século XXI, potencializando sua virulência.

Mas não pensem que sou retrógrado, atrasado, essas coisas. Também me utilizo de computador e internet, procurando não desmerecer o gênio dos que a criaram, a favor da troca de informações que possam valer para a vida de alguém.

Sou avô do homem de neanderthal em termos de tecnologia. Domino o básico dessa relação, o suficiente para não ser dominado pelo computadorismo radical dominante. Sei que é tão chato o sujeito que nada entende de informática quanto o que entende tudo. Ou supõe entender.

Especialistas estão à solta. Designers gráficos em profusão. Balance uma árvore e cairão centenas de técnicos de informática, milhares de cinegrafistas, o mesmo número de fotógrafos e um menu inteiro de DJs. Criei este slogan e brinco sempre com ele: apertou o play, virou DJ. Os especialistas em marketing também pontificam, exibindo seus talentos pra lá de questionáveis, seus diplomas outorgados por universidades caça-níquel. 

Não estou isolado do mundo, mas acho engraçado o sujeito que se isola em seu mundo/quarto, diante de seu monitor de alta definição, conversando com o mundo inteiro sem falar com ninguém, sem olho no olho. Ou trocando insultos, replicando frases de autoajuda e piadas tolas.

Não sou avesso à modernidade, mas excesso é sempre ruim. E não esqueçam que estou usando equipamento moderno para escrever esta crônica, que será enviada pelas ondas dessa tal de web.

É. Eu também tenho que me alinhar.

Ronaldo Rodrigues

Foto firme da Lua

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                    Registro do meu amigo Max Renê, na última quarta-feira, 22. 

Esse cachorrinho é doido!

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Expectativas...

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Não crie em relação a fotos.

Parabéns, Paparazzo!

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Hoje (24), é aniversário do fotógrafo Antônio Sena, o nosso ilustre “Paparazzo” ou Andarilho para alguns. Este senhor, de cabelos de algodão, completa 64 anos e com muito vigor. Difícil é quem nunca o viu cruzando Macapá a pé. O coroa é só saúde, graças a Deus! 

Conheci o Paparazzo há anos atrás, mesmo que superficialmente, quando ele fez fotos minhas em um dos muitos desfiles carnavalescos que participei (sempre pelo Piratão, claro). Mas amizade mesmo foi de 2011 para cá, quando começamos a trabalhar juntos na comunicação do Governo do Amapá. 

Antônio Sena é um cara admirável. Paparazzo é muito trabalhador, parceiro, confiável, honesto, discreto, humilde, bem humorado, tranquilo,enfim, um cara paidégua! 

Esse post é para deixar registrado o meu apreço e amizade para com este senhor. Paparazzo, meu amigo, desejo a você tudo de melhor. Parabéns e feliz aniversário !

Elton Tavares

quinta-feira, agosto 23, 2012

Rock and Roll, sempre!

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A primeira crônica de Nelson Rodrigues sobre Pelé

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ACHEI UMA CRÔNICA DE NELSON RODRIGUES SOBRE PELÉ, DATADA DE 25 DE MARÇO DE 1958, NUM SANTOS 5 X 3 AMÉRICA, NO MARACANÃ. O JOGO ERA VÁLIDO PELO TORNEIO RIO-SÃO PAULO. TUDO INDICA QUE É A PRIMEIRA CRÔNICA DE NELSON SOBRE PELÉ. UMA RARIDADE, PORTANTO. ACOMPANHE:

Depois do jogo América x Santos, seria uma crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade Albert Laurence chama de “o Domingos da Guia do ataque”. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: — dezessete anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de quarenta, custo a crer que alguém possa ter dezessete anos, jamais. Pois bem: — verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racionalmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: — Ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.

O que nós chamamos de realeza é, acima de todo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: — a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônias. Já lhe perguntaram: — “Quem é o maior meia do mundo?”. Ele respondeu, com a ênfase das certeza eternas: — “Eu”. Insistiram: — “Qual é o maior ponta do mundo?”. E Pelé: — “Eu”. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção, que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.

Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar. Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: — “Vá jogar bem assim no diabo que o carregue!”. De certa feita, foi até desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta sensacionalmente. Numa palavra: — sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém, ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: — a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.

Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, certeza, de otimismo, que faz de Pelé o craque imbatível. Quero crer que a sua maior virtude é, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés com uma lambida docilidade de cadelinha. Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível em qualquer escrete. Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e mesmo insolente que precisamos. Sim, amigos: — aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau.

*Dica do meu amigo André Mont'Alverne. 

Eduardo e Mônica (versão para jornalistas)

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Eduardo e Mônica (versão para jornalistas)

Quem um dia irá dizer 
Que existe razão 
Quando se escolhe essa profissão? 
E quem irá dizer 
Que não existe razão? 

Eduardo abriu o livro, mas não quis nem estudar 
As teorias que os mestres deram 
Enquanto a Mônica tomava um esporro do editor 
No fechamento, como eles disseram. 

Eduardo e Mônica um dia se trombaram sem querer 
A fumaça tava forte, foi difícil de se ver 
Um carinha da facul do Eduardo que disse 
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir” 
Gente estranha, festa de jornalista 
“Eu não tô legal, já fumei mais que devia” 
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais 
Sobre o mundinho que ele prometeu mudar 
E o Eduardo, com larica, só pensava em ir pra casa 
“A geladeira eu quero atacar”. 

Eduardo e Mônica trocaram seus e-mails 
Depois se escreveram e decidiram tuitar 
O Eduardo sugeriu um call no Skype 
Mas a Mônica queria ir pro Messenger teclar 
Se encontraram ainda lá no tal de Orkut 
A Mônica sem foto e o Eduardo sem cabelo 
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar 
Mas a menina escrevia com um zelo. 

