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quinta-feira, agosto 29, 2013

Conquistando a Visibilidade sem Machismo e Homofobia

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Amor! Esse é o principal elemento que rege o mundo, correto? Errado. Tristemente o maestro regente da humanidade é o poder, poder da maioria contra uma minoria, poder do homem sobre a mulher, poder da tal normalidade contra a anormalidade, poder da heterossexualidade acima da homossexualidade.

Sob a cadência do poderio armado e empunhado de uma sociedade machista, ao longo de séculos, a mulher foi ignorada enquanto ser social, perdendo o direito de sua capacidade intelectual e de sua sexualidade, sendo segregada a uma imagem materna e doméstica. Ser mulher é sofrer preconceito, mulher homossexual é sofrer ainda mais, pelo gênero e pela orientação sexual.

De acordo com estudos dirigidos por mais de uma década pelo antropólogo Prof. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, uma importante organização em defesa dos direitos dos homossexuais, a cada dois dias uma pessoa homossexual é assassinada, cruelmente, no Brasil.

Portanto, ser mulher é estar em constante conquista pelo espaço que nos é de direito, e ainda lésbica, é estar em constante luta pela própria vida. Lésbicas geralmente saem cedo das asas dos pais, porque muitas vezes não recebem apoio no próprio lar, e são obrigadas a ganhar o mundo, onde para nós, trabalhar é mais difícil, amar é mais difícil, e por quê? Porque transcendemos a uma sociedade patriarcal, onde os homens eram (verbo conjugado no passado, para que seja ação inexistente no futuro), maridos, chefes e donos, donos das nossas vontades, donos das nossas vidas.

Assim já fomos julgadas e apedrejadas, por mostrarmos nosso grandioso e simples poder, o de sermos felizes, orgulhosas e completas por amar outra mulher, pois sem mãos e dedos de outros (com ênfase no gênero da palavra), podemos ter sucesso, amor, orgasmos, casamento, patente, felicidade e visibilidade.

Desta forma, o grupo Meu Amor Vence Seu Ódio acredita que ser lésbica é também lutar pelo direito a uma vida digna, livre da violência gerada por preconceitos, e de imposições sociais e heteronormativas. Quanto mais nos orgulhamos do que somos, mais seremos, mais iremos conquistar, mais visibilidade e aceitação, mais beijos em público, mais carinhos, mãos entrelaçadas, abraços aos olhos do mundo, mais verão que somos seres humanos dotados de amor, amor próprio e amor ao próximo.

Nota: Em 29 de Agosto de 1996 aconteceu o 1° Seminário Nacional de Lésbicas que reuniu cerca de 100 mulheres lésbicas, na cidade do Rio de Janeiro, com o tema “Visibilidade, Saúde e Organização”, um grande passo para a comunidade LGBTT, e desde então em 29 de Agosto comemoramos o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.

Naira Queiroz

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