Existem clichês que realmente correspondem aos que são apontados. Brasil é o país do futebol, sem dúvida, Brasil é o país do carnaval, com certeza.
Mas existem algumas regras que passam em branco, sério, por que você que esta lendo esse texto e ainda se surpreende quando em pleno Jornal Nacional vem uma noticia bombástica. Tente imaginar o senhor Wiliam Bonner com aquela sua voz crítica dando a chamada:
“Funcionário do Aeroporto de Brasília (DF) acha bolsa perdida com grande quantidade de dinheiro e devolve”, “Cobrador de Ônibus devolve dinheiro que achou esquecido em carteira dentro de coletivo”, “Mendigos devolvem dinheiro encontrado para comerciante”. Enfim, atire a primeira pedra quem não pensa: “Ah, isso não acontece comigo”.
Existe uma simetria entre o mundo real e o imaginário, o irreal é aquele que nós pensamos em nosso pequeno e egoísta universo, e ainda aquele em que somos os maiorais, o ideal que sonhamos para qualquer um. O real é um pouco diferente e cheio de cobrança, de decepção de um monte de mazelas que passariam longe se pudéssemos construir do zero nossa vida. Somos seres sociais, necessitamos uns dos outros, não tem jeito.Mas o porquê o velho e bom “jeitinho brasileiro” tem tomado ares de instituição dentro do nosso dia-dia.
Estava eu, no comercio perto da minha residência, fazendo uma pequena compra e notei que o troco havia sido me passado valores superiores ao que eu tinha direito, acho que por impulso ou sei lá, devolvi para o comerciante o valor que ele tinha me passado a mais.
Talvez por estar na presença de minha pequena Lanna, ou pelo fato de gostar de transgredir regras, ou por fazer questão de ser “do contra”, por querer fazer o certo pelo menos uma vez, já que, como ateu, acredito que não tinha ninguém “me olhando”.
Depois, já em casa fiquei pensando: porque não fiquei com o dinheiro, sério, sou brasileiro não iria ser pecado nenhum dar o cano no cidadão, ele é que tem que ser policiar mais e contar direito o troco. Mas não, contrariando a lógica eu devolvi.
Lembrei- me de casos, que já tinha visto, ou que me contaram como do aeroporto, do ônibus, do dinheiro, do mendigo etc...
Não queria aparecer na rede Globo ou ganhar medalha de escoteiro, por ter devolvido dinheiro sei lá, fiquei satisfeito em saber que contrariei uma lógica.
Uma lógica bem Brasileira por sinal. Contrariei a famosa “Lei de Gerson”, não aquela que diz que é “a bola que tem que correr, não o jogador”, mas sim aquela outra, o nosso cartão postal, sim aquela que diz “Sou Brasileiro e gosto de levar vantagem em tudo”.
A ética vai vencer um dia, e ela esta com você, pare de criticar e comece fazer sua parte, boas ações são pequenas pílulas de virtude, não espere reconhecimento, faça por querer fazer o bem, o correto, o certo. Não espere reconhecimento, medalha, agradecimento ou limpeza de consciência.
Seja correto, não pegue seu chapéu e saia fora. Só isso.
Marcelo Guido
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