Eduardo e Mônica eram nada parecidos 
Ele tinha ilusão, ela sabia economês 
Ela falava de finanças, cedebês e inflação 
E ele ainda maltratava o português 
Ela gostava do Basile, do Furtado 
Do Marx, do Stiglitz, do Yunus e Cournot 
E o Eduardo era um puta Zé Ruela 
E vivia dia e noite vendo site pornô. 

Ela falava coisas sobre a função social 
Também de lead e do pescoção 
E o Eduardo ainda tava no esquema 
Adorno, cerveja, truco e Enecom. 

E mesmo com tudo diferente 
Veio mesmo de repente 
Uma vontade de se ver 
Os dois sonhavam transar todo dia 
Só que dela a rotina era bem de foder (er-er). 

Eduardo e Mônica estudaram locução, assessoria 
Web, fotografia, pro CV melhorar 
A Mônica explicava pro Eduardo 
Coisas sobre fontes, off e formas de apurar. 

Ele aprendeu a escrever, pegou o gosto por ler 
E decidiu estagiar (não!) 
E ela até chorou na primeira vez 
Que ouviu a voz dele ir pro ar 
E os dois já trabalharam juntos 
E cobriram pautas juntos, muitas vezes depois 
E todo mundo diz que a vida foi malucamente bela 
Por ter juntado os dois. 

Construíram os seus blogs uns seis meses atrás 
Logo após que os passaralhos vieram 
Batalharam frilas, mendigaram geral 
Por muito pouco o fiofó não deram. 

Eduardo e Mônica viraram assessores 
Levantaram uma grana, já fizeram prestação... 
Só que a vida dura não vai acabar 
Porque na agência tem perrengue e a mesma ralação. 

E quem um dia irá dizer 
Que existe razão 
Quando se escolhe essa profissão? 
E quem irá dizer 
Que não existe razão? 


*Dica da jornalista (e querida amiga) Cíntia Souza. 

Das ideias super boas da humanidade: o reCAPTCHA

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Captcha, pra quem não sabe, é o nome convencionado daquelas letras super esquisitas que você precisa digitar pela internet antes de clicar em um botão de ‘enviar’ e servem para provar para o sistema que você uma pessoa e não um robô. São tempos estranhos esse em que vivemos, quando se torna necessário digitar letrinhas pra provar que não somos robôs e, pior ainda, quando a gente não consegue ler a merda das letras e, portanto, pro sistema em questão somos indistinguíveis de um robô.

Quando eu falo “robô” aqui, acho que é necessário explicar para alguns usuários que estamos falando de softwares conhecidos como “bots”, e não de robôs de lata e circuitos tipo o Homem Bicentenário (infelizmente, já que esse é um grande personagem de Robin Williams). Só para ficar claro.

O sistema de Captcha mais famoso chama reCAPTCHA e – ADIVINHA! – é do Google. É gratuito e é só botar o código no seu software e o computador ligado à internet será capaz de verificar se está diante de um homem ou uma máquina. O que sempre me intrigou é que frequentemente esses Captchas do Google vêm com imagens realmente ilegíveis. Por “ilegíveis”, entenda algo na linha “eu não preciso usar óculos e mesmo assim não faço ideia do que está escrito aqui’. Além da clara falta de praticidade de um sistema assim, o mais perturbador é pensar que se aquelas letrinhas estão ali, em um campo de verificação, o sistema precisa saber de verdade o que está escrito, claro, pra checar se você acertou. E se alguém foi capaz de ler uma palavra toda cagada e você não, bom, você começa a se questionar sobre a possibilidade de você ser, de fato, um robô.

Felizmente, eu descobri esse temor como sendo infundado depois de entrar no site do reCAPTCHA e ler como a parada funciona. E quer saber? Como quase tudo do Google, com exceção talvez do Google+ e do Google Nexus, há de ser parabenizado pela sua engenhosidade.

O reCAPTCHA atende a dois propósitos: além de servir como um eficiente repelente para robôs malandros que estejam tentando usar o computador dos humanos da casa na ausência dos últimos HEH, ele serve como uma ferramenta gratuita de "crowdsourcing", que ajuda na digitalização de manuscritos antigos. Isso explica outra coisa que me intrigava no ReCaptcha: eu era frequentemente confrontada com palavras que conhecia, em português ou outras línguas. Outros Captchas costumam exibir caracteres randômicos.

O método empregado pelo reCAPTCHA é simples, simples: ele exibe duas palavras escaneadas de livros e jornais antigos. O servidor conhece o significado de apenas uma delas – que é de fácil leitura e, portanto, o computador foi capaz de ler corretamente. Se você acertar essa, ele vai assumir que aquilo que você identificou na outra palavra da dupla está correto, e então usa seu conhecimento de ser humano para digitalizar literatura que já é patrimônio da humanidade. E o melhor: não é necessário pagar ninguém. É assim que o Google coloca a disposição dos usuários aquele monte de coisas no Google Books, ou edições antigas do New York Times. E também explica algumas palavras incompreensíveis – nem o software sabe a resposta pra elas. Ele vai simplesmente tomar o que você disse como verdadeiro!

Com o esforço de milhões de usuários que usam o reCAPTCHA diariamente em um monte de atividades corriqueiras na rede, são 200 milhões de palavras decifradas por dia – se cada usuário levar 10 segundos por palavra, o Google então se beneficia de 150 mil horas diárias de trabalho gratuito. Nada mal pra um monte de gente que precisa provar que não é um robô.